Postado por - Newton Duarte

Cristóvão explica sucesso: 'Me preparei'

Após período sabático, Cristóvão Borges explica sucesso: ‘Me preparei’

Em entrevista, técnico fala sobre estudos após saída do Vasco, surpresa tricolor no Brasileiro e planos para o futuro


A principal reclamação contra os treinadores brasileiros é a falta de estudos. Muita transpiração e pouca inspiração.  Profissionais desatualizados e métodos antiquados. Quase um clichê. Cristóvão Borges não pode ser incluído neste meio. Responsável pela principal surpresa do início do Campeonato Brasileiro, o técnico do Bahia está um passo à frente. Após sair do Vasco, dedicou mais de seis meses a um grupo de estudos. Período sabático que começa a dar frutos. Resultados que, na visão do treinador, são apenas o prenúncio do que pode vir.

Cristóvão pode ser relacionado na lista da nova geração de treinadores do futebol brasileiro. Aos 54 anos, é um jovem na nova missão. O Bahia é o seu segundo trabalho. E sua chance de iniciar a mudança na avaliação dos técnicos do país.

- Acho que em qualquer profissão existe a necessidade de aperfeiçoamento, de reciclagem, de avaliação. Foi isso que fiz. Avaliei o que tinha acontecido comigo no período em que fiquei no Vasco. Na minha avaliação, precisava colocar algumas coisas em questão e fui buscar – declarou.

Técnico é o responsável por levar o Bahia à briga pelo G-4 da Série A do Brasileiro

Cristóvão é da terra. Soteropolitano. Baiano. Mais do que isso. Quis o destino que seu recomeço fosse no clube que o revelou. Cristóvão é mais do que baiano. Sabe o que é ser Bahia. E sabe o que é o Bahia.

- Comecei aqui, volto agora para poder ajudar o clube em um momento muito difícil. Todo mundo falava que o Bahia era sério candidato ao rebaixamento, e conseguimos reverter isso. Fizemos com que o Bahia hoje não seja lembrado no grupo que vai brigar para não cair, quando o Bahia começou o campeonato assim, em todas as listas de possíveis rebaixados. Conquistamos respeito, autoestima, confiança. Isso é bacana – comemora.

Cristóvão é a tranquilidade em pessoa. Nem mesmo durante os jogos muda muito seu estilo. Durante a última semana, viveu uma maratona de entrevistas. Jornais, televisões e rádios queriam saber do treinador qual o segredo deste Bahia. Atendeu a todos pacientemente. Muitas vezes, perguntas repetidas, mas com respostas claras e explicadas a cada um.

Assim foi nesta entrevista ao GE.COM. O treinador atendeu a equipe na última sexta-feira e falou sobre tudo. Nas próximas linhas, o torcedor encontrará respostas para o tratamento ao time, o que ele pensa sobre o futebol brasileiro, o preconceito por ser negro e nordestino, a euforia da torcida e os sonhos para o Bahia. Uma entrevista para ser lida ao melhor estilo Cristóvão Borges: com calma e serenidade.

Treinador elaborou grupo de estudos para evoluir profissionalmente

GE.COM: Depois que saiu do Vasco, você passou seis meses sem treinar nenhum clube. Em entrevistas recentes, você afirma que passou esse período estudando. O que exatamente foi alvo de seus estudos?

Cristóvão Borges: Eu estudei métodos de treinamento. Tenho um método de treinamento, claro, que é o que eu trabalhava no Vasco. Eu procurei aperfeiçoar esse método para atingir aquilo que penso do futebol, aquilo que quero que um time que treino faça. Eu vejo que aqui no Brasil, a gente precisa dar uma melhorada nessa questão. Fui justamente pesquisar e estudar treinamentos, olhar como se está treinando e jogando nos melhores campeonatos do mundo. Pesquisei bastante, li muito, assisti muitos vídeos. Justamente para isso. Me preparei, busquei aperfeiçoar meus métodos. Aí apareceu o Bahia.

