Postado por - Newton Duarte

Eleições 2014: Ronei Carvalho, candidato

Entrevista com Ronei Carvalho, candidato à presidência do Bahia

Ronei Carvalho, que terá como vice o empresário Adriano Souza, foi mais um candidato à presidência do Esporte Clube Bahia entrevistado pelo Bahia Notícias. Durante a conversa, o agora presidente afastado da Terror Tricolor criticou duramente o modo como o Bahia foi gerido na temporada de 2014. Ele, que disse ser a 'voz da arquibancada', revelou ter possíveis patrocínios já negociados e garantiu ser um estudioso do futebol, qualidade essa para ele indispensável para o presidente do tricolor.

Bahia Notícias: Quando decidiu ser candidato?

Ronei: Fui procurado por um grupo de torcedores e formadores de opinião que me incentivou a aceitar essa ideia de ser presidente. Por isso, hoje, sou candidato da torcida do Bahia. Vim da arquibancada para atender às necessidades de quem é o verdadeira dono do Bahia.

BN: Você, como presidente da Terror Tricolor, terá apoio das outras organizadas?

Ronei: Não temos nada conversado sobre isso ainda não. Na verdade, eu tenho apoio do torcedor do Bahia, da multidão, de pessoas insatisfeitos com gestões ruins dos últimos dez anos. Eles estão cansados de times ruins e passar vergonha.

BN: Como pretende manter a relação com às torcidas, se eleito?

Ronei: Eu, ao longo desses 10 anos, nunca precisei da diretoria para nada. Viajamos o Brasil todo de maneira independente, sempre andando com nossas pernas. Schmidt conversou com a gente, fez um acordo, e entendemos já que o clube precisava. Mas, depois, ele jogou todos contra imprensa, tomou uma decisão e sequer chamou para uma conversa. Eu, como torcedor, vou precisar de todos: torcida, organizadas e imprensa.

BN: Você se espelhou em alguém para aceitar o desafio de ser candidato?

Ronei: Me inspirei em Andrés Sanches, principal gestor do Corinthians em 100 anos do clube. Ganhou vários titulos, saiu da arquibancada, reestruturou o clube e será o próximo presidente da CBF. Ele, quando o Corinthians caiu, pediu desculpas à torcida e depois clamou pela ajuda dos torcedores e imprensa. Postura correta que espero repetir no Bahia, se eleito. É preciso presidir para o torcedor.

BN: Quais os principais erros da atual diretoria?

Ronei: Faltou cada um estar devidamente posicionado no seu setor. Eu, há quatro anos, estudo dados e números de jogos da primeira e segunda divisão. Sei detalhes de todos os jogadores, números, o que ele faz ou deixa de fazer. Eu estudo, não estou aqui à toa. Um ano e meio atrás, levei uma lista de 12 jogadores para o Bahia, sendo que oito deles explodiram no cenário nacional. Luan, do Atlético Mineiro, e Chiquinho, do Fluminense, na ocasião, ainda não estavam em destaque. Precisa entender de futebol, sim, para ser presidente. Você pode contratar os melhores diretores, mas é preciso entender, conhecer os atletas do seu clube..

BN: A marca do Bahia, para você, está desgastada?

Ronei: Precisamos reaproximar o torcedor do clube. Nosso profissional, por exemplo, foi diretor do SBT, conhece o mercado. Temos um banco privado interessado em nos ajudar, também uma das maiores construtoras do Brasil, além de uma empresa de carne suína. Todos estão conversados e querem nos ajudar. Mas, para isso, precisamos ter transparência, o torcedor precisa saber para onde vai o dinheiro dele. É inaceitável você ter 28 mil inscristos e apenas 7 mil em dia. O Bahia é o time com maior número de sócios em atraso. A torcida do Bahia é povão, é massa, não pode se colocar apenas a opção de R$ 40 por mês. Vejo necessário reduzir, ter mais sócios e menos dívidas.

BN: O que acha da relação entre Bahia e Fonte Nova?

Ronei: Não posso falar por não ter conhecimento dos detalhes. Só acho que o como novo presidente, se eleito, precisa tornar da arena um parceiro ainda mais forte.

BN: Sua candidatura tem apoio, por exemplo, de ex-presidentes?

Ronei: Nossa campanha é independente, com torcedores do Bahia apenas e empresários. Mas, se for para o bem do clube, eu acho que a oposição deve ser juntar. Não vejo de maneira alguma como a situacão ficar. Não tiveram competência, e fizeram uma coisa que não podemos repetir: misturar futebol com política.

BN: Pretende manter os dois CT's?

Ronei: Eu, como falei, viajo acompanhando o Bahia e tenho a chance de conhecer vários CT's pelo Brasil. Pelo que vi, a Cidade Tricolor é coisa de primeiro mundo, inclusive, já deveria ter sido utilizada por essa gestão. Mas, por questão de ser coisa do ex-presidente e briga política, não sei o porquê da transição não ter sido feita. Nossa prioridade é ir pra lá, já que vai qualificar o trabalho, modernizar o clube. Quanto ao Fazendão é um caso para se discutir.

BN: Bahia errou na relação com a CBF?

Ronei: Todos nós sabemos que o Norte e Nordeste tradicionalmente é prejudicado, quando você vai brigar quanto a isso é ruim. Eles (gestão) poderiam ter sido mais profissionais, neste caso, menos parciais. Mas, se não tem time competente e bem feito, não pode falar de arbitragem ou CBF. Caiu por incompetência.

BN: Já pensou, se eleito, na montagem do elenco de 2015?

Ronei: Temos uma lista de jogadores, e inclusive já temos um nome de treinador. Muitos jogadoers que estão aqui, por exemplo, eu não contrataria. Atletas em fim de carreira, que antes de vir para cá atuavam uma partida e paravam em outras seis. É preciso estudar todo histórico antes de trazer.

BN: Qual será seu primeiro passo como presidente?

Ronei: Precisamos reavaliar os que estão aqui, olhar para os atletas da base e montar um time que possa ser forte na disputa da Série B. Precisamos profissionalizar o clube, sem essa de empregar amigos. É necessário ver quem está lá dentro pela qualidade, e não pela amizade, e depois tomar decisões.

BN: Aceitaria, se derrotado, fazer parte da gestão de outro presidente?

Ronei: Eu sou um cara profissional, hoje. Acompanho muito o futebol, leio sobre tudo, pesquiso e estudo quanto aos números. Fui para quatro finais de Libertadores, estive na decisao da Champions League duas vezes. Creio que poderia ajudar a montar um time digno.

BN: Por quê o torcedor deve escolher Ronei?

Ronei: Porque eu represento o torcedor, sou a voz da arquibancada e me sinto competente para gerir o clube, cercado de bons profissionais nos setores. Eu, como líder, vou escolher os melhores funcionários, diretor e treinador. Pessoas que virão serão grandes profissionais e recolocarão o Bahia na primeira divisão. Não farei do Bahia cabide de emprego.