Goulart e Ribeiro comandam virada, Cruzeiro bate Bahia e mantém vantagem
Convocados para amistosos, meias voltam ao time, que consegue vitória após susto e continua a sete pontos do São Paulo. Tricolor é o lanterna
DESTAQUES DO JOGO
- Nível seleção
Decisivos
Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart deram mostras do porquê terem sido convocados por Dunga. No 2º tempo, entraram em ação e comandaram a virada do Cruzeiro.
- Bloqueio
Tranquila
A pressão costumeira celeste no início dos jogos, atuando no Mineirão, não aconteceu. Culpa da defesa do Bahia, que foi muito bem no primeiro tempo.
- Decisão
Antecipada
A Raposa alcançou 46 pontos na liderança, mantendo sete pontos de vantagem para o São Paulo, em segundo e próximo adversário celeste, no domingo.
O Cruzeiro precisou mais do que inspiração para vencer o Bahia por 2 a 1, de virada, na noite desta quinta-feira, no Mineirão, no returno do Campeonato Brasileiro. O futebol vistoso apresentado ao longo da competição deu lugar à garra e à raça dos jogadores, que tiveram que transpirar a camisa para superar as dificuldades encontradas no primeiro tempo e conseguir o resultado no segundo, quando entraram perdendo. A reviravolta veio dos pés dos recém-chegados dos amistosos da Seleção nos Estados Unidos: Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart. O gol do Bahia foi marcado por Rafael Miranda, na primeira etapa
O meia marcou de pênalti, enquanto Ricardo Goulart fez o gol do triunfo, após tabela com Moreno. O gol baiano foi marcado por Rafael Miranda, que chutou da entrada da área e marcou para os baianos. O público pagante foi de 20.861, e proporcionou renda de R$ 767.253,00.
O resultado deixa o Cruzeiro disparado na liderança do Brasileirão com 46 pontos, sete mais que o vice-líder São Paulo, próximo adversário da equipe celeste, no domingo, às 16h (de Brasília), no Morumbi. No mesmo dia e horário, o Bahia, que segue na lanterna com apenas 15 pontos recebe o Figueirense, no Estádio Joia da Princesa, em Feira Santana-BA.
Partida foi muito disputada, com o Bahia surpreendendo no 1º tempo
O jogo
O Cruzeiro começou o jogo usando as armas que habitualmente o fazem encurralar o adversário, e abrir vantagem no placar, quando joga no Mineirão. Mas, ao contrário das partidas e dos adversários anteriores, o Bahia conseguiu criar um bloqueio defensivo que criou imensas dificuldades para o atual líder da competição. Tanto que as melhores chances dos mineiros na etapa inicial – duas bolas no travessão – foram em lances de bola parada. Ao perceber que sua missão defensiva estava sendo bem cumprida, o Bahia resolveu se arriscar no ataque e acabou sendo premiado com um gol, marcado por Rafael Miranda, aos 29 minutos. Em vantagem, a equipe recuou ainda mais e intensificou a marcação, o que fez com que levasse o 1 a 0 para o vestiário.
No segundo tempo, a postura do Cruzeiro teve de ser aguda para buscar a virada e manter a vantagem na liderança. O goleiro Marcelo Lomba já havia feito um milagre numa cabeçada de Manoel, quando o gol da Raposa saiu. Éverton Ribeiro cobrou pênalti e empatou, em lance muito contestado pelos jogadores do Bahia. Titi acabou expulso. Com um a mais em campo, o domínio do Cruzeiro ficou ainda maior, e o jogo virou ataque contra defesa. No lance seguinte após grande susto em um chute de Railan, os mineiros tomaram a diante do placar, com Ricardo Goulart, após passe de Marcelo Moreno. Os dois são artilheiros do Brasileirão com 10 gols. O final da partida foi fraco em emoções, com o Cruzeiro segurando a vantagem que tanto suou para conseguir, e que veio no talento de seus dois jogadores, que também vestem a amarelinha da Seleção Brasileira.
O melhor: Ricardo Goulart – Mesmo tendo enfrentado desgastante viagem de volta dos Estados Unidos, junto com Everton Ribeiro, foi destaque, ao sofrer o pênalti e marcar o segundo gol, sendo decisivo na construção de uma difícil e importante vitória.
O pior: Titi – O zagueiro do Bahia não estava mal, mas demonstrou pouco controle emocional no lance do pênalti marcado de Guilherme Santos sobre Ricardo Goulart. Titi reclamou acintosamente, levou o amarelo, aplaudiu o árbitro Marcus Mateus Pereira e foi expulso, deixando seu time com 10.
A chave do jogo: Empate no recomeço do jogo. Depois de perder, por 1 a 0, no primeiro tempo, o Cruzeiro voltou disposto a reagir logo e foi bem-sucedido em sua tarefa. Conseguiu um gol de pênalti, aos 8 min, e não desanimou em busca do ataque e evitou o sufoco do final, com gol de Everton Ribeiro, aos 25 min.
Toque dos técnicos:Gilson Kleina cumpriu o que havia prometido: um time equilibrado, que iria procurar jogar com a bola, além de fazer uma marcação agressiva. "Se abdicar de jogar, a gente vai sofrer pressão", afirmou o treinador do Bahia, pouco antes do início do jogo. E o Bahia conseguiu defender e atacar com qualidade, evitando dessa forma ser pressionado pelo Cruzeiro, como acontece frequentemente nos jogos no Mineirão. No intervalo, Marcelo Oliveira contra-atacou, tirou Marquinhos, pouco inspirado, e colocou Alisson, dando mais velocidade e opções de jogada pelos lados ao time celeste. Mais ousada ainda foi a entrada de Dagoberto na vaga do volante Henrique.
Para lembrar:
Selecionáveis celestes em campo. Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, que participaram da 'excursão' da seleção brasileira aos Estados Unidos, quando venceu Colômbia e Equador, ambos os jogos por 1 a 0, foram escalados como titulares contra o Bahia, numa demonstração de que Marcelo Oliveira não quer dar qualquer tipo de chance aos oponentes na disputa pelo título brasileiro. Lucas Silva, que estava na seleção brasileira olímpica, também foi escalado.
Mudança no ataque cruzeirense. O técnico Marcelo Oliveira optou por poupar Willian, escalando Marquinhos desde o início. "O Willian vinha jogando seguidamente, o Alisson voltando da seleção olímpica e o Marquinhos descansado e treinando bem", justificou o treinador celeste.
Bahia desfalcado.Sem poder contar com nove titulares, o técnico Gilson Kleina foi obrigado a mudar o esquema do Bahia, que entrou em campo no 4-3-3. Na lanterna do Brasileirão, a equipe baiana precisava vencer para deixar pelo menos a última colocação.
Minuto de silêncio para 'Tião das Rendas'. Antes de a bola rolar, houve um minuto de silêncio em homenagem ao radialista Sebastião Pereira de Jesus, 70 anos, mais conhecido como 'Tião das Rendas', figura folclórica do futebol mineiro, que fazia estimativa e confirmava público e renda nos jogos em Belo Horizonte para a Rádio Itatiaia.
Artilheiro inesperado.Jogador revelado pela base do Atlético-MG, arquirrival do Cruzeiro, o volante Rafael Miranda marcou, contra o líder Cruzeiro, seu primeiro gol no atual Brasileirão. Fazer gol nunca foi o forte do jogador, que fez apenas quatro tentos pelo time atleticano em 153 partidas.
Goulart se iguala a Moreno - Com o gol marcado, o meia-atacante Ricardo Goulart se igualou ao companheiro Marcelo Moreno na artilharia do Brasileiro, ambos com 10 gols.
Cruzeiro 2 x 1 Bahia
Campeonato Brasileiro 2014 – Série A – 20ª Rodada
Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 11 de setembro de 2014, quinta-feira
Horário: 20h30 (de Brasília)
Árbitro: Marcos Mateus Pereira (MS)
Assistentes: Eduardo Gonçalves da Cruz (MS) e Cícero Alessandro de Souza (MS)
Renda: R$ 767.253,00
Público: 20.861 pagantes
Cartões amarelos: (Cruzeiro) Henrique (Bahia) Léo Gago, Guilherme Santos, Fahel, Titi
Cartões vermelhos: Bahia: Titi, Fahel
Gols: Cruzeiro: Everton Ribeiro 8’ 2º T e Ricardo Goulart 26’ 2º T; Bahia: Rafael Mirada 29’ 1º T
Cruzeiro: Fábio; Mayke, Léo, Manoel e Ceará; Henrique (Dagoberto), Lucas Silva, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart (Nilton); Marquinhos (Alisson) e Marcelo Moreno
Técnico: Marcelo Oliveira
Bahia: Marcelo Lomba; Railan, Lucas Fonseca, Titi e Guilherme Santos; Fahel, Rafael Miranda e Léo Gago; Rhayner (Branquinho), Rafinha (Willian Barbio) e Maxi (Alessandro)
Técnico: Gilson Kleina
[**SCOUT**]
ATUAÇÕES
Titi prejudica o Bahia
Zagueiro do Tricolor é expulso de forma infantil e permite facilidade ao adversário para virar
MARCELO LOMBA - GOLEIRO
Falhou em escanteio que Manoel cabeceou na trave logo no início do primeiro tempo. Ao longo do jogo, foi inseguro nos cruzamentos. Fez uma grande defesa na segunda etapa, em cabeçada de Manoel. Nos gols, não pôde fazer nada.
