Postado por - Newton Duarte

De ponta a ponta: Rosberg vence GP de Mônaco; Massa é sétimo

Rosberg "ignora" Hamilton, vence em Mônaco e retoma ponta do Mundial

Após polêmica pole, alemão vence de ponta a ponta. Em corrida de recuperação, Massa termina em 7º após largar em 16º. Bianchi marca primeiros pontos da Marussia

Em uma pista tão estreita como as ruas do Principado de Mônaco, largar na frente é um grande passo para a vitória. E a polêmica pole position que Nico Rosberg conquistou no treino de sábado, sob a suspeita de que teria errado propositalmente no fim para atrapalhar Lewis Hamilton, acabou sendo vital. Era grande a expectativa para saber como iam se comportar os amigos (ou seriam desafetos?) da Mercedes. Mas o alemão não deu chances para qualquer aproximação. Manteve a primeira posição na primeira curva e administrou o britânico pelos retrovisores ao longo de toda a prova para vencer de ponta a ponta. Seu trabalho ficou ainda mais fácil no fim, quando Hamilton alegou um problema no olho esquerdo, perdeu rendimento e foi se preocupar em segurar Daniel Ricciardo, da RBR, para manter a segunda posição. Foi a quinta dobradinha das "Flechas de Prata" em seis etapas, consolidando o melhor início de temporada de uma equipe na história da F-1, superando a McLaren de 1988 de Ayrton Senna e Alain Prost.

"Não somos amigos", dispara Hamilton sobre relação com Rosberg após corrida

Participe e ganhe:

Leia o regulamento e cadastre-se no #UTBnaCOPAenoCORAÇÃOe participe do maior ‘JABÁ’ que o Futebol Baiano já viu

Vem aí: #NaCopaComTorcidabahia.com

Nico Rosberg comemora muito sua segunda vitória nas ruas do Principado

Com sua segunda vitória na temporada, Rosberg quebrou a série invicta de quatro provas de Hamilton, subiu para os 122 pontos e retomou a liderança do campeonato, quatro pontos à frente do parceiro de time. Criado em Monte Carlo, Nico chegou também ao segundo triunfo consecutivo na mais charmosa prova do calendário. Um feito com sabor especial para o alemão de 28 anos, que com cinco vitórias na carreira, igualou o pai – e ídolo – Keke Rosberg, campeão mundial de 1982.

Após quatro vitórias seguidas, Lewis Hamilton foi batido por Rosberg em Mônaco

Já Felipe Massa fez uma bela corrida de recuperação. Após o azar de ter sido tirado do treino classificatório, o brasileiro da Williams largou em 16º, foi galgando posições e cruzou a linha de chegada em sétimo. Com os seis pontos marcados, Massa subiu para a 11ª colocação no Mundial, com 18, deixando para trás Kimi Raikkonen, seu substituto na Ferrari, com 17. À frente de Massa chegaram Fernando Alonso (Ferrari), em quinto, seguido por Nico Hulkenberg (Force India) e Jenson Button (McLaren).

Felipe Massa fez boa corrida de recuperação e fechou na zona de pontuação

Com Bianchi, Marussia marca seus primeiros pontos na história

Mas a grande surpresa da prova ficou por conta de Jules Bianchi. No melhor estilo “come-quieto”, o promissor francês largou em 21º (havia perdido cinco posições por trocar o câmbio), foi ganhando posições com abandonos e ultrapassagens e levou a “nanica” Marussia, pela primeira vez na história, à zona de pontuação. Bianchi havia cruzado em oitavo, mas teve 5s acrescidos em seu tempo em razão de uma punição. Mesmo perdendo uma posição para Romain Grosjean, o francês deixou sua marca na história. Kevin Magnussen (McLaren) fechou o top 10. Bem mais atrás, em 14º, o companheiro de Bianchi na Marussia, Max Chilton, completou sua 25ª corrida consecutiva, quarta maior marca da categoria.

