Postado por - Newton Duarte

Eleição no Bahia: candidatos na retranca

Eleição no Bahia: candidatos na retranca

A três dias da eleição, candidatos debateram no Grupo A TARDE

Um clube com a importância do Bahia exige das pessoas que aspiram à sua presidência saber lidar com momentos de pressão.

Foi o que os três candidatos ao cargo tiveram que fazer nesta quarta-feira, 4, em debate na sede de A TARDE, no Caminho das Árvores. O encontro aconteceu a três dias da eleição que vai definir, pela primeira vez com  voto dos sócios, o novo presidente  do clube para 'mandato-tampão' de 1 ano e 4 meses. O pleito será na Fonte Nova e começará às 9h de sábado, dia 7 de Setembro.

O grande desafio que os postulantes a mandatário tiveram no debate foi responder às perguntas que atingem suas maiores fraquezas. Ou seja, rebater os argumentos usados para contestar suas candidaturas.

No caso de Fernando Schmidt, os grandes questionamentos são relativos à sua ligação com a política (ele é secretário do governo Wagner) e aos aparentes gastos excessivos com sua campanha.

Em relação ao primeiro ponto, Schmidt foi convincente. "Wagner não tem nenhuma participação na minha candidatura, pois tem muitas outras preocupações, mas eu espero que ele, como torcedor, vá à Fonte Nova no dia 7 para votar na nossa chapa. Não só ele como a primeira-dama Fátima Mendonça", sublinhou.

Já sobre os custos de campanha, Schmidt escorregou. "Não sei se minha campanha é a mais cara. Só sei que todos estão fazendo o mínimo possível para dar visibilidade à minha candidatura", respondeu.

Houve insistência para que o candidato revelasse os valores, mas ele limitou-se a dizer que tirou do seu bolso R$ 2 mil.

Sem privilégio

Antônio Tillemont, que vinha atuando como radialista - mas se afastou - e é um dos sócios da Antoniu's, empresa agenciadora de jogadores de futebol, admitiu que a atividade de presidente de clube é incompatível com as outras duas citadas.

Porém, garante que isso não tira sua credibilidade. "Pelo fato de eu nunca ter misturado as coisas, há repercussão positiva à minha candidatura", alegou.

E ele acrescentou: "Me criticam por ser empresário, mas isso poderá ser um facilitador, por causa dos meus contatos no mundo do futebol. Carlos Leite colocou 15 jogadores no Bahia na gestão de Paulo Angioni. Na gestão de Paulo Carneiro (ambos foram diretores de futebol do ex-presidente Marcelo Guimarães Filho), Orlando da Hora colocou 16. Eu não darei privilégio a nenhum agente".

Briga

Defendendo ser novidade, Rui Cordeiro tem contra si o fato de ter sido vice-presidente social em 2008, quando Petrônio Barradas - ligado ao 'eterno' Paulo Maracajá - era o mandatário. Na ocasião, nada fez para abrir o clube para associados.

Ele explicou: "Por motivos pessoais, fiquei apenas 15 dias no cargo, mas, já na gestão Marcelo Filho, participei de comissão para reforma do estatuto e elaboramos um que era tão democrático quanto o atual. Não foi aprovado por intransigência da diretoria da época".

No momento em que se defendia por ter feito parte da gestão de Barradas, Rui citou o nome do jornalista Nestor Mendes Júnior - no local, como partidário de Schmidt - e disse que este havia sido chamado para integrar a diretoria de MGF.

Neste momento, houve atrito. "Uma coisa é participar, outra é ser convidado", bradou Mendes Júnior. Cordeiro afirmou que o jornalista estaria "falando bobagem". A resposta foi dura: "Você é a bobagem!".


Fonte: André Uzêda e Daniel Dórea – A TARDE

Foto: Mila Cordeiro | Ag. A TARDE