Joia do Bahia deixa ataque e vira candidato a sucessor de Roberto Carlos
Pará marcou no fim e salvou Bahia de derrota para o Vitória no domingo, pelo Campeonato Brasileiro
Num clube em que Anderson Talisca vira Yaya Talisca, Rhayner é chamado de Wayne Rhayner e Fahel assume a identidade de Fahelbregas, Pará é apenas... Pará. Essa situação pode mudar em breve, no entanto. O jovem jogador de 18 anos conquistou definitivamente a torcida tricolor no último fim de semana, ao marcar o gol de empate do Bahia no clássico Ba-Vi, na Arena Fonte Nova. Na seleção da Bola de Prata, premiação da revista Placar em parceria com os canais ESPN, ele é o melhor lateral-esquerdo do Brasileiro.
E isso com apenas 12 jogos como profissional.
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Pará não era a primeira opção de Marquinhos Santos para a posição. Não era a segunda. Nem tampouco a terceira. Ainda assim, conseguiu cavar um lugar no time e dificilmente perderá a vaga assim que o então titular Guilherme Santos voltar do departamento médico.
Até aqui, com quatro rodadas de campeonato, Pará tem nota 6,5 e desbanca nomes como Carlinhos, do Fluminense, e Fábio Santos, do Corinthians.
A ascensão meteórica do fã de Roberto Carlos é tamanha que a diretoria do clube resolveu blindar a sua promessa e preferiu não permitir nesse momento que ele concedesse entrevistas ao ser procurada pelo ESPN.
Nascido em Capanema, no nordeste paraense, Pará era Anderson Ferreira da Silva até a sua chegada ao Fazendão vindo do Remo, no fim de 2012. Em seu ex-time, contudo, não deixou saudades aparentemente. Perguntado pela reportagem sobre a revelação local, o diretor de futebol da equipe Henrique Custódio não se recordou do atleta.
"Quem é mesmo?", reagiu.
Não surpreende. No próprio Bahia, o atleta não figurava entre os mais conhecidos até meses atrás. A situação está mudando.
Na última semana, os dirigentes tricolores anunciaram a renovação de seu contrato até 2017. Ele segue, ainda assim, morando no alojamento dos profissionais e recebia até o começo do mês um salário que não ultrapassava os R$ 2 mil. O clube teve a visita neste ano de Maurício Coppertino, auxiliar do coordenador das categorias de base da CBF, Alexandre Gallo, e já indicou o nome do lateral para acompanhamento da entidade.
Até aqui, ele ainda não foi chamado. A seguir assim, uma questão de tempo.
"Ele tem uma maturidade impressionante, protege bem na defesa e tem o timing de chegar à frente nos momentos mais importantes. O natural seria ser mais afoito, mas não é o caso. O grupo todo gosta dele, o Marcelo Lomba e o Titi, por exemplo, o abraçaram por sua própria postura", afirma o gerente de base tricolor Nelsinho Góes ao ESPN.
A nova joia chegou ao Fazendão depois de ter mudado de posição. Com 1,67m e 70kg, trocou o ataque pela lateral em um momento de autocrítica. "Na verdade, eu virei lateral mais pela estatura. Vi que de atacante era um pouco difícil jogar e mudei de posição. Já cheguei no Bahia como lateral mesmo. No Remo que mudei a posição", explicou.
Não dá para dizer que a mudança não foi acertada. Para quem atuava na frente até recentemente, Pará carrega números que impressionam. Segundo dados do Footstats, ao ser atacado, ele não se assusta: fez 12 desarmes, lidera as estatísticas na equipe e ocupa a 17ª posição no campeonato. Na hora de subir, no um contra um, não desaponta também: é o 33º que mais dribla.
Pediu para parar Pará, parou? Ninguém arrisca.
Fonte: ESPN
Foto: Gazeta Press