Postado por - Heitor Montes

Mesmo com bons resultados no ano, diretoria do Bahia se incomoda com mau início no Brasileirão

Se não pensarmos no Campeonato Brasileiro, o técnico Guto Ferreira não teria motivos para ser demitido do Bahia. Em 2018, o Tricolor foi campeão baiano, está nas semifinais da Copa do Nordeste, se classificou à segunda fase da Copa Sul-Americana e está muito perto da classificação às oitavas da Copa do Brasil. O problema é que o rendimento da equipe na Série A, "carro chefe" da temporada, fez com que o treinador fosse demitido.

Guto Ferreira concede entrevista coletiva (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia) Guto Ferreira concede entrevista coletiva (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia)

Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, ao explicar o motivo da queda de Guto, admitiu que a demissão ocorreu apenas por conta dos resultados no Campeonato Brasileiro. A cúpula do Tricolor não estava agradada com o rendimento e os resultados da equipe nas primeiras nove rodadas da competição:

Avaliação muito positiva dessas quatro competições. Difícil aspirar mais do que a gente alcançou nessas quatro competições até agora. Foi um trabalho muito próximo do 100% que a gente havia planejado. E por que o desligamento? Porque o Brasileiro, das competições, é mais importante para o clube, a mais estratégica, a que define mais de forma mais próxima o rendimento do futebol do clube. A gente decidiu, pela falta de rendimento no próprio Campeonato Brasileiro, e pela falta, sobretudo, dos resultados, que na nossa opinião, infelizmente, o que a gente trabalha nem sempre resulta no placar positivo... O desligamento dele é muito em função da falta de resultado no Campeonato Brasileiro

Guilherme Bellintani já vinha insatisfeito com o desempenho da equipe há algum tempo. O presidente cobrou, ao longo do primeiro semestre, um futebol mais vistoso em algumas ocasiões. Uma mudança no tom ocorreu no jogo contra o Altos-PI, na Copa do Nordeste. Nesta partida, o Bahia foi vaiado no intervalo, mas reagiu e venceu por 5 a 2. E depois, as coisas ficaram mais tranquilas após o título do Campeonato Baiano.

Em entrevista ao site Globo Esporte há pouco mais de um mês, o presidente do Bahia elogiou o trabalho de Guto Ferreira e disse que seu cargo nunca esteve ameaçado, porém admitiu que ainda faltava algo ao time:

Ganhamos um campeonato disputado com outra equipe de Série A, o nosso maior rival. Ganhamos com melhor pontuação, melhor ataque, melhor defesa. Conseguimos fazer um resultado que nos agradou. Naturalmente, falta ainda um time e uma postura em campo que faça o torcedor vibrar mais com o triunfo. Nós ganhamos o campeonato, mas não fizemos um campeonato alegre, que fazia o torcedor do Bahia sair dizendo: “Que bom vir ver o Bahia jogar”. Isso a gente continua buscando e vai encontrar.

Porém, a coisa mudou após o início da Série A, principalmente por conta dos jogos fora de casa. O Tricolor perdeu todas as suas partidas fora de Salvador e não marcou um gol sequer. Dentro de casa, o Esquadrão já havia perdido pontos importantes em empates contra Atlético-PR e São Paulo e, no último domingo (3), foi derrotado pelo Grêmio, o que manteve a equipe na zona de rebaixamento.

Existem pessoas que discordam da avaliação de que o Tricolor tem tido um rendimento ruim. O próprio Guto Ferreira, após a derrota para o Grêmio, apresentou na entrevista coletiva vários números que apontavam a superioridade do Bahia na partida. O auxiliar Cláudio Prates, que assumiu o cargo de técnico interino, também não falou mal do desempenho da equipe:

O futebol é muito resultado e muitas vezes não se olha o desempenho da equipe. A gente acabou de ter posse de bola maior que o Grêmio, finalizações. E a gente não teve resultado. A grandeza do Bahia pede que a gente tenha resultado.

Nesta quinta-feira (7), Cláudio Prates comanda o Bahia na partida contra o Paraná, em Curitiba, às 20h. A diretoria do Tricolor ainda busca um novo treinador.