Houve algum foco específico na parte técnica ou tática?

Foi geral. Tanto na parte técnica quanto tática. Para melhorar o desempenho do time, jogar com melhor qualidade, melhor nível, errando menos passes. Também para ter um posicionamento mais compacto, uma equipe mais disciplinada taticamente. Foi basicamente isto que busquei nos meus estudos

O que você via na fórmula antiga que você considerava que não estava certa ou que poderia melhorar?

Começa pelos passes. Aqui se troca poucos passes e se erra muito, algumas vezes passes fáceis. Claro que isso se deve também a qualidade dos campos no país. Acho que com as arenas mais modernas isso tende a melhorar. Já vimos que a qualidade do jogo melhora nesses estádios. Era o que me incomodava bastante. Outra coisa é questão de posicionamento, a forma que os times jogavam de forma mais espaçada. Queria que minha equipe jogasse em compactação, com as linhas mais próximas. Isso que eu desejo e para isso que eu trabalho.

Houve algum time que serviu de inspiração durante seus estudos?

Vários. Vários times de vários campeonatos. Nos melhores campeonatos ocupar os espaços é natural. A gente aqui no Brasil tem que fazer isso de melhor forma. Foi até bom ganhar a Copa das Confederações que a Seleção Brasileira fez muito isso de compactação.

Você fala da valorização dos passes, algo que a escola espanhola, com o Barcelona e a seleção, tem feito bastante. Eles serviram de referência?

A Espanha, pela qualidade de passe, mas não é único modelo. Temos o Bayern de Munique e o Borussia Dortmund, que também têm qualidade na troca de passes, intensidade de jogo, velocidade e força. São essas coisas que a gente procura aproximar. Trabalhar de uma forma aqui no Brasil com algumas coisas que eles fazem, adaptadas para a nossa realidade, para o estilo de nossos jogadores. Foi isso que fui estudar, para trazer algumas coisas que pudessem beneficiar meu trabalho daquilo que entendo que uma equipe pode fazer para jogar de forma eficiente.

'Estou muito contente que a resposta tem sido positiva', diz técnico sobre o Bahia

Você está satisfeito com o resultado?

Até então a resposta tem sido boa. Mas logicamente é muito mais do que isso. Estamos só no começo. O começo é animador. Estou gostando muito do que eu me preparei para fazer. E a assimilação dos jogadores, a aceitação, a aplicação disso tem me deixado muito motivado.

Você passou seis meses elaborando a parte teórica desses treinos, e já possui pouco mais de dois meses de aplicação da teoria na prática. Houve algo que você pensou que daria certo e quando chegou ao campo viu que não era bem assim?

Não, muito pelo contrário. Algumas coisas, como eram novas, adaptadas de coisas que vi de clubes de fora, eu precisava aqui no Brasil ver para confirmar. Estava na dúvida. Estou muito contente que a resposta tem sido positiva, tem acontecido conforme a gente planejou.

<<“Os treinadores brasileiros são muito bons. Acho que em qualquer profissão existe a necessidade de aperfeiçoamento, de reciclagem, de avaliação" - Cristóvão Borges>>

Recentemente o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, e o técnico Paulo Autuori criticaram os técnicos brasileiros, que estariam ultrapassados. Você concorda com esse pensamento?

Acho que tem um pouco de exagero. Os treinadores brasileiros são muito bons. Acho que em qualquer profissão existe a necessidade de aperfeiçoamento, de reciclagem, de avaliação. Foi isso que fiz. Avaliei o que tinha acontecido comigo no período que fiquei no Vasco. Na minha avaliação, precisava colocar algumas coisas em questão e fui buscar. É mais uma questão pessoal e acho que esse tempo parado foi muito bom. Vi que precisava aperfeiçoar, melhorar. Hoje estou satisfeito. Foi o maior investimento que eu poderia ter feito para a minha carreira.

