Postado por - Newton Duarte

Ereções 2014: O Bahia não me dá mais tesão. Parte 1

Ereções 2014: O Bahia não me dá mais tesão. Parte 1

Prefacialmente gostaria de reiterar que não sou sócio do Esporte Clube Bahia por opção. Não quis contaminar minhas opiniões com qualquer possibilidade de fazer parte de grupos interessados no poder. Acho que ajudo muito mais sendo a única oposição a tudo e a todos que se arvoram a dirigi-lo. Digo isso, com a certeza de que sou a pessoa mais modesta do mundo.

Antes de entrar no tema central deste maravilhoso humilde texto, faz-se mister salientar o significado da palavra DEMOCRACIA: “regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (direta ou indiretamente)”.

Após a bem sucedida, EXPONTÃNEA e “arquibancadeana” campanha do #PúblicoZero e da “Revolta das Caxirolas”, acreditei que o Bahia havia encontrado a luz e saído das trevas. Gerido de forma imperial, como se fosse uma dessas empresas de segurança privada, que mudam de nome para não pagar Direitos trabalhistas, vimos a ascensão e queda dos Guimarães, num momento de júbilo para a maioria. Incauto, acreditei que havíamos aprendido a lição. Não deveriam existir “Marcelinhos” ou Presidas”.

Escrevi em algum lugar, que aquele Presidente jovem, que interagia com a torcida nas redes sociais, havia mudado de comportamento drasticamente após uma viagem à Holanda, patrocinado por uma empreiteira, com o objetivo de conhecer uma Arena. Promessas foram feitas: De Construção de Estádio a um reles amistoso com um clube Europeu. Nada ocorreu. Salvo o aparecimento de um ser desequilibrado, autossuficiente e agressivo, que terminou “cenicamente” da forma que terminou.

Nunca vi nada mais canastrão que aquela intervenção. Porem conseguiu enganar muita gente. Todos os arquétipos estavam ali. Lloyd Kaufman* deve ter sentido inveja de tal roteiro.

Contudo, guardem esta informação para depois. Ela explica tudo.

No dia 17 de maio de 2013 surge o Bahia da Torcida. Hipnótico mais violento que o ‘bolsa-família’. Escrevi isso em dois textos já no dia seguinte: MGF está meio enrolado... ‘Tá serto?’ e 'Apocalípse now' ou apenas mais um 'Ensaio sobre a cegueira'. Fiquei sozinho literalmente. Prejudiquei o site torcidabahia.com pois trouxe para mim uma antipatia generalizada, haja vista estar na contramão do senso geral. Mas, bastava observar que: Como podia os “donos do negócio” e outros interessados estarem pregando o mencionado #PúblicoZero? É óbvio! Era a transição do poder e a proteção ao melhor negócio já visto no planeta: A Arena Fonte Nova. O tempo provou isso.

A imprensa oficial, os eternos e conhecidos famintos por patrocínios ‘barrigueiros’ sites chapa-branca, Torcedores-Perus (Benza Deus)... Época de uma adesão cega, que causava náuseas e repugnância. Viviam a repetir um mantra enfadonho diariamente nas redes sociais e em seus textos: “Deposto, defenestrado, excluído, Corjeiro...” e outras menos votadas. Gente manipulada, alguns imbecis de profissão, muitos que mal sabem “ler de carreirinha” ou assinar o próprio nome, encerravam suas frases com a pérola: “Não prejudicar a frágil democracia...”. Afff!

Lá se vão 1 ano meio entre a intervenção circense e os últimos dias de Pompeia. E o que mudou? Nada!

Os métodos administrativos e gerenciais em todas as áreas são os mesmos! Inapetência, arrogância e negócios que, no mínimo, podemos taxar de suspeitos. Sendo que agora tudo é tratado com total indiferença. O clube morre dia a dia e aqueloutros, há pouco mencionados, retornam com as justificativas de outrora: Democracia e Excelência Administrativa. Principalmente e estranhamente TODOS os candidatos também. Repito: É esquisito e estranho. Todos, sem exceção, usam o mesmo argumento. Ninguém tem coragem de questionar a gestão. Medo? Conivência? Hahahahaha Todos bajulam com um argumento etéreo.

Não vou falar de Democracia agora. Não perderei tempo com ‘Bolivarianismos clubísticos’. