Postado por - Newton Duarte

Deu no NYT: 'Ricardo Teixeira mostra fracasso da Justiça brasileira em punir corrupção'

Maior jornal do mundo: 'Ricardo Teixeira mostra fracasso da Justiça brasileira em punir corrupção'

Para o New York Times, Ricardo Teixeira é o maior exemplo da ineficácia da Justiça brasileira – Foto: Internet

O Brasil volta a ser destaque no maior jornal do mundo, mas, de novo, por motivos pouco nobres. Nesta sexta-feira, o New York Times noticiou mais uma vez as investigações dos Estados Unidos sobre corrupção no futebol mundial e cravou: a situação mostra como a Justiça brasileira é ineficiente.

Nesta quinta, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou formalmente Marco Polo del Nero, Ricardo Teixeira e mais 14 pessoas por corrupção. Além disso, apontou que Del Nero, Ricardo Teixeira e José Maria Marín se uniram para fraudar a Fifa e a CBF.

"Ninguém sintetiza melhor os altos e baixos do futebol brasileiro que Ricardo Teixeira. Como líder da poderosa federação de futebol por mais de 20 anos, Sr. Teixeira ajudou o Brasil a ter a Copa de 2014. Mas assim que a raiva pública explodiu por conta dos gastos com o torneio, manifestantes queimaram suas imagens nas ruas - repletas com sua tradicional papada, estrutura robusta e ternos adaptados", diz o Times para abrir sua matéria sobre o escândalo.

"Mesmo depois de sua renúncia em 2012 em meio a alegações de enriquecimento ilícito, Sr. Teixeira, 68, manteve um alto perfil. Com luxuosas mansões em Monaco, Miami e no Rio de Janeiro, ele se tornou um símbolo dos excessos esportivos no mundo e do fracasso do sistema de justiça brasileiro em punir a corrupção", completa logo em seguida.

Del Nero e Teixeira são citados no pronunciamento das autoridades dos EUA

Desde o começo do ano, os Estados Unidos vêm liderando um processo de ‘limpeza' no futebol mundial, que acabou derrubando alguns dos maiores líderes do esporte no mundo - como ninguém menos que Joseph Blatter, ex-presidente da Fifa.

Os EUA, porém, não tem jurisdição para prender nenhum dos acusados brasileiros se eles não estiverem em terras norte-americanas. "Ficaremos eternamente gratos se o governo brasileiro quiser colaborar", declarou Loretta Lynch, que, novamente, anunciou uma estratégia conjunta com governos estrangeiros para a continuação das investigações.

Operação do FBI sobre a Fifa acerta em cheio o futebol brasileiro, e é só o começo

"Não posso dizer como a Justiça brasileira vai funcionar, não sei se eles vão cooperar ou não, mas o que posso afirmar é que, quando for o momento certo, nós vamos trabalhar com vários governos. Isso de não termos um acordo de extradição não é assim tão fundamental, existem muitas outras maneiras de trazer alguém para o nosso país", explicou.