É cedo, e tem jeito!

É cedo, e tem jeito!

Além da técnica e do condicionamento físico, a imagem de um atleta faz parte do ‘pacote’ que um profissional oferece ao clube quando da assinatura de seu contrato.

No momento em que o marketing se faz presente em todas as áreas, um mínimo de cuidado com o que se passa para a sociedade é condição precípua para quem escolhe esporte de alto rendimento.

Independente da individualidade de cada ser humano que precisa ser observada, de levarmos em conta sua idade e a possibilidade de estar de folga, e neste caso, mais ainda, de ter o direito de fazer o que quiser, sou obrigado a questionar o comportamento do atleta, joia em ascensão da Divisão de Base, Bruno Paulista, A quem, em tom de brincadeira, alcunhei de Bruno Kröos.

Foi amplamente divulgada sua contusão. Havia a possibilidade de um amistoso com característica de decisão de torneio. O clube achou por bem poupa-lo. Acabou não participando do jogo-treino contra o Bahia de Feira. Devia estar sendo medicado. E... São muitas informações.

Mais que isso: Em ciclo de contratações, quem está no meio do futebol sabe que os jogadores que chegam acabam tendo prioridade por uma série de motivos. Mais experiência, justificar o custo e, especialmente, pressão dos empresários, que não trazem seus ‘pupilos’ para serem reservas.

Portanto, ele deveria ser orientado por seus responsáveis a tomar cuidados redobrados com sua imagem. Principalmente por ser jovem e ter todas as barreiras postas num clube que prima em queimar suas revelações. Eles se prestam para tudo e PARA TODOS. Menos para o Bahia.

Muitos dirão que joga muito. Que é bom profissional. Porém, na primeira falha, serão os primeiros a chamá-lo de barqueiro e afins. Esse filme é velho e repetido. Bruno Paulista não pode cair neste conto de bajuladores que querem tirar proveito de seu momento.

Vimos, um a um, toda uma geração vice-campeã da Copa São Paulo ser execrada por parte da torcida, que vive dia-a-dia a ‘clamar’ por contratações, que em 95% das vezes não dão em nada. Suportamo-los durante uma temporada inteira sem nada produzir.

Quantas discussões foram travadas nas redes sociais quando usava a tag #ApoioaBaseSempre. Quando afirmava que a solução para as dificuldades técnicas e financeiras do clube estariam nas Divisões de Base. Mas, quem vive no ‘fio da navalha’ não tem o direito de errar.

O Bahia já contratou quase um time inteiro. Já sabemos que a maioria veio para ser titular, mesmo sem possuir condição sequer para ser reserva de um clube da magnitude do Esquadrão. Os ‘garotos’ serão apenas alternativas para justificar o slogan reiteradamente vociferado: “Esse é o ano da Base”. Já “sabemos” também quem serão os culpados pelas derrotas.

É cedo, e tem jeito! Alguém precisa demonstrar o caminho do ‘norte’ para esses jovens. E tem que ser rápido. Pois, entre o céu e o inferno, o que separa é a bola na rede. E quem pode menos, chora mais. Os abutres, também conhecidos como empresários, já estão com suas bocas abertas e, como sempre, famintos.

A Divisão de Base do Bahia rendeu frutos, mas precisa de uma mudança urgente. Ter quem ter alguém que entenda do ramo. Infelizmente, parece que NÃO há pretensão de mudar. Está gerando ‘negócios’. E é o que interessa né?

Mas, cada um sabe o que faz. Não sou remunerado para tomar decisões. O tempo dirá. Como sempre. Espero estar errado.

Só posso desejar juízo ao jovem atleta Bruno Paulista. Ele não errou, nem acertou. Também não sou ninguém para julgá-lo. O que vier de bom ou ruim, recairá sobre ele. No Bahia, é sempre assim.