Doriva destaca solidez da equipe do Bahia, que tem assimilado conceitos de jogo. Neste sábado, Doriva reencontra o Vasco, time que treinou no ano passado
Enfrentar o Vasco da Gama, por si só, tem um significado especial para o Bahia. São as duas principais equipes da Série B, que, juntas, colocam em campo seis títulos brasileiros – quatros conquistados pelos cariocas e dois pelos baianos. O aguardado duelo acontece já neste sábado, às 16h (horário de Brasília), no estádio São Januário, válido pela 4ª rodada da competição.
Para o técnico Doriva, esse confronto tem um significado ainda maior. Além de enfrentar o clube que dirigiu no ano passado, conquistando o título carioca, ele chega, contra o Vasco, ao seu 30º jogo comandando o Tricolor de Aço – o treinador chegou ao Bahia em dezembro do ano passado, após a tentativa frustrada de voltar à elite do futebol nacional.
A passagem de Doriva pelo Bahia é marcada até aqui por um retrospecto positivo em termos de números, mas de fracassos na busca por títulos. Ao longo de 29 jogos, o Tricolor venceu 20 vezes, empatou cinco e perdeu apenas quatro, mas amargou o vice-campeonato baiano e eliminações na Copa do Nordeste e Copa do Brasil.
Para o treinador, o balanço do trabalho é positivo. Em um material especial produzido pela assessoria tricolor, Doriva destacou a evolução da equipe, que tem assimilado conceitos de jogo e está cada vez mais sólida.
O balanço é positivo. Apesar da equipe não ter conquistado títulos, demonstrou evolução durantes as competições que jogou. Chegamos agora na Série B, que é o nosso principal objetivo, preparados. Estou feliz com o trabalho, com tudo aquilo que temos aplicado a nível de conceitos, os atletas estão entendendo, e a equipe está ficando cada vez mais sólida. E agora, com os reforços que estão chegando, a gente pode aumentar muito a qualidade dessa equipe – afirma o treinador.
O jogo contra o Vasco é uma prova de fogo. O Gigante da Colina é o líder da Série B e tem um desempenho assombroso na temporada, mantendo uma invencibilidade que já dura 30 jogos. Por isso mesmo, Doriva sabe que um triunfo sobre os cariocas pode trazer os torcedores para perto da equipe.
Torcedor, assim como nós, ficou desapontado, porque, nos momentos chaves, em alguns momentos fomos prejudicados, e em alguns momentos a equipe oscilou, não foi eficiente para ser um pouco mais contundente, por exemplo, passar para a final da Copa do Nordeste. Massacramos o Santa Cruz e não ganhamos, perdemos por um gol. No Baiano, fizemos, no segundo jogo, um grande jogo, poderíamos ter vencido, mas não vencemos. Torcedor fica um pouco em dúvida, mas essa vitória contra o Vasco seria importante para o torcedor acreditar, comparecer, vim cada vez mais e nos empurrar. A gente sabe da força da nossa torcida, viu isso na final. Mesmo perdendo o título, o torcedor veio junto. Foi lindo. A gente precisa deles. Precisamos buscar essa afirmação dentro de campo, e o torcedor vem junto – diz.
Para a partida, Doriva já vai poder contar com Renato Cajá, que foi regularizado na manhã desta sexta-feira. Caso decida escalar o meia entre os titulares, o Bahia pode entrar em campo com Marcelo Lomba; Tinga, Lucas Fonseca, Jackson e João Paulo Gomes; Feijão, Danilo Pires, Luisinho e Renato Cajá (Paulo Roberto), Thiago Ribeiro e Hernane.
Confira outros trechos da coletiva de Doriva.
BAHIA E JOINVILLE
Depois do jogo, salientei isso. 90% das equipes vão vim jogando atrás da bola, esperando uma oportunidade para fazer um gol. É o jogo que a gente tem que ter paciência, é um jogo de volume. Mas a gente precisa ser mais contundente. Tem que aproveitar as ocasiões que está criando, a gente poderia ter virado o jogo [contra o Joinville] ganhando de 1 ou 2 a 0, isso faz com que o adversário mude. A gente tem que ter alternativas para furar essa retranca, fazer o gol e não correr riscos desnecessários. A gente sabe que os adversários vão vim jogando por uma bola, então a gente tem que se cuidar, estar atentos, principalmente com a transição.
