Jogo da Copa Verde entre Nacional e Remo teve invasão de campo, detenção de torcedores e uma bomba jogada pela polícia que atingiu um menino de quatro anos
O jogo entre Nacional e Remo, na noite desta quinta-feira, terminou com muita confusão e um menino de quatro anos ferido por bomba de efeito moral atirada pela Polícia Militar do Amazonas. Uma confusão entre a torcida nacionalina e a tropa de choque por pouco não transformou o estádio da Colina, em Manaus, em uma praça de guerra. Pelo menos três torcedores foram detidos, em uma noite marcada pela intervenção polêmica da PM. Nas imagens, é possível ver um homem supostamente "apagando" ao receber mata-leão de um policial.(Veja o vídeo)
O Nacional vencia o jogo até os 47 minutos do segundo tempo, quando Eduardo Ramos empatou o jogo para o time paraense. A partir daí instalou-se o caos na Colina. Primeiro, logo após o gol, um torcedor do Remo invadiu o gramado e foi contido pela Polícia Militar. Logo depois, torcedores do Nacional atiraram latas de cerveja no campo, recolhidas pelo quatro árbitro Antônio Carlos Pequeno Frutuoso.
Na sequência, quando a PM tentava retirar do estádio o torcedor do Remo detido, membros de organizadas do Nacional teriam tentado, segundo a Polícia, agredir o torcedor, e o batalhão de choque precisou intervir.
Torcedores revoltados com o acréscimo de quatro minutos no segundo tempo esperaram o trio de arbitragem passar pelo acesso aos vestiários, que fica bem na frente das arquibancadas, a poucos centímetros da grade que separa a torcida do campo. Com a proteção do Choque, os árbitros tentaram descer para os vestiários, quando a torcida nacionalina atirou diversos rolos de papel em cima dos mesmos e da polícia, que revidou com gás lacrimogêneo e uma bomba de efeito moral, que acabou atingindo o filho do zagueiro reserva do Nacional, Edson Rocha, que acompanhava o jogo junto com o restante da família do jogador na arquibancada.
O garoto foi atendido imediatamente pelo médico do Nacional, ficou com algumas escoriações na mão. Segundo a mãe, Vanessa Rocha, ele teria inalado fumaça e sentia dor de ouvido.
- A gente estava sentado na arquibancada esperando acabar o jogo. A briga era aqui na frente, não sei com quem, e policial tacou a bomba lá em nós e acertou meu filho - disse, aflita.
Ao saber que o filho tinha sido atingido, Edson Rocha saiu do vestiário e foi resgatá-lo na cabine de imprensa, onde a família do jogador tentou se abrigar. Carregando o filho no colo, o zagueiro levou o menino para o vestiário, onde ele foi atendido pelo médico do Nacional e passa bem. Até o momento, a Polícia Militar não se pronunciou sobre o episódio.