Ser torcedor do Bahia ajudou nesse início de trabalho no Fazendão?

É uma consequência, algo natural, pela minha história e identificação que possuo com o clube. Comecei aqui, uma coincidência maravilhosa. Um grande presente. E também fico feliz disso tudo estar acontecendo aqui. Comecei aqui, volto agora para poder ajudar o clube em um momento muito difícil. Que ainda é um pouco difícil. Sinto hoje que até contribui para melhorar o Bahia.

Curioso que você foi revelado pelo Bahia, mas ficou muito pouco tempo no clube. Não chegou a virar ídolo e só começou a ser reverenciado agora, como treinador...

É identificação. Todo mundo sabe que comecei aqui. É minha raiz, sou daqui, sou baiano. Voltar aqui agora como treinador, com esse momento, e conseguir os resultados que são importantes para o clube. Sei que é por causa disso. Todo mundo está muito satisfeito, todo mundo muito feliz. Fico muito contente de estar acontecendo essas coisas boas, sabendo e prestando atenção por saber como é o futebol. Estou muito atento com isso e vou procurar continuar a trabalhar para que isso se mantenha por muito tempo.

O Vasco de Cristóvão Borges possui semelhanças com o atual Bahia. Elenco limitado, problemas financeiros. Você usa a experiência obtida no time carioca para contornar os problemas que aparecem no Tricolor?

Quando necessário, claro. Foi um ano enriquecedor. Aprendi muito, convivi com muitas dificuldades e mesmo assim consegui fazer um bom trabalho. Montar uma equipe muito competitiva, de alto nível, mesmo com todas as dificuldades. Foi uma experiência maravilhosa que me preparou para enfrentar todos os problemas. Hoje o que encontro pela frente já não me assusta, já passei por muitas dificuldades.

O que mudou do Cristóvão do Vasco para o Cristóvão do Bahia?

Depois desse período, a gente amadurece em todos os sentidos. Ter parado para estudar me deu mais segurança. Sou mais dono do meu trabalho. Conheço mais. Me enriqueceu. E hoje eu me sinto cada vez mais à vontade trabalhando.

Treinador do Bahia viveu maratona de entrevistas na última semana

Qual sua análise dos esquemas táticos utilizados no país e qual o time que você acha que joga o futebol mais moderno no Brasil?

O mais moderno, já há algum tempo, é o Corinthians. É o time mais atualizado. Em questões de esquema tático, joga-se aqui da mesma forma que se joga no mundo inteiro. A diferença é que eles podem se planejar, e fazem isso não só para um campeonato, mas para toda a temporada. Aqui a gente mexe, remexe, contrata o tempo inteiro, começa com um elenco e termina com outro. Essa diferença faz com que a gente tenha que se adaptar. Aqui a gente tem que adaptar sistema de jogo. Lá os times começam uma rodada e vão até a última com o mesmo sistema de jogo. Trabalham sempre assim, podem planejar. Aqui temos que adaptar a essas variações.

Você tem contrato até 2014. Pensa em fazer um planejamento semelhante para a próxima temporada? Preparar um elenco para o ano todo?

Todo começo de temporada se faz necessário. Aqui no Brasil é difícil você projetar ou planejar isso. Quando cheguei aqui no Bahia, o clube já tinha dividido o elenco por problemas com alguns jogadores [14 atletas foram afastados após a goleada por 7 a 3 sofrida para o Vitória, na primeira partida da final do Campeonato Baiano]. Vi o elenco e achei que o tamanho era suficiente. Agora vamos ter que aumentar um pouco por disputarmos a Sul-Americana. Se tivéssemos só o Brasileiro, o tamanho do elenco estaria ideal. Um elenco desse tamanho você consegue trabalhar e treinar de verdade todos os jogadores. Elenco grande você não consegue.

Quais as ambições para a Sul-Americana?