Nota: 6,5
RAILAN - LATERAL-DIREITO
Correu bastante, saiu na boa e levou vantagem no duelo com Ceará. Com Marquinhos teve um pouco mais de trabalho na defesa, mas se saiu bem, dificultando a ida do meia para a linha de fundo. Sempre foi uma boa opção e quase marcou um gol na segunda etapa.
Nota: 7,0
LUCAS FONSECA - ZAGUEIRO
Marcou homem a homem Marcelo Moreno na área do Bahia. Na primeira etapa, vacilou feio em um lance deixando o jogador do Cruzeiro solto e por pouco o adversário não marcou, mas pecou na pontaria. Teve dificuldade, levou sorte em outros lances, mas não foi mal.
Nota: 6,0
TITI - ZAGUEIRO
Estava bem. Rebateu bastante, jogou com seriedade e não deu chance para os cruzeirenses invadirem a área no primeiro tempo. No momento do pênalti para o Cruzeiro foi expulso de forma infantil ao reclamar e, posteriormente, aplaudir o árbitro. Prejudicou completamente a sua atuação e a de sua equipe, que sofreu a virada.
Nota: 3,5
GUILHERME - LATERAL-ESQUERDO
Insistente nas jogadas de ataque e muito atento às subidas de Mayke. Veloz, se esforçou bastante para conter o ímpeto do Cruzeiro em seu setor. Fez o cruzamento para o gol de Rafael Miranda. Foi afobado e cometeu pênalti em Goulart, lance que mudou o jogo.
Nota: 6,0
RAFAEL MIRANDA - VOLANTE
Exerceu um papel tático importantíssimo. Conseguiu dificultar a vida dos meias do Cruzeiro, principalmente Éverton Ribeiro. Apareceu bem na área para finalizar e marcar o gol do Bahia. No fim, cansou e não conseguiu mais acompanhar o meio ofensivo do adversário. Acabou caindo de produção.
Nota: 6,5
FAHEL - VOLANTE
Só parou as jogadas do Cruzeiro com falta. Deu espaços para Ricardo Goulart. Ainda tomou um amarelo bobo, ao chutar a bola para longe depois da jogada ser parada. Deslocado para a zaga, falhou na marcação de Goulart no gol da virada do Cruzeiro.
Nota: 4,0
LEO GAGO - VOLANTE
Meio perdido no posicionamento, deixou alguns espaços no meio. Não foi tão perigoso nos chutes de longe, sua característica. Poderia ser mais ousado nos passes, aproveitando a velocidade dos atacantes.
Nota: 5,5
RAFINHA - ATACANTE
Muita movimentação, caindo pelos dois lados. Deu um ótimo passe para Maxi na primeira etapa sair na cara do gol. Não foi brilhante, mas buscou muito o jogo e, com dribles e velocidade, soube abrir espaços na defesa do Cruzeiro.
Nota: 6,5
WILLIAM BARBIO - ATACANTE
Entrou no lugar de Rafinha. Correu muito. Errou ainda mais nos passes e na condução de bola.
Nota: 4,5
MAXI BIANCUCCHI - ATACANTE
Errou demais na partida. Não se omitiu, mas jogou mal, não conseguiu dar prosseguimento às jogadas.
Nota: 5,0
ALESSANDRO - ATACANTE
Entrou na vaga de Maxi. Com o time recuado, não conseguiu tocar na bola.
Nota: 5,5
RHAYNER - ATACANTE
Foi mais visto marcando as subidas de Mayke. Ficou devendo demais no ataque. Encostou pouco na frente. Quando apareceu de surpresa, levou perigo em cabeçada.
Nota: 5,5
BRANQUINHO - MEIA
Entrou no lugar de Rhayner. Outro que entrou quando o Cruzeiro tinha completo domínio, pouco pôde fazer para ajudar. Teve a chance numa cobrança de falta próxima à área, mas cruzou muito mal, direto para fora.
Nota: 5,5
Programação
Tricolor precisa se reabilitar em ‘casa’
Após perder para o Cruzeiro, o Bahia retorna para jogar em seus domínios. Mesmo sendo em Feira de Santana.
Os jogadores só farão uma atividade para encarar o Figueirense.
O Esquadrão continua na última colocação do Campeonato Brasileiro 2014 da Série A
Sexta-feira (12) – 10h20: Desembarque previsto em Salvador;
Sábado (13) – 09h: Treino, Fazendão;
Domingo (14) – 16h: Jogo contra o Figueirense, no Joia da Princesa.