Postado por - Heitor Montes

Confira os dados que mostram o Bahia reativo de Jorginho fora de casa

Muito se tem discutido nos últimos dias sobre a relação entre posse de bola x jogo reativo.Algumas equipes mostram um esforço [louvável] em propor o jogo, porém nem sempre a estratégia tem funcionado. É aquela coisa: tenho a bola, mas não sei o que fazer com ela, como progredir e machucar o adversário.

Na outra ponta, times reativos, que nada mais são do que aqueles que reagem ao adversário, quase sempre jogando fechadinhos, continuam fazendo vítimas e vencendo seus jogos. Líder do Brasileirão com folga, o Corinthians é uma equipe reativa, porém não é adepta da "retranca" e evoluiu sensivelmente sua organização ofensiva do início do ano para cá.

Trazendo a realidade para o futebol baiano, temos o Bahia de Jorginho. Contratado para substituir Guto Ferreira, que aceitou proposta para treinar o Internacional na Série B, o treinador chegou à Bahia querendo implantar seu conceito de futebol: uma equipe propositiva e que valorizasse a posse de bola, com troca de passes de pé em pé desde a defesa, contrastando com a filosofia do seu antecessor, que apostava em um jogo mais direto.

Na tentativa de equilibrar as transições em velocidade, característica marcante da equipe de Guto, com a posse de bola, Jorginho acabou tornando o Bahia um time mais cadenciado, paciente, porém muitas vezes sem agressividade no último terço do campo.

A sequência de sete jogos sem vencer fez o técnico mudar de ideia. De algumas rodadas para cá, é possível perceber o Bahia muito mais reativo nos jogos fora de casa. Linhas baixas, marcação na intermediária defensiva e time montado para apostar nos contra-ataques. É uma tendência.

Para ilustrar, dá só uma olhada no mapa de calor do Bahia nos últimos três jogos em casa e três jogos fora, de acordo com o Footstats.

Em Salvador, as ações do são tricolor distribuídas de maneira mais homogênea, com forte atuação na região central do campo.

Fora de casa, as ações se concentram basicamente no campo defensivo.

A posse de bola dentro e fora de casa também revela um padrão da equipe de Jorginho.

O Bahia registrou menor posse de bola nos três últimos jogos fora de casa.

Em casa, teve muito mais posse contra Avaí e Fluminense e menor contra o Flamengo.

Coincidência ou não, dos três jogos em casa, o Bahia conquistou apenas dois pontos (empates contra Flu e Avaí e derrota para o Flamengo). Contra o Flu, a equipe teve chances, dominou, mas pecou na hora de finalizar. Contra o time catarinense, o Tricolor jogou mal e, apesar da grande posse de bola, pouco criou.

Por outro lado, dos nove pontos em disputa longe de Salvador, o Tricolor abocanhou sete (triunfos diante de Ponte e Galo e empate com o Vitória). O desempenho da equipe com uma postura mais reativa certamente fortaleceu as convicções de Jorginho, que já avisou que vai utilizar a mesma estratégia diante do Santos, no Pacaembu.

- Acho que a gente se comportou muito bem taticamente e acho que basicamente é isso que faremos no próximo jogo. Sabemos do potencial do Santos. Para mim tem um futebol entre os mais bonitos do Brasil. A forma como jogam, não é de hoje. O trabalho que fazem na base é excepcional. Então é uma equipe que temos que ter todo cuidado. Mas sabemos que eles encontram extrema dificuldade quando encontram uma equipe fechadinha, organizada taticamente. Vamos com essa proposta para o próximo jogo - comentou após o triunfo sobre o Galo.

Fonte: Blog Segue o Baba