Postado por - Newton Duarte

Contratos de marketing e direitos de transmissão: o tamanho do 'pedágio' na CBF

Investigação do FBI aponta que propina paga a Teixeira, Marin e Del Nero chegou a R$ 120 milhões, diz jornal

Policia Federal dos Estados Unidos mostra que os últimos três presidentes da CBF foram beneficiários de 'pedágio' em contratos de marketing e direitos de transmissão

HOME - Del Nero e Teixeira indiciados pela justiça dos Estados Unidos (Fotos: LANCE!Press/Divulgação)

Del Nero e Teixeira foram indiciados pela justiça dos Estados Unidos  (Fotos: LANCE!Press/Divulgação)

Investigações do FBI relatam que o valor pago em propinas nos esquemas de corrupção envolvendo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é de R$ 120 milhões. As ações ilícitas tiveram como beneficiários Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo del Nero, os últimos três presidentes da CBF. Os três foram indiciados pela procuradoria geral dos Estados Unidos, sendo que Marin encontra-se em prisão domiciliar em Nova York. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

Segundo a reportagem, os cartolas cobravam uma espécie de "pedágio" para cada empresa que buscava a CBF para fechar acordos de direitos de transmissão ou exploração de marketing. Sendo assim, o esquema privilegiava as empresas que se dispunham a pagar propinas, causando prejuízos à própria CBF e ao futebol brasileiro como um todo.

O envolvimento dos cartolas com o pagamento de propina foi definido no documento emitido pelo Departamento de Justiça norte-americano da seguinte maneira: "Eles conspiraram de forma intencional para fraudar a CBF".

A matéria ainda diz que Del Nero e Teixeira dividiam uma quantia em dinheiro por ano, paga pelo empresário José Hawilla para os contratos das edições anuais da Copa do Brasil. Foram citadas também outras competições como a Copa Libertadores da América e a Copa América. Neste último caso, Teixeira teria recebido "milhões de dólares" para assegurar a presença dos melhores jogadores brasileiros nas edições de 2001 a 2011.

Para "camuflarem" os esquemas, os dirigentes utilizavam de vários recursos, como notas frias, contratos fictícios, chantagens, obras de arte, terrenos, contas em paraísos fiscais, empresas de fachada e até mesmo dinheiro camuflado na construção de piscinas.

Nesta semana, a Justiça americana divulgou a segunda etapa da operação de combate à corrupção no futebol. Até este momento foram indiciados 24 dirigentes e empresários, e o FBI garante que mais 27 "homens fortes" deverão compor a lista.

Nota Luis Peres @BahiaClub: É quando as entidades e clubes deixam de exercer seu mister e se transformam em verdadeiros BALCÃO DE NEGÓCIOS.

É claro que sozinhos eles jamais consguiriam fazer isso. Órgãos fiscalizadores, repletos de bajuladores pixulequeiros dão suporte a tamanho descalabro.

E as investigações, estranhamente, não adentraram às transações com jogadores. Especialmente jovens.

O que assistimos atualmente não é futebol.