DUELO COM O VASCO
Vai ser um jogo parelho. São duas grandes equipes. Vasco tem uma sequência boa de invencibilidade. Jorginho conseguiu dar uma cara à equipe, desde a Série A do ano passado, no campeonato estadual e agora na Série B. Equipe difícil de ser batida, tem base dos jogadores que a gente estava trabalhando [quando Doriva treinou o Vasco], com alguns reforços. É uma equipe perigosa, que tem no Nenê seu jogador diferenciado, vive um momento brilhante. Também tem um jogo coletivo importante, tem um pilar. Apesar da ausência no jogo contra a gente, tem o Martin Silva. Rodrigo e Luan que dão um suporte na defesa, o Nenê na frente. Júlio dos Santos, jogador que eu considero importante. Equipe qualificada, mas acredito muito na gente, também temos uma equipe qualificada e temos tudo para fazer um bom jogo.
SÃO JANUÁRIO OU MARACANÃ?
Não tenho preferência. Vasco é forte no São Januário, Vasco é forte no Maracanã. Grande equipe, temos que fazer um grande jogo, com uma performance bem qualificada para poder vencer. Essa é a nossa ideia, mas sabemos que vai ser um jogo difícil.
AUSÊNCIA DE JUNINHO
Juninho está bem, fez um grande jogo contra América-MG e Joinville, entrou bem contra o Paraná. Perdemos ele, mas a gente sabe que tem que ter um leque para essas situações. Vão ter momentos de cartões, de lesões, de oscilações. Temos que preparar todos para quando chegar a oportunidade de jogar, entrar e jogar bem.
CAMPANHA DO SANTINHA
Está sendo surpreendente. Milton tem bastantes méritos. Eles trouxeram peças importantes que organizaram, e a equipe ganhou confiança. Acho que a gente contribuiu para essa confiança, principalmente aqui, fomos muito superiores, criamos inúmeras chances. Eles passaram, depois foram campeões. Isso traz um moral. Futebol é feito de confiança. A gente torce para que mantenha essa confiança, a gente sabe que é uma competição dura, mas eles têm feito um bom trabalho, principalmente o Grafite, que tem feito uma competição incrível.
FINAL DA LIGA DOS CAMPEÕES
Uma pena que o jogo seja no mesmo horário, e a gente não vai poder ver ao vivo. Vai ser um grande jogo, dois modelos diferentes. Uma equipe que domina o espaço e outra que domina a bola. Real vai ter a bola, mas o Atlético vai se proteger, usando o espaço, é uma equipe que tira a profundidade do adversário, é o que eles têm feito. É uma equipe com muita estratégia, sabe jogar sob pressão. Acho que vai ser um jogo difícil para o Real, depende muito das circunstâncias da partida. Se o Real fizer um gol no início, tem boas chances de vencer, mas, se não fizer, vai ter que se expor, e o Atlético é letal, mostrou isso contra Barcelona e Bayern. Vai ser uma final linda. Difícil falar quem leva. Mas acho que vai ser uma final brilhante.
O JOGO
Local: São Januário, Rio de Janeiro
Horário: 16h30 (horário de Brasília).
Arbitragem: Emerson de Almeida Ferreira apita o jogo, auxiliado por Pablo Almeida da Costa e Sidmar dos Santos Meurer. O trio é de Minas Gerais.
Estão fora: Juninho suspenso, Yuri, Mário, Gustavo e Moisés machucados, além de Rômulo, na transição.
Provável escalação: Marcelo Lomba; Tinga, Lucas Fonseca, Jackson e João Paulo Gomes; Feijão, Danilo Pires, Luisinho e Renato Cajá (Paulo Roberto), Thiago Ribeiro e Hernane.
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Fonte: Ge.com