Postado por - Newton Duarte

Eleições, Cristóvão e Souza

Eleições, Cristóvão e Souza

Começa, talvez, a semana mais importante da história do Esporte Clube Bahia. Sem exageros, acredito que no futuro será lembrada da mesma maneira que as dos títulos de 1959 e 1988. Finalmente os torcedores poderão votar e definir o que querem. Isso não quer dizer que haverá um toque de Midas, mas está aberta a possibilidade de, se der errado, poder mudar. Finalmente a torcida poderá cuidar da paixão diretamente. Basta se associar! Não serão mais reféns de ego e decisões voltadas para o pessoal e não à agremiação. Seja com Osório Villas-Boas, Paulo Maracajá e os Guimarães, o tricolor sempre teve um dono. Agora os patrões são todos os tricolores! Os dirigentes, funcionários.

Em contrapartida, acredito que muitos não estão entendendo o momento do clube. Vejo ataques levianos e intrigas sem sentido. Exemplo: colocam fotos ou momentos do passado em que os três candidatos ou alguém forte das equipes, de alguma maneira, aparecem ligados a Paulo Maracajá ou os Guimarães. Entendo a necessidade de vencer a eleição, mas dessa maneira baixa, só me leva a crer que existem interesses além-clube. Só isso justifica uma fuga de adesão entre os grupos. Pode parecer um pensamento ingênuo, mas esperava mais união. Afinal de contas, é um momento de retomada do tricolor e não disputas pessoais. Espero que vencedor e derrotados saibam usar e doar os conhecimentos para ajudar no crescimento do Bahia. Tomara que o tempo do ego acima de tudo, também tenha sido destituído.

Gosto muito de Cristóvão Borges, mas ele chegou a um momento crucial do trabalho a frente do Bahia. Não vejo nenhum sentido em demissão, contudo precisa de uma sacudida. Ele organizou o time, entretanto parece que travou. Não consegue modificar o esquema e criar variáveis. Óbvio que o elenco é limitado e atingiu uma pontuação antes inimaginável, por todas as circunstâncias e incompetência da montagem do grupo, porém não se pode deitar em berço esplêndido. Alternativas são necessárias. Nos últimos oito jogos, foram dois triunfos, quatro derrotas e dois empates. Com exceção dos jogos contra a Portuguesa na Sul-americana e diante do Náutico, lanterna do Brasileiro, o tricolor foi praticamente anulado.

A pane defensiva foi crucial na derrota para a Portuguesa. Grande mérito do time de Cristóvão, o setor esteve péssimo individual e coletivamente. Foram oito minutos de completo desligamento. Lucas Fonseca fez, sem dúvida, a pior partida pelo tricolor. Se posicionou muito mal na bola parada, não cobriu Madson e ainda deixou um buraco na zaga central. Titi, que vinha bem no Brasileiro, pela terceira vez nessa sequência ruim, por irresponsabilidade e/ou infantilidade, facilitou para o adversário. O pênalti cometido foi inexplicável! Fahel só aumentou a indignação por ele ser titular e não Feijão. Por sinal, novamente pergunto, até quando? Hélder foi Hélder e não “#Inihélder”. Fernandão perdeu chances claríssimas!

Cristóvão, mais uma vez, trocou apenas seis por meia dúzia. Continuo entendendo as limitações técnicas do elenco, mas não justifica a inércia em buscar alternativas durante as partidas. Se têm apenas volantes ou meias atacantes velocistas disponíveis, a culpa também passa pelo treinador, que quis a formatação assim. Quando Rafael Miranda pediu para sair, a Lusa já havia passado o trator. Colocar Diones, definitivamente, não era a melhor opção. Caso quisesse travar para se reorganizar, o escolhido deveria ser Feijão. Por uma opção mais ofensiva, William Barbio. E mais pra frente não precisaria sacrificar Marquinhos Gabriel. E ainda terminou o jogo com uma substituição por fazer. A limitação é clara, porém não impede a inventividade.

Não gosto de entrar na seara da vida pessoal dos jogadores. Fora do horário de trabalho, se não prejudicar os treinamentos e o rendimento, o cara faz o que quiser. O problema é quando afeta e esse tem sido o caso de Souza. Praticamente fora dos planos de Cristóvão Borges, o atacante vira e mexe aparece em redes sociais divulgando farras e mais farras. E os responsáveis pelo clube sempre divulgam uma lesão, uma virose... Hipocrisia dizer que ele está errado, já que nem no banco fica, porém, o custo para manter essas regalias é muito alto. E foi o próprio ex-Caveirão que buscou isso. Sei que a multa é alta e que ele foi importante em várias ocasiões, mas o ciclo se encerrou. Que Anderson Barros e Carlos Leite (empresário do jogador) achem outro clube para ele. De preferência com troca por alguém que seja, de fato, útil a Cristóvão.


Fonte: Éder Ferrari – Bahia Notícias