Nesta quarta-feira (29), o Bahia venceu o Ceará por 2 a 0, no estádio Presidente Vargas, pelo Campeonato Brasileiro. O técnico Enderson Moreira concedeu entrevista coletiva após a partida e comemorou o primeiro triunfo fora de casa do Tricolor no Brasileirão. Antes da partida desta quarta, a equipe havia disputado nove jogos longe de Salvador, com três empates e seis derrotas.
Porém, mesmo com o triunfo por 2 a 0, o Bahia não teve um jogo fácil. Enderson Moreira elogiou o comportamento da equipe, principalmente por ter conseguido encarar os obstáculos:
A gente soube sofrer. A gente tentou jogar, o campo traz algumas dificuldades, não é justificativa, mas é um gramado bem diferente do que a gente está acostumado. E a equipe do Ceará muito bem armada, mas hoje tivemos a capacidade de controlar bem e sair daqui com um bom resultado. Eu já vim aqui no PV alguns anos atrás e com uma qualidade do gramado muito melhor. Não sei era a preparação para a Copa. A gente sabe que o gramado não está nas condições melhores.
Para o jogo desta quarta, Enderson Moreira fez mudanças na equipe. O treinador colocou Nilton e Flávio no time titular, deixando o time mais compacto na marcação, enquanto que Vinícius, um jogador mais criativo, ficou no banco. Com isso, o Bahia jogou com três volantes.
Enderson Moreira disse que as mudanças foram planejadas após análise antes da partida, principalmente, para dificultar as ações do Ceará.
Isso faz parte do jogo. Acho que no primeiro tempo eles conseguiram assediar mais. A gente tinha uma proposta de entrar com mais um volante, até o Nilton tem que essa qualidade no jogo aéreo. Vinícius teve uma semana difícil, uma tendinite patelar. A gente teve que fazer algumas opções, abrindo mãos de algumas coisas. Quando monto equipes, a gente tem que ter argumento para poder entender cada situação. Hoje achei que seria interessante ter uma equipe um pouco mais pegador. Coincidentemente, Vinicius apresentou uma tendinite patelar que ele está vivendo há muito tempo. Achei interessante... Sempre gosto de ter outras alternativas. A imposição dos três foi importante, além do jogo aéreo do Nilton.
Durante o jogo, o Bahia suportou a pressão do Ceará e foi cirúrgico quando chegou ao ataque. Para Enderson Moreira, a equipe explorou bem as deficiências da equipe rival para conseguir o triunfo:
Acho que o segundo tempo a gente conseguiu controlar melhor o jogo. No primeiro, a gente sofreu, não costuma oferecer tanto espaço no centro do campo. No segundo a gente conseguiu fazer melhor. Em vantagem no placar, a gente sabia que o Ceará ia sair com muito mais vontade, ia se expor mais.
Além disso, o Bahia precisou superar as questões físicas para chegar ao triunfo. A equipe não teve tempo para realizar treinamentos efetivos após a derrota para o Santos, no último sábado (25). Enderson Moreira falou sobre a dificuldade de montar um time consistente, que apresente a qualidade em campo:
Do time que começou o jogo em Santos, apenas três jogadores iniciaram hoje (Léo, Gregore e Zé Rafael). A gente teve que reconstruir a equipe em termos físicos. Houve um desgaste enorme. A gente precisa avaliar bem quem terá condições de enfrentar a equipe dificílima do Atlético-PR.
O Bahia volta a campo no próximo domingo (2), às 16h, quando enfrenta o Atlético-PR, na Arena da Baixada.
Confira o que Enderson Moreira falou em entrevista coletiva
Análise do jogo
- Hoje sofremos mais um pouco, tivemos que marcar muito, mas era muito merecido a vitória fora de casa pelo empenho, pela dedicação. A gente está em uma maratona, não tivemos parada da Copa, não tivemos nada. Enaltecer a dedicação dos atletas porque eles estão competindo com equipes que tiveram um pouco mais e tempo para preparar.
Acho que hoje, acima de tudo, o importante para nós eram os três pontos. A gente fez partidas de muita qualidade em vários momentos fora de casa, e esse trunfo nos escapava. Hoje a gente conseguiu ter tranquilidade para buscar esse resultado positivo
Douglas ou Anderson?
- Anderson teve um problema, conjuntivite. A gente não sabe o tempo que vai demandar. Douglas ficou muito tempo parado, foi exigido e foi muito bem. É um problema bom que um treinador tem para poder tomar decisões
Edigar Junio
- São opções, a gente vai avaliando o adversário. Era importante ter um jogador de imposição física pela postura do Ceará. A gente fez a escolha do Nilton ali.
Jogada aérea
- A primeira coisa... Assim, a gente treinou a questão da bola parada. Foi uma coisa que a gente pegou muito no pé. Sabia que poderia ter uma vantagem no primeiro pau. E acabou saindo o gol. Estrategicamente a gente tentou bloquear as ações. A gente sabia que quanto mais passasse o tempo, eles iam se atirar cada vez mais, e a gente teria a oportunidade de contra-ataque, tanto e que não fiz nenhuma mudança que pudesse ser defensiva.