Postado por - Newton Duarte

Coritiba 3 x 2 Bahia :: Raio-X; Gols; Scout; Notas e Ficha Técnica

De virada, Coritiba vence Bahia, e Tricolor cai na despedida de Alex

Coxa usa segundo tempo para virar no Couto e confirma queda do Tricolor. Capitão alviverde faz último jogo da carreira em dia de várias homenagens

DESTAQUES DO JOGO

  • Números do adeus

Alex

O craque foi participativo. Fez cinco finalizações, foi o maior passador e quem cruzou mais na área. Mas não fez seu 414º gol da vitoriosa carreira.

  • Jogo de lágrimas

homenagens

O camisa 10 foi exaltado de várias formas. Deu lugar a Keirrison, foi abraçado, aplaudido e saiu muito emocionado com o momento.

  • Frustração

Bahia

O Tricolor abriu 2 a 0 e, em certo momento do primeiro tempo, estava escapando da degola. Mas terminou com seu quarto rebaixamento da história.

A CRÔNICA

O futebol está órfão. O Brasileirão da próxima temporada não terá a classe única de Alex e a tradição do Bahia. O futebol está triste. O Brasileirão da próxima temporada não terá os belos gols de Alex e a alegria da torcida do Bahia. O futebol, ao menos, está grato. As homenagens com gritos de “fica, Alex!”, cartazes e inúmeras manifestações foram apenas pequenos sinais daquele sentimento que estava escrito atrás de cada camisa dos jogadores do Coritiba: “Obrigado, Alex”. Em sua despedida, o camisa 10 viu o Coxa virar para cima do Bahia e vencer por 3 a 2, no Couto Pereira, em dia de bom público. O Tricolor baiano também deu adeus. Mas à Série A.

O capitão coxa-branca tentou. Foi quem mais finalizou, acertou mais passes e fez mais cruzamentos em toda a partida. Mas não conseguiu balançar as redes em seu jogo de número 1011º - e último da carreira. O Bahia começou arrasador. Fez 2 a 0 com Henrique e Rômulo nos primeiros 25 minutos. Zé Love diminuiu ainda na primeira etapa. Dudu empatou no segundo tempo, e Keirrison virou no último lance da partida.

Alex deixou o campo aos 42 minutos do segundo tempo, substituído por Keirrison. As lágrimas caíram dos olhos que presenciaram genialidades de um dos maiores meias do futebol brasileiro recentemente. Os aplausos, um som coletivo no Couto Pereira, poderiam ser executados eternamente. O time paranaense manteve o domínio recente nos confrontos contra o rival baiano. Não perde desde 1999, quando o Bahia venceu nas oitavas de final da Copa do Brasil.

O Tricolor termina o campeonato na 18ª posição, com 37 pontos. O Coxa encerra sua participação com a 14ª colocação e 47 pontos. Os dois clubes entram de férias e só voltam a campo nos estaduais do ano que vem. O Coritiba estreia pelo Campeonato Paranaense contra o Nacional-PR, no dia 31 de janeiro, e o Bahia pega o Vitória da Conquista no dia 1º de fevereiro na primeira rodada do Baiano.

As lágrimas do adeus: Alex é exaltado pela torcida ao ser substituído (Foto: Heuler Andrey / Getty Images)

Gritos de esperança tricolor

O brilho nos olhos de Alex em sua entrada em campo já era um sinal. O meia não ia se esconder da partida da qual era protagonista. Ele procurou o jogo. Pedia bolas, dava passes. Na cobrança de uma falta dentro da pequena área, aos cinco minutos, mandou na barreira. Ajudou o Coxa a manter a posse de bola. Mas não contou com a boa marcação do Bahia. Bem postados, os baianos se armaram para sair nos contra-ataques e aproveitar o lado direito, principalmente com Barbio e Galhardo. E por ali conseguiram dar seus gritos de esperança.

