“Chato”, Zé Roberto diz que fica no Bahia até a torcida gostar dele
Mesmo questionado pelos tricolores, atacante revelado na base declara amor ao clube e relembra casos de jogadores da base que também conviveram com cobranças
Um dia depois de marcar o gol do triunfo que garantiu ao Bahia a melhor campanha da Copa do Nordeste, Zé Roberto concedeu entrevista coletiva no Fazendão, antes do treinamento desta quinta-feira. O atacante foi o grande personagem do jogo contra o Santa Cruz: questionado, vaiado desde os minutos iniciais, ele marcou no fim da partida, de cabeça, e não segurou a emoção. Comemorou de maneira bem contida, mandando corações para a torcida depois de ser abraçado por todos os companheiros.
O atacante, revelado nas categorias de base do clube, não esconde a frustração do momento, das vaias e da cobrança dos tricolores. Mas quem pensa que Zé Roberto vai desistir está enganado. “Chato”, como ele mesmo se define, o jogador garante que vestirá a camisa do Bahia até que a torcida goste dele.
- Às vezes acontece [a cobrança], aconteceu bastante, com Talisca, vários jogadores que foram embora, Daniel Alves, Bruno Paulista também sofreu um pouco com isso. Eu sou chato, cara. Vou ficar aqui até a torcida começar a gostar de mim de verdade. Porque, se eu não gostasse tanto daqui, eu pediria para sair. Mas gosto daqui, da cidade, do Bahia. Vivi sete anos na base... Vou ficar aqui, mostrar que tenho potencial, quero conquistar algo grande pelo Bahia. Se Deus quiser, esse ano vou conquistar o tricampeonato baiano, que Deus vai abençoar a gente, que já é algo histórico... E eu quero conquistar algo mais – garante o atacante tricolor.
Com a lesão de Hernane, que vai ficar longe dos gramados por alguns meses, Zé Roberto ganhou uma vaga na equipe titular do Bahia. Ele tem atuado como centroavante, porém saindo da área para fazer o pivô e se movimentando bastante pelos lados, principalmente o esquerdo, fazendo dupla com Edigar Junio.
Essa função dentro de campo, de sair da área para ajudar o time, como pede o técnico Doriva, acaba dificultado as coisas na hora de marcar os gols – ele tem dois até aqui na temporada.
- Tem aquele ditado que “atacante vive de gol”. Eu até concordo, só que tem jogo que a gente joga em função do time também. Nos jogos em que eu joguei como centroavante, por exemplo, o professor Doriva pedia para eu sair um pouco da área, fazer um pivô, municiar um poucos os jogadores que estavam vindo de lado. É importante o conjunto, o contexto do jogo. Tudo tem uma tática e uma estratégia. Às vezes, acontece que a gente não faz gol. Mas faz parte. Eu precisava desse gol também, a torcida vinha pegando no pé. Mas Deus foi bom comigo ontem, porque eu pude fazer esse gol e aliviar um pouco a pressão – diz.
Zé Roberto também falou sobre a campanha do Bahia na Copa do Nordeste: são seis triunfos em seis jogos disputados.
- Melhor impossível para a gente começar esse Nordeste com 100% de aproveitamento na primeira fase. Todos ajudaram, desde a base até o profissional... Seja com o sub-20, com Aroldinho [Aroldo Moreira, técnico do sub-20], ou com o profissional, com Doriva, e agora nesse último jogo com vários jogadores da base também, time misto. Dá mais moral para a gente, porque a gente sabe que, se uma ou outra peça faltar, vai ter gente aqui para dar conta do recado – avalia Zé.