O ex-gerente de futebol tricolor Éder Ferrari, afirma que fechou as portas do clube baiano "para muitos empresários bandidos" e que demissão ocorreu por pressão externa
Após ser demitido, na manhã desta sexta-feira, o ex-gerente de futebol do Bahia, Éder Ferrari, postou uma mensagem em uma rede social na qual comentou a saída do clube baiano. Ferrari atribuiu o desligamento à pressão externa e agradeceu pelo período em que trabalhou no Tricolor baiano.
- Ontem recebi a notícia de que não continuaria o trabalho no meu Bahêa. Sentimento de frustração e, de certa forma, de alívio. Do meu primeiro dia no clube ao último, não houve um minuto sequer sem que pedissem minha demissão. "O que ele faz?"; "Só está por ser amigo do presidente"; "Sanguessuga", etc. Até de mercenário fui chamado. O modus operandi, infelizmente, não muda. Bater de frente com o sistema não é fácil! Fechei a porta do clube para muitos empresários bandidos, que só faziam surrupiar o Bahia. E isso tem um preço. Criaram uma pressão de fora para dentro, venderam mentiras, boatos infundados e levaram torcedores desinformados a acreditar no que não existia. Mas estou tranquilo. O mal por si só se destrói. Vida que segue e tenho certeza que o Bahia vai voltar para a primeira divisão esse ano. O clube e a nação merecem! Trabalhar dessa forma é muito sofrido, desgastante, injusto. Porém, saio com a consciência tranquila e sentimento de dever cumprido. Três palavras resumem esses quase 19 meses no Bahia: gratidão, orgulho e legado. As mensagens de carinho e consternação de pessoas de todos os departamentos do clube provaram isso. Receber ligação de um funcionário do mais alto gabarito, chorando copiosamente pela minha saída, é desconcertante, porém acalenta o coração. Me entreguei de corpo e alma no desafio e deixo o clube em um outro patamar. Claro que não fiz sozinho, mas não posso esconder esses méritos. Vestiário, fisioterapia, preparação física, alojamento, divisão de base, rouparia, DM... Todos esses setores têm meu dedo na reestruturação física. Saíram da Série Z para a Série A. E isso me dá muito orgulho. E não deixo "apenas" patrimônios físicos no clube. Muitos atletas que estavam perdidos, consegui recuperar para o clube. Não preciso citar nomes, mas foram muitos mesmo. Patrimônio! Vida que segue!
Éder Ferrari foi um dos primeiros profissionais contratados por Marcelo Sant’Ana ao assumir a presidência do Bahia. O dirigente era responsável pelas questões logísticas do elenco profissional, além de colaborar com o planejamento e na relação com as divisões de base.
O gerente é o segundo profissional extra campo que é demitido na reformulação proposta pela diretoria. Antes dele, na quarta-feira, o clube havia anunciado a saída do preparador físico Reverson Pimentel. Na quinta, o diretor Nei Pandolfo havia confirmado que Danilo Pires, Hayner, João Paulo Penha e Thiago Ribeiro não iriam com o grupo para Porto Seguro e, assim, estariam fora dos planos da comissão técnica.
Fonte: Ge.com