O primeiro deles veio aos 13 minutos. Após lançamento de Lomba, Barbio avançou livre, acionou Galhardo, que foi até a linha de fundo e cruzou para a conclusão de Henrique: 1 a 0. O Palmeiras já perdia para o Atlético-PR, e o Bahia tinha o cenário a seu favor. Tudo ficou melhor para os visitantes quando o jovem Rômulo, aos 25 minutos, tabelou com Henrique, tocou na saída de Vanderlei e fez o segundo gol do Bahia, novamente em jogada iniciada pela direita: 2 a 0. A essa altura, o Verdão já havia empatado com o Furacão. E o Coritiba acordou.

Alex bem que tentou, com chute perigoso da direita, defendido por Lomba. Mas o Coxa só criou com bolas levantadas na área. Em seu nono cruzamento – terminaria o primeiro tempo com 11 –, conseguiu balançar as redes: Norberto botou na cabeça de Zé Love: 2 a 1.

Bahia saiu na frente, mas não evitou a queda (Foto: Heuler Andrey / Getty Images)

Últimos 45 minutos: o adeus do Bahia e de Alex

Joel até encenou uma reação do Coritiba no primeiro minuto da segunda etapa, mas o time não se ergueu. Pelo menos não imediatamente. Logo no primeiro minuto, o camaronês fez um gol, mas Marcelo de Lima Henrique anulou ao ver que o jogador havia botado a mão na bola. Não serviu para o Coxa. O Bahia voltou com o mesmo domínio do início da etapa anterior. Galhardo, agora pela esquerda, seguiu como principal incômodo dos paranaenses. E Alex continuou à procura do lance que marcaria sua despedida. Faltou perna. O meia tentou em cobranças de falta, fazendo o pivô, mas pouco ameaçou. Por vários momentos, o camisa 10 levou a mão à coxa revelando um desconforto na região. Fazia o possível para jogar seus últimos minutos.

O Bahia não se acuou, mas parecia desanimado com os resultados da rodada. Foi mais agressivo e quase chegou ao terceiro gol com Barbio, aos 15 minutos, em chance clara desperdiçada. O Alviverde foi à luta para não ser derrotado no adeus de seu ídolo. Dudu e Keirrison trataram de dar esse alento para Alex e todos os torcedores coxa-brancas. O garoto marcou aos 40 minutos, em chute da entrada da área. Pouco depois, o camisa 9 entrou na vaga de seu capitão. Em lágrimas, o meia foi substituído, deu seus últimos passos, abraços, ouviu os últimos gritos de exaltação e aplausos da torcida como profissional. A festa ficou completa quando Keirrison, aos 49 minutos, aproveitou contragolpe e fez o terceiro. Para alívio dos donos da casa e frustração dos visitantes.

O melhor: Galhardo. Principal arma ofensiva do Bahia. Deu bela assistência para o primeiro gol e foi um dos jogadores mais acionados quando o time tricolor foi ao ataque.

O pior: Luccas Claro. Inseguro, falhou no segundo gol do Bahia ao afastar mal a bola. Esteve abaixo do que pode render.

Para lembrar:

Fica, Alex! Foi o pedido da torcida ainda antes do apito inicial, quando o meia foi até o gramado para receber algumas homenagens.

Alex exemplo, Alex respeito, Alex menino de ouro... Cada jogador do Coritiba estampou uma homenagem ao meia na parte de trás da camisa, logo embaixo do número.

Carta de despedida. Na manhã deste domingo, o meia Alex publicou uma carta de despedida na qual agradeceu todos que fizeram parte da sua carreira. "Sou um sujeito realizado", disse.

