Nervos à flor da pele: candidatos à Presidência do Bahia batem boca em debate
A cinco dias da eleição que definirá o novo presidente do Esporte Clube Bahia para os próximos um ano e quatro meses, os candidatos ao cargo se "enfrentaram" em debate na Rádio Sociedade, na noite desta segunda-feira (2). O momento mais tenso foi protagonizado pelos candidatos Antônio Tillemont e Rui Cordeiro.
Com nervos à flor da pele, os postulantes à conclusão do mandato do ex-presidente Marcelo Guimarães Filho, afastado pela Justiça do cargo chegaram a bater boca.
A discussão foi iniciada após Antônio Tillemont acusar Cordeiro de não conhecer o futebol do Bahia. Empresário de jogadores e radialista, ele perguntou ao concorrente se conhecia o atleta Gueguel, do time de juniores do Tricolor.
Cordeiro rebateu questionando a função de empresário de atletas do opositor. "Se eu não estivesse aqui, quem seriam os dois candidatos? Dois que não participaram de nenhuma outra disputa. Um estava na reserva, que é meu amigo Schimidt. O outro, estava defendendo os interesses da sua empresa. Nenhum deles estava lutando pelo Bahia. Eu sim estava lutando e batendo de frente com os últimos presidentes. Eles são candidatos novos e não vão à luta", disse.
A resposta de Tillemont veio com uma defesa à sua profissão e mais um ataque ao engenheiro civil. "Sou empresário de futebol com muito orgulho. Nossa empresa completou agora 20 anos e não existe um jogador que tenha dito que fizemos trambique. Agora, não conhecer o mercado e ir para um ano e quatro meses de mandato não pode. Não podemos entregar o clube ao gestor de futebol, o presidente tem que estar por dentro sim. Ao Rui falta conhecimento ao futebol profissional do clube e principalmente à base".
Outro momento de tensão foi provocado por Rui, mas com críticas direcionadas à Fernando Schimidt. Cordeiro, desta vez, questionou ao cargo de secretário de estado que o ex-presidente ocupa no Governo Jaques Wagner. "A posição do candidato Schimdt é, no mínimo, delicada. A condição política dele é preocupante, há conflito de interesses. Ele vai representar o Governo do Estado, o Bahia ou os dois?"
Schimdt, que presidiu o Esquadrão na década de 70 garantiu que lutará pelos interesses do clube. "Vou defender os interesses do Bahia. Não terei nenhuma dificuldade nisso. Vou fazer o que nenhum dos presidentes que passaram pelo clube nos últimos anos fizeram. Tivemos oportunidade, na outra gestão, de construiu grande parte do patrimônio do Bahia. Hoje, o que se vê é uma desconstrução desse patrimônio. Mesmo a Cidade Tricolor ainda não pode ser utilizada pelo Esporte Clube Bahia".
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O candidato, que tem o apoio de Sidônio Palmeira, idealizador do projeto "Bahia da Torcida", ainda afirmou que não precisa ser empresário de jogador, profissão de Antônio Tillemont, para fazer uma boa gestão. "Não sou empresário de futebol e não creio que para ser presidente, gestor do Esporte Clube Bahia seja necessária essa função".
Em outro momento da discussão, o repórter Leonardo Santana, do Galáticos Online, que foi convidado pela Rádio Sociedade para participar do debate, teve o direito de fazer uma pergunta ao candidato Rui Cordeiro. O jornalista abordou um assunto polêmico e importante: "o que será feito com os funcionários ligados ao ex-presidente Marcelo Guimarães Filho”.
"Na parte do pessoal, todos os funcionários que estiverem ociosos, ou que não contribuíram para a redemocratização do Bahia serão chamados pelo nosso setor pessoal para acertar suas situações. Não podemos abrir mão de sermos duríssimos com o dinheiro do clube", respondeu Cordeiro.
Ao final do debate, os três candidatos explanaram sobre suas propostas e proferiram palavras para tentar conquistar o voto dos sócios e eleitores do Bahia.
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Antônio Tillemont voltou a defender a necessidade de o novo gestor conhecer o mercado da bola. "O lema tem que ser time forte para conquistar os títulos. para isso, preciso que os torcedores se associem. Com essa associação em massa, pretendo investir. É planejar a partir do final do ano. Chegar agora e demitir profissionais, e eu estou me referindo ao Anderson Barros, é injusto. É preciso conhecê-lo primeiro para avaliar seu trabalho. O Futebol do Bahia hoje é o que representa o Esporte Clube Bahia, então, é o carro chefe. Por isso, o eleito hoje não pode ser uma pessoa que não conheça o mercado do futebol. O Departamento de Futebol deve fazer uma pesquisa de jogadores de qualidade, principalmente na Série B, pois a maioria dos bons jogadores que estão na Série A já fez mais de seis jogos. Eu conheço o mercado e sei que está difícil contratar".
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Por sua vez, Rui Cordeiro valorizou seu histórico em outros processos eleitorais do clube e afirmou que, se eleito, fará um choque de gestão. "O clube precisa urgentemente de um choque de gestão, em todos os seus departamentos e diretorias. Se a torcida tricolor nos permitir, iniciaremos nossa gestão com projetos a serem investidos em todas as áreas do clube. Nossos projetos foram questionados pela quantidade. Mas, não se pode questionar, pois estou a 15 anos lutando e já disputei duas eleições. Quero colocar em prática toda essa experiência. Quero dividir a Arena Fonte Nova em nove setores, para ter valores diferenciados de ingressos. Também quero reformular o programa de sócio torcedores e colocar seis categorias. O torcedor que ganha um salário não pode pagar R$ 40".
Já Fernando Schimidt lembrou que tem ao seu lado nomes importantes que podem colaborar na sua gestão. "Sempre estive à frente da luta pela democratização do Bahia com muitos companheiros, minha vida pessoal é marcada por lutas e vitórias, coisas que alguns candidatos não têm. Hoje temos pessoas nos ajudando, como Virgílio Elísio, Bobô e outros que não vou citar nomes, que também oferecerão alternativas para decidirmos em conjunto. Essa é a estratégia que se busca dentro de um profissionalismo de gestão. A torcida do Bahia é basicamente povão e esse povão precisa ser atendido, participar da vida efetiva do Esporte Clube Bahia", encerrou.
Fonte: Yuri Barreto Galáticos Online
Fotos: Roberto Viana/Galáticos Online/Bocao News