Marussia comemora muito seus primeiros pontos, conquistados por Jules Bianchi

Prova recheada de abandonos e acidentes

Como de costume, os guard rails de Monte Carlo não passaram impunes. Batidas foram “estreladas” por Esteban Gutiérrez (Sauber), Adrian Sutil (Force India) e Sergio Pérez (Force India). Vários pilotos também abandonaram, mas com problemas: Pastor Maldonado (Lotus) sequer largou; Sebastian Vettel - em sua 100ª corrida na RBR - voltou ver o motor de seu carro falhar; Bottas deixou a prova com problemas na Williams, assim como a dupla da STR, Jean-Eric Vergne e Daniil Kvyat. Quem não chegou a abandonar por batida mas teve um dia complicado foi Kimi Raikkonen. O finlandês da Ferrari tinha boas chances de subir ao pódio, mas foi tocado por Max Chilton (Marussia) durante um período de Safety Car e furou um pneu. Já no meio do pelotão, faltou frieza para o “Homem de Gelo”, que se enroscou com Marcus Ericsson (Caterham) e Magnussen, e terminou apenas em 12º. Como consolo, anotou a melhor volta da prova: 1m18s479, na 75ª das 78 voltas. A Fórmula 1 dá uma pausa na “temporada europeia” para dar um pulo na América do Norte para o GP do Canadá, de 6 a 8 de junho, válido pela sétima etapa do campeonato.

A corrida

Apesar de toda tensão, Hamilton e Rosberg não se estranharam na curva St. Devote. Vettel passou Ricciardo e subiu para terceiro. Quem largou bem foi Raikkonen, que deu o bote em Alonso e Ricciardo e subiu para quarto. Partindo de 16º, Massa ganhou três posições e pulou  para 13º. Pérez e Button ressuscitaram a rivalidade de 2013 e se estranharam, pior para o mexicano da Force India, que bateu e abandonou. O acidente provocou a entrada do Safety Car por três voltas. Com problemas na Lotus durante a volta de aquecimento, Maldonado sequer largou.

Vettel volta a ter problemas

Na relargada, Rosberg manteve a ponta à frente de Hamilton. Vettel, mais uma vez, enfrentou problemas de potência do motor e foi ultrapassado por diversos carros, seguindo para os boxes e voltando em último. Poucas voltas depois, o alemão teve mais problemas: seu câmbio ficou travado na primeira marcha. Mesmo recuperando a potência, o tetracampeão foi ordenado pela RBR a recolher o carro para a garagem. Com isso, Raikkonen passou para terceiro, seguido por Ricciardo, Alonso, Magnussen. Massa já era o 12º, logo atrás do companheiro de Williams, Bottas.

Com 15 das 78 voltas completadas, Rosberg administrava a liderança, com pouco menos de 2s de vantagem para Hamilton. A dupla da Mercedes já tinha colocado 6s de diferença para o terceiro, Kimi. Com problemas em sua STR, Kvyat foi mais um a abandonar. Assim, Massa subiu para 11º.

Massa é único a não parar no Safety Car

Na volta 25, Sutil – que vinha fazendo belas ultrapassagens na curva do Grand Hotel – perdeu o controle de sua Sauber na saída do túnel e bateu sozinho, na parte interna do guard rail. A batida do alemão provocou a segunda entrada do carro de segurança.

A maioria dos competidores aproveitara o período de bandeira amarela para fazer seus pit stops. Exceto Felipe Massa, que preferiu arriscar e optou por seguir na pista, subindo para a sexta colocação, atrás de Rosberg, Hamilton, Raikkonen, Ricciardo e Alonso. O finlandês da Ferrari, no entanto, foi tocado pela Marussia de Chilton, teve um pneu furado e precisou voltar aos boxes, prejudicando totalmente sua corrida. Com isso, o brasileiro da Williams passou para quinto.

Com 45 voltas, Hamilton seguia acompanhando de perto o líder Rosberg. Dez segundos depois vinha Ricciardo, logo à frente de Alonso. Em quinto, Massa resistia bravamente com os pneus supermacios, com os quais havia largado. Ele foi para os boxes no giro seguinte, e retornou à pista na 11ª posição, três atrás de Bottas, o oitavo.

Bottas comanda "trenzinho", mas quebra

Com poucas disputas no pelotão da frente, a grande atração da prova passou a ser o “trenzinho” comandado por Bottas. O finlandês da Williams era acompanhado de perto por Gutiérrez, Raikkonen e Massa. Mas a “cabine do maquinista” Bottas acabou "fumando". Com o motor estourado, o companheiro do  brasileiro ficou parado na curva do Grand Hotel. Assim, Gutiérrez passou para oitavo, Kimi para nono e Massa voltou à zona de pontuação. Os fiscais agiram rápido e o guindaste estrategicamente colocado atrás dos guard rails retirou rapidamente a Williams da pista evitando mais uma entrada do Safety Car.