O Bahia vai dar passo a passo, um de cada vez. Aqui fomos juntos nos descobrindo e juntos nossos sonhos estão se modificando. Aumentando. Nossos sonhos serão do tamanho daquilo que vamos apresentar. Não precisamos ter ansiedade. Precisamos fazer bem, fazer direito. E a partir daquilo que fizermos, poderemos aumentar a passada.

<<A torcida do Bahia é nossa força. É uma torcida apaixonada quando está bem, joga junto, empurra o time, intimida o adversário" - Cristóvão Borges>>

Por falar em sonho, a torcida parece finalmente ter se livrado do longo pesadelo do primeiro semestre. Acha que os torcedores podem sonhar alto no Campeonato Brasileiro?

A torcida sempre acelera mais do que a gente no sonho, no pensamento, no desejo. A gente não pode acompanhar a torcida. Mas ficamos contentes que eles sentem que podem mais do que já puderam em um passado recente. A gente queria isso. Faz parte de um dos resgates que tínhamos que ter. A torcida do Bahia é nossa força. É uma torcida apaixonada quando está bem, joga junto, empurra o time, intimida o adversário. Conseguimos isso com atitude, entrega e grandes resultados. Estamos muito felizes da torcida estar voltando.

A torcida já diz até que o Cristóvão é o futuro técnico da Seleção. Você enquanto profissional sonha com isso?

Não tenho necessidade de sonhar com isso agora. Minha necessidade agora é ver acontecer aquilo que penso e para o que me preparei. Por isso tive propostas e não fui. Estou vendo as coisas acontecerem aqui. Preciso que isso continue para me dar segurança de que o que penso é possível. Não tenho pressa de nada. Quero fazer tudo bem feito, com o Bahia bem e fazendo um grande campeonato. Se fizermos um grande campeonato, tudo que vier a seguir será coisa boa.

Você é nordestino e negro. Muito se fala no preconceito contra técnicos com essas duas características. Você já sofreu por isso?

Não tinha pensado como nordestino, mas sim como negro. O que senti é que a tolerância por ser negro é menor. Isso é verdadeiro. Eu não tenho dificuldade. Não vou parar para ficar reclamando de nada. O que importa para mim é estar preparado. Quero aprender, busco estudar, estar preparado, isso para mim é importante. Para mim, a maior ajuda para a quebra dessas coisas é eu dar certo. E para eu dar certo tenho que estar preparado, as coisas acontecerem, fazer um bom trabalho e todo mundo reconhecer. Por isso é que tive propostas muito interessantes e não saí. A resposta que estou tendo aqui está valendo mais que qualquer coisa e tenho consciência disso.

<<O que senti é que a tolerância por ser negro é menor. Isso é verdadeiro. Eu não tenho dificuldade. Não vou parar para ficar reclamando de nada. O que importa para mim é estar preparado" - Cristóvão Borges>>

Em entrevista recente você disse que foi procurado por quatro clubes quando já estava no Bahia. Um é o Fluminense, o outro o Grêmio. Quais os outros dois?

(Risos) Já aconteceu. Já foi. Os clubes já têm treinadores, não posso ficar falando nisso. Mas para foi muito bacana. Não deixa de ser um reconhecimento. É muito pouco tempo, mas reconhece-se que o trabalho aqui seria muito difícil. Todo mundo falava que o Bahia era sério candidato ao rebaixamento e conseguimos reverter isso. Fizemos que o Bahia hoje não seja lembrado no grupo que vai brigar para não cair. Quando o Bahia começou o campeonato assim, em todas as listas de possíveis rebaixados. Conquistamos respeito, autoestima, confiança. Isso é bacana.

Você prometeu uma vez que o Bahia voltaria a ser o Bahia. Acha que já conseguiu fazer isso?

Começou a voltar. Logicamente que em futebol tem que se estar confirmando sempre. Mas, com toda certeza, todos os times que vierem jogar contra o Bahia vão se preocupar mais do que se preocupavam antes. Isso significa que ganhamos respeito.

