Diretor aprova atletas da base e diz que clube vai “lapidar pedra bruta”
Alexandre Faria diz estar satisfeito com rendimento de jogadores promovidos e destaca coragem da gestão e comissão técnica por aposta nos jovens atletas
Um dos destaques do Bahia na temporada, Bruno Paulista é cria da base (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia)
O Bahia começou 2015 em processo de reformulação. Uma nova gestão se iniciava, deixava para trás quase um elenco inteiro de contratos não renovados e acumulava projetos e esperanças de rumos diferentes dos vistos até então. Um destes objetivos era valorizar os jogadores da base. Para isso, a comissão técnica foi renovada, e a diretoria claramente avisada sobre o planejamento tricolor.
Nos quatro meses seguintes, nomes e caras novas passaram a ser vistos em campo nos jogos profissionais do Bahia. Rômulo, Carlos, Patric, Zé Roberto... A cada semana, um novo atleta que chegava para cair no gosto da torcida. Nesta terça-feira, o diretor de futebol tricolor, Alexandre Faria, destacou o trabalho realizado e se disse satisfeito com o resultado obtido nas quatro linhas.
Liberamos 26 atletas, reduzimos a folha em 1,7 milhão, e promovemos 14 atletas da base. Isso é uma atitude que a gente pode falar que é bastante corajosa da diretoria, da comissão técnica. Alexandre Faria |
- O que deixa a gente muito satisfeito é que, quando aceitamos o convite de Marcelo Sant’Ana e Pedro Henriques, foi determinado que o trabalho deveria priorizar a base. Liberamos 26 atletas, reduzimos a folha em 1,7 milhão, e promovemos 14 atletas da base. Isso é uma atitude que a gente pode falar que é bastante corajosa da diretoria, da comissão técnica. Estávamos mudando um trabalho de um time que, no ano passado, vinha de um rebaixamento. A gente mudou através da promoção de atletas da base e poucas contratações. Quando a gente fala que mais de 50% do elenco é da base, falamos com muito orgulho, muita satisfação. Não só pelo fato de ser da base. Era uma necessidade, e os atletas deram a resposta - avaliou.
Segundo Faria, um dos princípios que norteia os trabalhos com os recém-promovidos é a igualdade de tratamento. O diretor afirma que os jovens que sobem da base recebem a mesma atenção que aqueles que são contratados de outras agremiações e aproveita para salientar os êxitos obtidos pelo elenco: o vice-campeonato da Copa do Nordeste e o título baiano.
- O mesmo carinho que a gente tem com os atletas da base temos com os jogadores de fora. A gente não tem diferenciação, internamente, do trabalho. A diferenciação é feita quando se coloca os custos na ponta do lápis, e vemos que a rentabilidade que tiramos do elenco é muito positiva. São quatro meses de trabalho, duas finais, coisa que o Bahia não consegue chegar desde 2002. Isso realmente deixa a gente muito orgulhoso. Vemos que os atletas deram uma resposta.
Ele ainda avaliou a qualidade dos jovens jogadores do Bahia e revelou que o clube deve realizar um trabalho de desenvolvimento das pratas da casa.
- Acho que, tecnicamente, a qualidade dos atletas é muito alta. Precisa ser feito um trabalho individualizado melhor para esses atletas. Principalmente para metas, busca de conquistas, acompanhamento de performance. Isso que a gente vai iniciar agora. Não foi possível iniciar nos quatro meses. Era um período de avaliação. Agora vamos fazer um trabalho de coaching. Os atletas vão evoluir muito. O Bruno Paulista estava fora de posição e jogou muito. O Robson foi muito bem. Isso deixa a gente satisfeito, de ver que os atletas têm potencial. Cabe à direção lapidar essa pedra bruta para que ela dê o retorno que a torcida do Bahia merece - finalizou.
De acordo com números divulgados pelo Bahia, o técnico Sérgio Soares lançou nove atletas da base nesta temporada: Jean, Carlos, Patric, Robson, Sávio, Gustavo Blanco, Yuri, Mateus e Luan. Dos 34 jogadores do elenco, 20 foram formados no Fazendão, o que corresponde a 57% do total..