Com o time garantido na próxima fase do Campeonato Baiano e classificado para as semifinais da Copa do Nordeste, o técnico Guto Ferreira volta a usar uma equipe reserva na partida desta quarta-feira, contra o Atlântico, pelo Baianão. A ideia do treinador tricolor é poupar os titulares e também deixar os suplentes em ritmo de jogo para a fase final das competições. Mas, além disso, Guto pode usar o jogo para observar atletas em um setor fundamental no time e que recentemente perdeu uma de suas peças: a armação.
Com a rescisão de contrato de Renato Cajá, Guto Ferreira passou a não ter mais à disposição o reserva imediato de Régis. Embora Cajá não estivesse em um bom início de ano, o treinador acreditava no potencial do meia e frequentemente o utilizava na ausência do seu titular. Sem Renato Cajá, o técnico foi obrigado então a pensar em outras alternativas para o setor.
Na partida contra o Flamengo de Guanambi, a primeira após a saída de Renato Cajá, o escolhido para substituir Régis foi Diego Rosa. Neste jogo, Rosa atuou centralizado, bem diferente das vezes em que esteve em campo neste início de temporada, quando jogou pelos lados do campo e marcou quatro gols. Nesta nova função, Diego Rosa mostrou dificuldade para atuar como articulador e teve participação discreta. Contra o Atlântico, em jogo marcado para esta quarta-feira, ele deve ser titular mais uma vez e ter outra oportunidade de mostrar serviço nesta função.
Além de Diego Rosa, Guto Ferreira tem outras alternativas no elenco para atuar como armador na ausência de Régis. A primeira delas e mais óbvia seria a utilização de Zé Rafael. Embora venha bem nesse início de ano jogando aberto pelo lado esquerdo, Zé Rafael pode ser recuado para o meio. Veloz e com bom passe, Zé Rafael tem características semelhantes às de Régis. Essa alternativa se torna ainda mais possível se for levado em consideração o bom retorno de Edigar Junio, que pode ganhar nova chance como titular e ocupar a vaga deixada pelo meia.
Allione também aparece como alternativa para Guto Ferreira. Versátil, o meia pode jogar mais atrás, como fez em algumas oportunidades quando atuava pelo Palmeiras. No próprio Bahia, o gringo já ocupou a faixa central em variações táticas ao longo das partidas. Contudo, ainda não se sabe como ele renderia atuando por toda uma partida dessa forma. Pelo que já apresentou pelo clube, fica claro que Allione rende melhor como quando atua pelas pontas e usa a sua velocidade e drible curto para quebrar a marcação.
Com volantes de bom passe no elenco, Guto também pode abrir mão de um jogador de características mais ofensivas para jogar com três marcadores de origem, mas com boa saída para o ataque. Contra o Flamengo de Guanambi, por exemplo, a equipe titular contou em um certo momento com Matheus Sales, Feijão e Renê Junior. Para atuar desta forma sem mexer no esquema tático, o treinador tricolor pode utilizar Juninho à frente de Edson e promover a entrada de Renê Junior. No início da temporada passada, ainda quando Doriva era o treinador, o volante chegou a jogar como meia. Pesa nesta modificação o notório crescimento de Juninho quando ele passou a jogar mais recuado, em condição de vir de trás para ajudar a equipe.
Corre por fora também Marco Antônio, meia formado nas categorias de base do clube, mas que foi utilizado apenas em dois jogos por Guto Ferreira.
Mesmo com todas as possibilidades, fica claro que Guto Ferreira não tem à disposição jogadores com as mesmas características de Renato Cajá: um articulador cuja característica principal seja o toque de bola, passe em profundidade e visão de jogo. A diretoria do clube ainda não se pronunciou se pretende contratar novas peças para o restante da temporada ou se vai apostar nos jogadores que estão no clube. Resta saber agora qual alternativa será utilizada por Guto e como o time vai reagir a ela.
Fonte: Globo Esporte