Postado por - Newton Duarte

Em veto, governo exige dos clubes responsabilidade fiscal

Em veto, governo exige dos clubes responsabilidade fiscal

José Maria Marin, presidente da CBF e a presidenta da república, Dilma Roussef

José Maria Marin, presidente da CBF e a presidenta da república, Dilma Roussef

O governo da presidenta da República, Dilma Roussef, vetou nesta segunda-feira a lei que permitiria aos clubes brasileiros parcelar suas dívidas com descontas em multas e juros e sem exigências de comprometimento com a saúde financeira das agremiações no futuro.

A decisão é uma vitória do movimento Bom Senso, em oposição à chamada "bancada da bola", grupo ligado a clubes de futebol e à CBF na câmara dos deputados.

No fim do ano passado, Câmara e Senado aprovaram a medida provisória (MP 656/2014) que trata de isenção de imposto a importação de aerogeradores, equipamento usado na agropecuária. O parcelamento das dívidas dos clubes foi incluído em emenda do deputado Jovair Arantes (PTB-GO).

Pelo texto aprovado, os clubes poderiam parcelar suas dívidas com a União em 240 vezes, com descontos de 70% em multas e 50% em juros, sem, no entanto, terem de cumprir nenhum medida de responsabilidade financeira e de gestão, previstas na discussão da Lei de Responsabilidade Fiscal dos Clubes.

Alguns clubes, casos de Flamengo, Coritiba, Internacional e Vitória, enviaram uma carta à Presidência da República pedindo que a Lei fosse complementada com a inclusão das medidas de austeridade.

Na última sexta-feira, a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapef) mudou de opinião e enviou ofício à Casa Civil pedindo a aprovação do texto como ele estava.

Leia o texto publicado nesta terça-feira no Diário Oficial da União:

Razões do veto

"O Governo vem discutindo há meses com representantes de clubes, atletas, entidades de administração do desporto e com próprio Congresso Nacional a construção de uma proposta conjunta que estimule a modernização do futebol brasileiro. O texto aprovado não respeita este processo e prevê apenas refinanciamento de débitos federais, deixando de lado medidas indispensáveis que assegurem a responsabilidade fiscal dos clubes e entidades, a transparência e o aprimoramento de sua gestão, bem como a efetividade dos direitos dos atletas. O Governo retomará imediatamente o processo de diálogo, com o objetivo de consolidar, no curto prazo, uma alternativa que promova de forma integral a modernização do futebol brasileiro."