Ministro da Justiça aciona PF e fala em “rigor” por eventuais crimes
Por solicitação de José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, a Polícia Federal investigará o escândalo de corrupção no futebol. Caso confirme a existência de crimes praticados no Brasil, ele falou em punir severamente os responsáveis durante entrevista concedida nesta quinta-feira, em Brasília.
“A sociedade brasileira exige que tudo seja colocado em pratos limpos. Havendo indício de ilícitos de órbita federal perante a legislação brasileira, agiremos com grande rigor. É interesse do Brasil que tudo se esclareça e que se por ventura alguém praticou atos ilícitos, seja punido com bastante dureza nos termos da lei”, afirmou Cardozo.
Como consequência de investigação realizada pela Justiça dos Estados Unidos, sete dirigentes ligados à Fifa foram presos na Suíça na manhã da última quinta-feira, entre eles José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL) do Mundial 2014.
Procurado pelas autoridades norte-americanas, o Brasil se prontificou a colaborar na investigação do escândalo. Nos próximos dias, José Eduardo Cardozo planeja tratar do assunto com Rodrigo Janot, procurador geral da República.
“O Brasil tem a firme posição de colaborar, através do Ministério da Justiça, no que for necessário com as autoridades dos Estados Unidos e de quaisquer outros países que queiram investigar esses fatos. Vamos nos empenhar para atender as solicitações”, declarou Cardozo.
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, se prontificou a colaborar com autoridades dos Estados Unidos - Divulgação
O ministro sublinhou que as autoridades nacionais poderão agir apenas caso as investigações preliminares apontem a existência de indícios de delitos tipificados pela legislação do Brasil. De acordo com Cardozo, “é bem provável” que crimes tenham sido cometidos no País.
“Temos notícia da ocorrência de ilícitos que podem se configurar como crimes no Brasil. Ainda não sei se seriam crimes de competência da Polícia Federal ou até da polícia comum, porque há entidades privadas envolvidas. Precisamos analisar com cuidado”, afirmou Cardozo.
Nesta quinta-feira, a CBF apresentou espontaneamente ao Ministério Público Federal (MPF) os contratos firmados em gestões anteriores a de Marco Polo Del Nero. No mesmo dia, o atual presidente da entidade resolveu antecipar seu retorno da Suíça para o Brasil, abrindo mão de participar das eleições presidenciais da Fifa, previstas para sexta.