Coritiba 3 x 2 Bahia

Campeonato Brasileiro 2014 – Série A – 38ª Rodada

Local: Estádio Major Antônio Couto Pereira, em Curitiba-PR

Data: 7 de dezembro de 2014, domingo

Horário: 17 horas (de Brasília)

Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (Fifa-PE)

Assistentes: Rodrigo Henrique Correa-RJ e Luiz Cláudio Regazone (Asp. Fifa-RJ)

Cartões amarelos: Luccas Claro, Alex e Zé Love (Coritiba)

Gols: Coritiba: Zé Love (aos 34' do 1T), Dudu (aos 40' do 2T) e Keirrison (aos 49' do 2T); Bahia: Henrique (aos 13' do 1T) e Rômulo (aos 26' do 1T)

Coritiba: Vanderlei; Norberto, Luccas Claro, Leandro Almeida e Carlinhos; Germano (Júlio César), Robinho, Dudu e Alex (Keirrison); Joel e Zé Love (Sérgio Manoel)

Técnico: Marquinhos Santos

Bahia : Marcelo Lomba; Roniery, Lucas Fonseca, Titi e Guilherme Santos; Rafael Miranda (Jacó), Bruno Paulista (Feijão), Rômulo e Rafael Galhardo; William Barbio e Henrique (Jeam)

Técnico: Charles Fabian

SCOUT

[**SCOUT**]

ATUAÇÕES

Header_BAHIA (Foto: Infoesporte)

Barbio não evita queda do Bahia

Atacante do Tricolor baiano dá trabalho, mas não impede derrota

MARCELO LOMBA - GOLEIRO

Linda defesa em chute de Alex. Sem qualquer responsabilidade nos gols.

Nota: 6

RONIERY - LATERAL-DIREITO

Tropeçou na bola e atrapalhou um ataque que prometia. Mostrou nervosismo na saída de bola. Afastou mal a bola que resultou no lance do segundo gol do Coxa.

Nota: 4,5

LUCAS FONSECA - ZAGUEIRO

Muita dificuldade na saída de bola. Quase complicou o sistema defensivo. Ainda mostrou grosseria ao chutar a bola em cima de Joel, que estava caído no lance.

Nota: 5

TITI - ZAGUEIRO

Foi o mais sóbrio da defesa. Deu chutão quando preciso e marcou com firmeza.

Nota: 6

GUILHERME SANTOS - LATERAL-ESQUERDO

De volta à lateral, apareceu pouco no ataque. Também teve problemas para conter as investidas de Norberto. Cresceu no segundo tempo. Realizou boa cobertura em jogada promissora do Coxa. Fez bom lançamento para Henrique partir livre.

Nota: 6

RAFAEL MIRANDA - VOLANTE

Marcou muito e deu opção para dar início aos lances quando o Bahia tinha a posse de bola.

Nota: 6,5

JACÓ - ATACANTE

Entrou no fim e pouco pôde fazer.

Sem nota.

BRUNO PAULISTA - VOLANTE

Colocou a mão na bola de forma tola e ofereceu grande chance ao Coxa. Arriscou um bom chute de fora. Afoito, abusou das faltas. Saiu no intervalo.

Nota: 5

FEIJÃO - VOLANTE

Entrou no intervalo. Sofreu para conter a pressão do adversário e ainda levou azar no lance do segundo gol do Coxa, que resvalou na sua perna e enganou Lomba.

Nota:5,5

RÔMULO - MEIA

Deixou a sua marca em um lance de plástica, em tabela que fez com Henrique. Deu passe sensacional para Barbio, que errou na finalização.

Nota: 7,5

RAFAEL GALHARDO - MEIA

Boa movimentação e toques rápidos. Apareceu como elemento-surpresa e deixou Henrique livre para marcar.

Nota: 7

WILLIAM BARBIO - ATACANTE

Excelente opção pela direita. Iniciou a jogada do gol de Henrique. Perdeu gol cara a cara, evidenciando a sua dificuldade na hora de concluir. Deu trabalho constante.

Nota: 7,5

HENRIQUE - ATACANTE

Marcou um gol de oportunismo e deu passe espetacular para Rômulo anotar o segundo. Em lance de contra-ataque, demorou a acionar Galhardo, que aparecia livre. Na etapa final, sua lentidão prejudicou jogadas que poderiam causar perigo.

Nota: 7

JEAM - ATACANTE

Entrou na vaga de Henrique, mas pouco conseguiu fazer.

Nota:5,5

PROGRAMAÇÃO

Catar os cacos do time que será o melhor do Brasil em 2 anos e meio.