Postado por - Newton Duarte

Debate de A Tarde 'comprova': 'Todos os candidatos são de oposição'; Assista

Eleição do Bahia: presidenciáveis criticam atual diretoria

Da esquerda para a direita: Ronei, Olavo, Marco, Tillemont e Marcelo, nesta terça, na Fonte Nova

Todos os presidenciáveis do Bahia têm algo em comum: a intenção de romper totalmente com o modelo - ou a falta dele - de gestão de futebol do clube, que caiu para a Série B.

Na terça-feira, 9, Antônio Tillemont, Marcelo Sant'Ana, Marco Costa, Olavo Fonseca e Ronei Carvalho, os cinco principais nomes do pleito deste sábado, participaram de um debate na Arena Fonte Nova promovido por A TARDE e mediado pelo editor-coordenador de Esportes do jornal, Luiz Teles.

O critério para convidar os candidatos foi baseado na consulta de intenção de votos  feita por A TARDE, que indicou os que têm chance real de eleição. Flávio Alexandre e Nelsival Menezes ficaram de fora.

Os presidenciáveis presentes na terça à Fonte Nova foram unânimes em criticar a "incompetência da gestão de futebol do Bahia". "É preciso conhecer do produto futebol, senão a administração vira um caos. A diretoria atual não conhece nada, nem a divisão de base. O atual gestor da base (Miguel Kertzman, ex-superintendente da Transalvador) era diretor de trânsito. O que trânsito tem a ver com futebol?! Tenho 54 anos de idade e milito há 38 no futebol", apresentou-se Tillemont.

"O futebol precisa obedecer o financeiro. Não adianta o departamento financeiro fazer um orçamento se o futebol não respeitar. Foi o que ocorreu em 2014. É preciso uma gestão profissional", comentou Olavo.

"A diretoria atual foi incompetente. Não existe planejamento em um clube que tem quatro diretores de futebol em um ano. Para 2015, vamos romper com isso. As contratações foram erradas. Nenhum dos jogadores cujo contrato se encerra agora ficará no clube. Agradeço pelos serviços prestados, mas em minha gestão todos vão sair. O Bahia precisa de reformulação e outro nível de atletas", disse Marcelo.

A declaração serviu para ele se posicionar politicamente. Diferentemente do que seus rivais afirmam, Marcelo não seria o candidato da situação. "Dentre quem trabalhou na atual gestão, quem me apoia só é Sidônio Palmeira (ex-assessor especial da presidência). Apoio que não escondo. Minha candidatura é transparente e independente. Não prometi cargo a ninguém da gestão atual", afirmou.

Outro que  se posicionou como independente foi Marco Costa, que chegou a chamar a diretoria atual de "rebaixeiros". Questionado sobre ter sido diretor de marketing na gestão de Petrônio Barradas (2006/08), que tinha o apoio dos ex-presidentes Paulo Maracajá e Marcelo Guimarães, ele afirmou: "Eu era de um grupo de oposição e recebi uma ligação de Petrônio me pedindo para colaborar com a gestão dele. Hoje, sou candidato do grupo 'Nova Ordem Tricolor'. Tenho experiência no futebol, pois trabalho como gestor da área há 10 anos".  Em 2009, Marco assumiu um cargo diretivo na Secopa.

Elogios

No debate, a diretoria do clube também recebeu elogios  sobre como geriu o patrimônio, principalmente por parte de  Marcelo Sant´Ana e Olavo Fonseca, que, entre seus apoios, possuem pessoas que participaram da gestão atual. "O departamento financeiro, de Reub Celestino, foi o mais profissional e organizado do clube. E vale louvar a forma como a diretoria recuperou o patrimônio do Bahia, tendo agora o Fazendão e a Cidade Tricolor. Eu me orgulho de ter, além de Reub, o apoio de Antônio Miranda, o diretor de patrimônio que tanto cuidou e lutou por nosso clube", disse Olavo.

Outro tema relevante na terça foram torcidas organizadas e ingressos gratuitos que  recebiam nas gestões anteriores. Ronei Carvalho, líder da 'Terror Tricolor' e outro a prometer "reformulação total", comentou: "Sou contra ingressos gratuitos, mas a próxima diretoria  precisa se reaproximar das organizadas, que têm o seu papel importante, incentivando o time. Seria bom que o presidente do Bahia viesse das arquibancadas. Andrés Sanchez foi líder da 'Camisa 12' e tornou o Corinthians campeão do mundo".