A 16 voltas do fim, Gutiérrez – sozinho – esbarrou com a roda traseira direita no guard rail na Rascasse, furou o pneu e ficou virado na pista. Raikkonen e Massa, que vinham logo atrás, tiveram que ter o reflexo apurado para desviar da Sauber do mexicano. Os comissários, novamente, agiram com eficácia e impediram a paralisação da prova.

Com isso, Bianchi passou para décimo colocando a Marussia, pela primeira vez, com chances reais de pontuação. O francês, porém, teria que chegar mais de 5s à frente do 11º para assegurar o ponto, já que carregava um acréscimo de tempo em seu resultado final em razão de uma punição.

Cisco no olho atrapalha Hamilton

Em segundo, Hamilton disse para seu engenheiro que não queria saber de Ricciardo, mas sim de Rosberg, quem desejava superar. Ironicamente, pouco tempo depois, o britânico reportou que uma sujeira entrou em seu olho esquerdo e começou a andar mais lento. Rosberg, então, abriu cinco segundos na liderança, enquanto o australiano da RBR, o terceiro, reduziu parte da desvantagem. A Mercedes chegou a se aprontar nos boxes, mas o britânico decidiu seguir na pista e levar o carro até o final.

Com dificuldades para enxergar, Hamilton foi alcançado por Ricciardo nas voltas finais. Mais à frente, Rosberg recebia a bandeira quadriculada com quase dez segundos de vantagem. O britânico conseguiu resistir à pressão do australiano da RBR e completou a quinta dobradinha da Mercedes em seis etapas. Alonso completou em quarto. Com uma volta a menos, Hulk foi o quinto, seguido por Button e Massa. A surpresa ficou por conta de Bianchi, que cruzou em oitavo, e mesmo perdendo a posição para Grosjean por causa da punição, marcou os primeiros pontos da história da Marussia. Magnussen completou os dez primeiros.

Hamilton corta relações com Rosberg após polêmica: "Não somos amigos"

Amizade de infância entre pilotos da Mercedes não resiste à polêmica em Mônaco

"Acabou o amor". A amizade de infância entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg não conseguiu resistir ao ambiente de competitividade dentro da Mercedes nesse ano. E o golpe derradeiro veio neste fim de semana, em Mônaco, com o britânico suspeitando que o companheiro de equipe errou propositalmente no fim do treino classificatório para lhe atrapalhar e ficar com a pole position. Após perder a corrida para Rosberg neste domingo, o campeão mundial de 2008 admitiu que a relação azedou:

- Não somos amigos. Somos colegas – disse ao canal britânico “Sky Sports”.

Hamilton exibe sorriso discreto enquanto Mercedes comemora efusivamente vitória de Nico em Mônaco

Abordado pela mesma TV inglesa, Nico adotou tom mais conciliador:

- Sempre fomos amigos, sempre seremos amigos. Mas “amigos” é uma palavra forte. O que exatamente são “amigos”? Temos uma boa relação e trabalhamos bem juntos – explicou o alemão.

Após o treino classificatório, Rosberg celebrou a pole enquanto Hamilton saiu com cara de poucos amigos

Mas não foi o que se viu no paddock de Monte Carlo. Após a polêmica no treino classificatório, enquanto Rosberg comemorava a pole, Hamilton fazia questão de não esconder a cara de insatisfação com o ocorrido. Ambos não se falaram e mal se olhavam. Ainda no sábado, Lewis foi evasivo nas respostas até lembrar da histórica guerra entre Ayrton Senna e Alain Prost no fim da década de 1980 na McLaren. Neste domingo, a Mercedes ensaiou um aperto de mão entre seus pilotos. Nada que pudesse amenizar. A longa amizade, que os dois garantiam que não seria abalada pela disputa da taça, acabou. A “guerra” está declarada e vale o título mundial de Fórmula 1.

