Com público recorde, Ceará volta a bater Bahia e leva Copa do Nordeste em jogaço
Os cearenses conquistam o Nordestão pela primeira vez na história - Gazeta Press
Pode chamar de ‘Lampions League', mas a atmosfera ensurdecedora foi de Libertadores. Com direito a atraso em campo de mais de dez minutos, confusão envolvendo Polícia Militar e estilhaços de bombas entre torcedores, o Ceará voltou a bater o Bahia, venceu por 2 a 1 e, enfim, faturou o título da Copa do Nordeste nesta quarta-feira, na Arena Castelão, em Fortaleza.
A equipe bateu na trave nos últimos dois anos.
Em 2013, parou nas semifinais contra o ASA-AL enquanto que, na última temporada, ficou com o vice-campeonato diante do Sport.
É a maior conquista da história do clube - antes disso, ele carregava o Torneio Norte-Nordeste de 1969, ainda remanescente da CBD, como o seu maior título de expressão.
Mesmo com o crescimento fora de campo, foram anos de penúria, sofrimento e de frustrações diante de sua torcida que foram finalmente colocadas de lado nesta noite, primeiramente aos 15 minutos, em cruzamento pela direita de Ricardinho que Charles cabeceou para o fundo das redes e abriu o placar. Na volta do intervalo, Gilvan fechou a conta aos seis minutos também por cima, em nova assistência de Ricardinho. Maxi Biancucchi descontou no fim.
Não parecia que iria ser tão fácil assim.
Atrapalhado pela PM em seu percurso até o estádio, o Bahia chegou atrasado ao Castelão e entrou em campo 12 minutos depois do horário previsto.
Em desvantagem após perder o confronto de ida por 1 a 0, na Fonte Nova, o time não se deixou abalar pelas vaias e partiu para o ataque desde o início.
Foram pelo menos duas excelentes oportunidades, em cobrança de falta de Rômulo e lance individual de Kieza que passou do lado da trave. Enquanto o Bahia assustava, o Ceará, praticamente sem reação, restringia as suas ações às escapadas de Wescley, substituto de Marinho pelo meio.
Em uma delas, o zagueiro Charles aproveitou falha da defesa do Bahia, subiu bem e apenas completou de cabeça para marcar aos 15 minutos do primeiro tempo.
O time tricolor sentiu o gol. Mais do que isso, sentiu a falta de uma referência na frente - sem o centroavante Léo Gamalho, que não viajou por conta de lesão, não teve em Kieza um homem de área. O técnico Sérgio Soares reclamou por diversas vezes das saídas do atacante da área.
Não adiantou. Ele até marcou aos 27 minutos, após passe de Maxi, mas foi flagrado em impedimento.
Sérgio Soares, que havia aberto mão de seu trio ofensivo com a entrada de Rômulo entre os titulares, resolveu tirar o meio-campo no intervalo e voltar com o ‘amuleto' Zé Roberto na frente. Não deu nem tempo de esquentar: Ricardinho acertou a trave aos quatro e praticamente em seguida, aos seis, bateu cobrança de falta para Gilvan esfriar qualquer chance de reação baiana.
Não ia na técnica, então, os visitantes tentavam na raça, abusando dos cruzamentos. Em um deles, Magno Alves quase marca contra. Quase.
Mesmo diminuindo com Maxi no final, o Bahia foi o ‘time do quase' no Castelão, por isso, após uma série invicta de 16 partidas, chegou na reta decisiva do primeiro semestre á sua terceira derrota consecutiva - no fim de semana, perdeu a ida do estadual para o Vitória da Conquista por 3 a 0, fora de casa.
Foram 63.904 mil pessoas no estádio, o maior público de sua história e também pós-Copa no Brasil. A renda ficou em R$ 1.807 milhões.
Com o título, o Ceará assegura a premiação de R$ 2,74 milhões destinada ao campeão e ainda garante vaga na Copa Sul-Americana. A festa será ‘pequena' em Porangabuçu.
Em instantes, cobertura completa, ou o que for possível da derrota do Esquadrão, no seu site: torcidabahia.com.