Postado por - Newton Duarte

Com campanhas de Z-4, média de público de Bahia e Vitória cai em 2014

Na luta contra o Z-4, dupla Ba-Vi registra queda de público na Série A

Passadas 30 rodadas, Bahia e Vitória levam aos estádios cerca de cinco mil torcedores a menos do que na edição de 2013 do Campeonato Brasileiro

Média de público de Bahia e Vitória cai em 2014 (Foto: GloboEsporte.com)

Não é de hoje que Bahia e Vitória travam uma luta árdua entre os últimos colocados do Campeonato Brasileiro. Passadas 30 rodadas, raras foram as vezes em que os times figuraram na parte de cima da tabela. E, quando o assunto é média de público, a dupla Ba-Vi também está longe de fazer bonito. No ranking dos clubes que mais levam torcedores ao estádio, o Tricolor aparece na 11ª posição, com média de 13.270 pessoas por jogo como mandante. A situação do Rubro-Negro é ainda pior: com média de 10.177 torcedores nas partidas disputadas em casa, a equipe aparece na 15ª posição. O São Paulo, líder do ranking, leva, em média, 27.856 pessoas ao estádio por jogo. O lanterna é o Goiás, com 6.655.

Em relação à edição de 2013 do Brasileirão, o público caiu. Hoje, a dupla Ba-Vi leva aos estádios, em média, cerca de cinco mil pessoas a menos do que levava no ano passado. O Vitória, por exemplo, terminou a Série A ocupando a 9ª posição no ranking de público, com média de 14.780 pessoas por partida. O Bahia, com média de 18.449, foi o 6º time que mais levou torcedores ao estádio.

Há de se destacar, no entanto, fatores que certamente exercem influência na queda de público das equipes, sobretudo no caso do Vitória. Como o Barradão passou por uma reforma para ser entregue à Fifa para a disputa da Copa do Mundo [o estádio foi um dos Centros de Treinamento de Seleções], a equipe passou alguns meses atuando longe do seu santuário. Durante esse período, o Rubro-Negro disputou quatro partidas na Série A como mandante, duas em Pituaçu e duas no estádio Joia da Princesa, em Feira de Santana.

O jogo de menor público do Leão baiano na Série A deste ano, por exemplo, aconteceu enquanto o Barradão estava em obras. No dia 31 de maio, apenas 3.152 pessoas assistiram à derrota dos baianos para o Sport, pelo placar de 1 a 0, no Joia da Princesa, em jogo válido pela 9ª rodada. Em 2013, o menor público do Vitória também foi registrado em Feira de Santana: 2.954 rubro-negros viram o time bater por 3 a 2 o Atlético-PR.

Em 2014, maior público do Vitória foi na partida contra o Bahia, na Fonte Nova (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Vitória)

O problema do Bahia é semelhante. Os dois jogos do time no Brasileirão 2014 que registraram menor público aconteceram longe de Salvador. Contra o Fluminense, na 7ª rodada, o Tricolor mandou seu jogo na Arena Barueri, em São Paulo, e levou apenas 1.345 pessoas ao estádio. Na 21ª rodada, Bahia e Figueirense se enfrentaram no Joia da Princesa, e a partida registrou um público de 2.952 torcedores.

Aliem-se a isso as campanhas fracas da dupla Ba-Vi no Campeonato Brasileiro e pronto: eis a fórmula perfeita para a baixa média de público dos baianos na competição. Em 2013, com o time lutando por uma vaga na Libertadores, o Vitória registrou três jogos com público acima da casa dos 20 mil (Goiás, Cruzeiro e Flamengo) e dois na casa dos 30 mil (Bahia e Corinthians). Neste ano, apenas o clássico contra o Tricolor, na Arena Fonte Nova, bateu os 20 mil torcedores (25.192).

É bem verdade que a realidade tricolor não mudou muito da temporada passada para cá. Assim como em 2013, o Bahia continua, hoje, na luta contra o rebaixamento. A diferença é que, no ano passado, o clube levou muito mais torcedores ao estádio. Exemplo: no último Brasileirão, o Tricolor registrou quatro jogos com público na casa dos 20 mil (Corinthians, Flamengo, Vitória e São Paulo), três na casa dos 30 mil (Vasco, Atlético-MG e Portuguesa) e um na casa dos 40 mil (Fluminense, na última rodada, com o time livre do rebaixamento). Nesta Série A, os jogos contra Vitória e Chapecoense bateram na casa dos 20 mil, e o duelo contra o Flamengo contou com mais de 30 mil torcedores no estádio.

No ano passado, público de Bahia x Fluminense foi o maior do Tricolor baiano na Fonte Nova (Foto: Thiago Pereira)

Na tentativa de atrair mais público para os estádios, os clubes baianos têm investido em promoções. Para as partidas contra Sport e Flamengo, a Arena Fonte Nova disponibilizou ingressos para o torcedor do Bahia a partir de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Contra a Chapecoense, os preços foram mantidos, mas foi lançada campanha com tom de desafio: para que o valor fosse mantido no jogo seguinte, diante do Atlético-MG, os torcedores do Bahia teriam que atingir a marca de 20 mil pessoas. A meta foi alcançada. No entanto, as derrotas para os catarinenses e depois para o Santos abalaram a confiança dos tricolores: o público registrado contra o Galo foi de apenas 5.561 pagantes.

O Vitória também lançou mão de promoções nos últimos jogos para tentar lotar o Barradão. Na 29ª rodada da Série A, os primeiros 10 mil torcedores que compraram ingressos para assistir ao duelo contra o Cruzeiro [o Rubro-Negro foi derrotado por 1 a 0] desembolsaram apenas R$ 10. Além disso, como o clube entrou na campanha para alertar sobre os perigos do câncer de mama, o público feminino entrou de graça no estádio. Para o duelo contra o Criciúma, marcado para este sábado, também no Manoel Barradas, a promoção continua em vigor.

Daqui até o final do Brasileirão, Bahia e Vitória têm oito jogos a realizar, sendo que cada um dos dois joga quatro vezes em casa, portanto as oportunidades derradeiras para tentar elevar a médica de público. O Tricolor encara, na Arena Fonte Nova, Palmeiras, Corinthians, Atlético-PR e Grêmio. O Leão recebe no Barradão Criciúma, São Paulo, Coritiba e Santos.