Daniel Alves: lateral direito sai de Salitre, distrito de Juazeiro, para brilhar na Seleção
Atualmente brilhando no Barcelona e na Seleção, Dani se considera iluminado
Estádio Ellis Park, em Joanesburgo, capital da África do Sul. O Brasil e a seleção da casa, comandada por Joel Santana, disputam vaga na final da Copa das Confederações, naquele 25 de junho de 2009.
Jogo apertado e empatado em 0x0 até os 41 minutos do segundo tempo. Ramires sofre falta na risca da grande área. Daniel Alves, que havia acabado de entrar, pega a bola cheio de confiança e vai para a cobrança. Perfeito. O baiano de Juazeiro fazia 1x0 e classificava o Brasil para a final da competição, conquistada em cima dos Estados Unidos.
Naquela ocasião, Daniel Alves era reserva de Maicon e utilizado por Dunga com frequência no meio-campo. Hoje, o lateral do Barcelona é titular absoluto da sua posição e vai em busca do seu segundo título das Confederações.
Dos 23 chamados por Felipão, o baiano é o segundo com mais apresentações pelo Brasil. São 84 convocações e 63 jogos. Foram cinco gols marcados com a camisa canarinho. Daniel Alves só perde para o goleiro Júlio César, que foi chamado 104 vezes e jogou em 67 oportunidades.
Para chegar até aqui, Daniel ralou. Criado em Umbuzeiro de Salitre, povoado a 30km de Juazeiro, o menino se dividia entre duas atividades: ajudar o pai nas plantações de tomate e cebola junto com os seus quatro irmãos; e estudar. Mas nos intervalos, a distração era uma só: o futebol. Nada de gramados perfeitos como o do Camp Nou, onde se acostumou a jogar com a camisa do Barcelona. O campinho no fundo de casa era de terra batida.
No amador, Daniel começou como atacante. Era titular do Palmeiras de Juazeiro, time montado pelo próprio pai, Seu Domingos. O desempenho lá no ataque não era dos melhores. Foi na escolinha de Bartolomeu Monteiro, o Caboclinho, que virou lateral.
Aos 13 anos, entrou para o juvenil do Juazeiro. Dois anos depois, veio para Salvador e passou a morar nas categorias de base do Bahia. Foi aí que a carreira deslanchou.
O destino resolveu dar uma forcinha para o menino de Juazeiro. Na véspera do jogo contra o Paraná, pelo Brasileiro, dia 11 de novembro de 2001, o técnico Evaristo de Macedo perdeu os dois laterais-direitos por contusão. Aí, mandou chamar o menino do júnior.
Daniel arrebentou. Sofreu um pênalti e deu uma assistência na vitória tricolor por 3x0, na Fonte Nova. Difícil segurar o garoto em Salvador. No ano seguinte, foi emprestado ao Sevilla por US$ 500 mil. Em 2003, logo após se sagrar campeão Mundial sub-20 com a seleção, foi vendido em definitivo para o time espanhol por mais US$ 1,4 milhão - o que o espanhóis chamaram de “preço de banana”.
Colecionador
Na Europa, Dani Alves, como passou a ser chamado, se acostumou a colecionar troféus e mostrar o seu lado fashion. Cada aparição pública reserva um modelito mais extravagante que o outro. Pelo Sevilla, conquistou a Liga Europa duas vezes, a Supercopa da Espanha, a Supercopa da Uefa e a Copa do Rey.
Em 2008, o Barcelona pagou 35 milhões de euros pelo lateral-direito. E os títulos só aumentaram. Destaque pra Liga dos Campeões e o Mundial de Clubes, em 2009 e 2011.
Na Seleção, Dani Alves debutou no amistoso contra o Kwait, em outubro de 2006. O Brasil venceu por 4x0. Na Copa de 2010, foi reserva de Maicon. Agora, está pronto pra assumir e brilhar com a camisa 2.
Fonte: Cecílio Angelico - Correio da Bahia
Foto: ECB – Divulgação