Postado por - Heitor Montes

Em entrevista, Juninho faz retrospectiva de 2016 e projeta futuro vencedor no Bahia

Com os cabelos descoloridos em virtude de uma promessa para Sr. Aderbal, funcionário do Bahia há mais de 20 anos, Juninho leva no rosto o sorriso de felicidade por ter conquistado o acesso à Série A de 2017

Juninho cumpriu promessa para Sr. Aderbal, funcionário do Bahia (Foto: Divulgação / ECB) Juninho cumpriu promessa para Sr. Aderbal, funcionário do Bahia (Foto: Divulgação / ECB)

Em sua primeira passagem por um clube de expressão nacional, ele foi destaque. 55 partidas, onze gols marcados e o apreço da torcida do Bahia. Com 30 anos de idade, ele não nega que é o seu melhor momento na carreira. "Tenho muito mais que agradecer do que reclamar. Foi um ano fantástico. Quando cheguei, achei que seria rejeitado pela torcida pelo fato de ter saído de um clube de menor expressão e que tinha sido rebaixado, mas graças a Deus me adaptei, a torcida me abraçou", declarou, em entrevista ao Bahia Notícias. Nas últimas partidas da Série B, o camisa 5 ficou de fora por causa de uma dupla entorse no joelho e no tornozelo, adquirida no jogo contra o Sampaio Corrêa, pela 35ª rodada. A partir do acontecimento, o carioca se tornou um dos adeptos na intensa briga pelas quatro primeiras posições. "Tenho uma palavra que define tudo: gratidão. Tenho muita gratidão por eles [torcedores], que mesmo cobrando bastante, eles sabiam que poderíamos dar um retorno. Eles nos apoiaram desde o começo do ano e o público foi aumentando a cada triunfo nosso. No final, pude estar como um torcedor e foi fantástico", indicou. Juninho também faz uma avaliação da temporada, relembra momentos da Série B, comenta a recuperação de sua lesão e já projeta o ano de 2017 pelo Esquadrão, onde deseja se tornar um ídolo.

Como você avalia a sua temporada pelo Bahia?
Tenho muito mais que agradecer do que reclamar. Foi um ano fantástico. Quando cheguei, achei que seria rejeitado pela torcida pelo fato de ter saído de um clube de menor expressão e que tinha sido rebaixado, mas graças a Deus me adaptei, a torcida me abraçou... Comecei jogando como meia, mas mesmo jogando fora de posição me destaquei. Na Série B consegui a minha tão sonhada oportunidade como volante. Estava bem preparado, consegui aproveitar bem e manter a regularidade. Acabei ganhando reconhecimento nacional e me destacando. Quero agradecer a Deus. Tenho certeza que 2017 será tão bom ou melhor.

Você acabou se lesionando contra o Sampaio Corrêa. Como foi aquele momento?
Na hora da lesão achei que seria algo mais grave. Acabou batendo o desespero e fiquei sem força nas pernas. Saber que estava saindo de um jogo decisivo também foi ruim. Foi difícil ficar do lado de fora como torcedor. Passavam os minutos e nada do gol sair. Foi quando o Hernane teve aquela frieza e a competência para concluir. Foi um gol importante e que nos deixou vivo. Foi uma mistura de sentimentos: dor, angústia, emoção... Assim como eu, acho que muitos se emocionaram.

E o tratamento? Espera estar bem para a próxima temporada?
A gente chegou a tratar em três períodos para ver se dava para jogar a Série B, mas não deu. Entrei em um acordo com a parte física e a parte médica para continuar o tratamento nesta semana para acelerar o processo. Hoje eu me sinto bem, é claro que incomoda o joelho e o tornozelo. Agora vou descansar a cabeça e rever a família, mas vou seguir me tratando para chegar no mesmo nível de meus companheiros.

Na última rodada, contra o Atlético Goianiense, você esteve no estádio Olímpico como torcedor. O que você lembra daquele dia?
Foi uma agonia, cara. Sabíamos que as condições eram favoráveis. Quando as partidas começaram, os resultados vieram ainda mais para a gente. Sofremos o empate no fim do primeiro tempo, mas ainda estava tudo certo para a gente. Quando voltou para o segundo tempo, o Vasco virou. Bom foi que o Náutico não conseguiu virar e a gente, infelizmente, não venceu. Fiquei no celular falando com meu pai durante uns 20 minutos. Até que acabou o jogo. Foi emocionante e uma alegria só. Nossa recuperação dentro da competição nos deu essa condição. Tudo aconteceu no momento certo e o grupo sofreu muito durante o ano. O importante foi o acesso.

Na sua opinião, quais foram os piores momentos do Bahia na Série B?
Talvez tenha sido contra o Tupi, em Juiz de Fora. Ali foi um momento difícil. Começamos bem a competição e acabamos tropeçando depois. Contra o Londrina fomos muito ansiosos, nos colocamos de maneira errada e perdemos. Acabou na demissão do Doriva. Fomos para Juiz de Fora em um clima conturbado. Não tivemos um jogo bom, perdemos e depois fomos derrotados pelo Brasil de Pelotas. Ali começaram as desconfianças, mas o professor Guto chegou e conseguimos arrumar as coisas.

E os melhores?
O gol olímpico contra o Goiás foi muito importante. Contra o Brasil de Pelotas, bati a falta para o gol do Natã. Minha família toda estava ali, então foi emocionante. O gol contra o Paraná... O próprio jogo contra o Vasco, que não fiz gol, mas foi uma das minhas melhores partidas em termo de marcação. Ali, defensivamente, fomos fantásticos. Tiveram vários pontos na competição foram importantes. O gol contra o Vila Nova também foi muito bonito. Ali treinamos muito e na hora certa fui feliz. Não foi um jogo fácil, mas o gol me marcou muito.

O que dizer sobre a torcida do Bahia?
Tenho uma palavra que define tudo: gratidão. Tenho muita gratidão por eles, que mesmo cobrando bastante, eles sabiam que poderíamos dar um retorno. Eles nos apoiaram desde o começo do ano e o público foi aumentando a cada triunfo nosso. No final, pude estar como um torcedor e foi fantástico. O gol do Cajá contra o Bragantino foi emocionante e pude sentir que a torcida sente. Eles são apaixonados e temos que dar o nosso melhor por eles sempre.

Na sua opinião, qual foi a importância do técnico Guto Ferreira no acesso?
O Guto é um treinador que cobra bastante quando tem que cobrar e dá moral quando tem que dar. Nosso treinamento é como se fosse um jogo e isso nos deixa próximos do triunfo. Ele é um cara que tentar unir o grupo, então acho que ele teve um papel muito importante no nosso acesso.

Você tem contrato com o Bahia até o fim de 2017. O que projeta para a próxima temporada?
A gente espera que a diretoria monte um time competitivo e temos certeza que vão montar. Cada um tem essa função e a função deles é montar um elenco bom, que nos dê condições de brigar por coisas grandes em 2017. Quero brigar por títulos porque é o que a torcida do Bahia merece.

Deseja se tornar um ídolo do Bahia?
Virar um ídolo do Bahia seria fantástico. Muita gente fala que sou ídolo, mas tenho os meus pés no chão e sei que tenho que batalhar muito para um dia me tornar ídolo. Quem tem esse título aqui no Bahia fez muito mais do que eu. É continuar trabalhando

O presidente do Bahia afirmou que quer prolongar o seu contrato. Também lhe interessa?
O Bahia quer renovar até 2018, mas eu quero renovar até 2019. Se Deus quiser, meu empresário vai conduzir bem a situação e vai dar tudo certo.

Fonte: Bahia Notícias