A torcida reclamou muito no início da temporada com a venda de Gabriel, principal destaque do time. Agora, Anderson Talisca desponta como uma promessa e já é apontado como provável substituto do antigo xodó. Você vê esse potencial nele?

Me preocupa demais isso. Só vai acontecer se nós o ajudarmos. Eu como treinador, o clube, a imprensa, a torcida ter paciência. Não só com ele, mas com o Madson, o Diego, o Feijão, o Jussandro. Se a gente tiver paciência e entender que eles são jogadores de alto potencial, talentosos, mas que são jovens, oscilam e estão em busca de experiência, eles vão dar certo. Não podemos prescindir de talentos como os desses garotos. São jogadores de muito potencial.

O elenco do Bahia é recheado de jovens promovidos recentemente das categorias de base. Existe algum trabalho especial com eles da sua parte?

Não só no campo, mas também muita conversa. A minha origem é a mesma deles. Já tive a idade deles. Sei muita coisa que eles vão passar. Procuro passar muita experiência para eles. Principalmente por jogarem em um time de massa, que é sempre pressão, cobrança, é assim. Para que se adaptem e entendam isso da melhor forma possível. Só dessa maneira eles podem dar certo. Se forem bem tratados e tiverem todo o amparo possível, eles têm grandes chances de dar certo.

Você se enxerga em alguma dessas jovens promessas?

Me enxergo em cada um deles. Em algum momento já passei pelo que eles passaram. Me enxergo no caminho, no medo, na insegurança. Sei o que eles estão passando. Já passei por isso também.

Ítalo Melo é uma das apostas do treinador do Bahia

Você falou que se o Talisca tiver acompanhamento pode ir longe. Algum outro jogador tem esse potencial no elenco do Bahia?

O Ítalo Melo. Grande jogador. Um talento. Ele precisa de alguns trabalhos. Não só de atenção. Ele é franzino. Tem muita qualidade técnica, muita habilidade, precisa de uma rodagem maior para desempenhar no jogo o que é pesado no nível que ele vai encarar agora.

Ele é a grande promessa para a próxima temporada?

Com certeza. Não tenho a menor dúvida disso.

O americano Freddy Adu foi contratado como uma grande estrela internacional pelo Bahia. Como tem visto o desempenho dele nos treinamentos?

Avalio ele com os outros. Ele está aí brigando, a concorrência é grande. Isso eu gosto muito, ajuda no crescimento do grupo. Ele está brigando com os outros. A concorrência é dura, principalmente no setor que ele joga.

Apesar de americano, ele já está muito ambientado ao Bahia. Já até xinga em português durante os treinos...

Ensinaram só o que não presta para ele. Aprendeu muito rápido. Na última semana tiveram até que dar uma dura nele, que está demais. Vai ter que ser reeducado. Mas o mais bacana é que ele é descontraído. Isso facilitou na adaptação dele. Todo mundo brinca com ele. Se sente brasileiro e baiano. Está muito à vontade, em casa.

Você passou muito tempo longe da Bahia. Do que sentiu mais falta?

Senti falta de minha família, dos meus amigos. Profissionalmente da torcida do Bahia. Jogar com uma torcida dessa a favor é fantástico. Nas minhas férias sempre vinha pra cá. Com o tempo vim menos e sentia falta de estar na Bahia.

Quais são os planos de futuro?

Estou em paz. Estou tranquilo. Meus planos são para o Brasileiro, para a Sul-Americana. Ver o Bahia ir bem nessas duas competições e ser reconhecido. Isso é tudo que precisamos. É tudo o que eu preciso. Se isso acontecer, pode ter certeza que só vai vir coisa boa.


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Fonte: Raphael Carneiro e Thiago Pereira/ GE.COM

Fotos: Raphael Carneiro, Divulgação / E.C. Bahia e Thiago Pereira