Garoto Carlos será a aposta do Bahia para a lateral
Entre os vários que deixavam o vestiário do Bahia após o jogo contra o Campinense, quarta, 4, ficava difícil identificar quem era Carlos, jovem lateral-esquerdo do Tricolor. Com tantas caras novas, a missão era árdua até mesmo para quem vive o dia a dia do clube, como os jornalistas.
"Oi, Carlos sou eu. Prazer", identificou-se, finalmente, para a entrevista. Apresentações como essa se tornarão uma constante na vida do garoto de 20 anos nos próximos dias. Afinal, de um total desconhecido para a torcida até o último final de semana, ele será o titular do Bahia neste sábado, às 18h30, contra o Jacobina, pela segunda rodada do Baianão.
Carlos subiu para o profissional no início deste ano, por ter estourado a idade no júnior. Com o retorno de Raul e a permanência de Pará, ele seria apenas a terceira opção para a vaga. Mas, com a venda do titular e a expulsão do outro companheiro contra o Conquista - tudo em menos de uma semana -, a chance para o garoto surgiu bem antes do que o esperado.
O fator surpresa pode ser um bom sinal. O último titular da posição, Pará, também era um total desconhecido no início da temporada 2014 e terminou o ano como uma das maiores revelações do Bahia. "O que aconteceu com ele realmente me motiva", reconhece Carlos. "Para falar a verdade, não esperava que a oportunidade aparecesse tão cedo assim. Mas tenho muita fé em Deus e, se ela apareceu, é porque Ele estava preparando-a para mim. Tenho que aproveitar", completa.
O comandante já confirmou o garoto como titular. "Carlos é um menino. Então, a gente tem que preservá-lo. Vamos ser obrigados a colocá-lo no sábado, mas confiamos no jogador", disse Soares, após o duelo com o Campinense.
A pressão não assusta. "Estrear no profissional é o sonho que todo garoto tem. Então, tem que ter personalidade na hora. Subi faz pouco tempo e é claro que vou ficar emocionado ao vestir aquela camisa. Espero fazer um bom jogo", diz o lateral.
Versátil
Até agora, a carreira de Carlos tem sido marcada por mudanças. Natural de Atalaia (AL), o garoto chegou ao Bahia em 2009, trazido por olheiros. Em 2011, mudou-se para a base do Santos. No ano seguinte, voltou para o Tricolor.
No ano passado, foi emprestado ao ASA para ganhar experiência. Voltou sem jogar , mas a tempo de disputar algumas partidas da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro Sub-20, nos quais agradou. Assim, recebeu uma segunda chance. Tem seis meses para mostrar serviço, já que seu contrato expira em maio.
As mudanças de time não foram as únicas. "Cheguei aqui como meia, que foi onde sempre joguei. Mas aí Charles me colocou de volante, onde comecei a me destacar”, lembra. "Aí, num jogo, ele pediu para eu jogar de lateral, até porque sou canhoto. Acabou que, graças a Deus, estou fazendo um bom trabalho e o professor vem me avaliando bem nessa posição”. conta.
Por isso, quando perguntado sobre sua principal característica, Carlos não exita: "Sou versátil (risos). Quando a gente se apresentou no início do ano, todo mundo pediu pra fazer um discurso. Aí perguntaram qual era minha posição e eu disse: 'sou versátil'. Aí, começaram a brincar", lembra.
De fato, o menino prefere não decidir qual será a sua função em campo. "Eu jogo na esquerda. Não importa onde, só quero jogar", brinca.