Problemas começaram em Barcelona

Segundo a revista inglesa "Autosport", apesar do clima ruim entre a dupla ter se tornado público neste fim de semana, as rusgas começaram há duas semanas, durante o GP da Espanha. Na ocasião, Hamilton não seguiu o protocolo da equipe e ajustou o motor de seu carro para desempenho máximo, com o objetivo de manter-se à frente de Nico. O alemão, por sua vez, ficou com a sensação de que perdeu a chance de vencer a prova em razão de uma atitude desleal do companheiro. O incidente que não foi a público fez a cúpula da Mercedes forçar um pedido de desculpas de Lewis a Rosberg.

Amizade de infância

Hamilton e Nico se conheceram em 2000 correndo quando eram crianças. Eles faziam parte da mesma equipe de kart. Em 2004, voltaram a se encontrar nas pistas na F-3 europeia, dessa vez como rivais. Em 2005, cada um brilhou em sua categoria: Hamilton foi campeão da F-3 enquanto Rosberg migrou para a GP2 e faturou a taça. O segundo reencontro veio em 2007 na F-1, Lewis na McLaren e Nico na Williams. Mas a reedição da parceria de infância veio apenas em 2013, com a união na Mercedes. No ano passado, apesar de vencerem corridas, não tiveram condições de competir pelo título, sem precisar por a amizade à prova. Mas nesse ano, com carros dominantes, a história foi diferente. E bastaram apenas seis etapas para a relação sofrer o duro golpe.

Lewis Hamilton e Nico Rosberg começaram a amizade na época em que corriam de Kart

Massa celebra reação em Mônaco: "Fim de semana difícil acabou positivo"

Tirado de treino classificatório por lambança de sueco da Caterham, brasileiro larga em 16º, faz boa corrida de recuperação e cruza a linha de chegada em sétimo

Com uma bela corrida de recuperação neste domingo, no GP de Mônaco, Felipe Massa espantou a maré de azar que o acompanhava neste ano. Mesmo nas estreitas ruas do Principado, o brasileiro da Williams escalou o pelotão e, beneficiado por alguns abandonos, saiu de 16º para chegar à zona de pontuação, em sétimo. O resultado deixou Massa satisfeito, ainda mais pelo infortúnio do treino classificatório, quando abandonou após um erro de Marcus Ericsson, da Caterham.

- Estou muito feliz com o sétimo lugar após largar em 16º. Assumi alguns riscos quando mudei de estratégia durante o safety car e tive que fazer meus pneus durarem, o que aconteceu. Tirei o máximo das oportunidades que tive com alguns adversários cometendo erros ou abandonando. Muita coisa poderia ter acontecido, mas estou grato que tudo deu certo. Um fim de semana difícil, se tornou positivo.

Felipe Massa largou em 16º e chegou em sétimo em Mônaco

Partindo da 16ª posição, Massa protagonizou outra boa largada – uma de suas especialidades – e pulou para 13º. Ainda nas primeiras voltas, com o abandono de Sebastian Vettel (RBR), o brasileiro passou para 12º, logo atrás de seu companheiro Valtteri Bottas.

Com o Safety Car em razão da batida de Adrian Sutil na 25ª volta, Massa resolveu arriscar: enquanto todos os demais pilotos aproveitaram para fazer suas únicas paradas nos boxes, ele foi o único que preferiu se manter na pista e subiu para quinto. O brasileiro conseguiu resistir bravamente por 45 voltas com o mesmo jogo de pneus supermacios, mas a tática acabou não fazendo muita diferença, pois não houve mais entradas do carro de segurança. Após voltar dos boxes em 11º, Massa se beneficiou dos abandonos de Bottas e Gutiérrez e dos incidentes envolvendo Raikkonen e Magnussen para assegurar a sétima colocação.

Com os seis pontos marcados, Massa subiu para a 11ª colocação no Mundial, com 18, deixando para trás Kimi Raikkonen, seu substituto na Ferrari, com 17. A Fórmula 1 dá uma pausa na “temporada europeia” para dar um pulo na América do Norte para o GP do Canadá, de 6 a 8 de junho, válido pela sétima etapa do campeonato.

Confira o resultado final do GP de Mônaco, sexta etapa da temporada 2014 e a classificação geral:


Fonte: GE.COM

Foto: Getty Images - AP - AFP - Reprodução Twitter e Divulgação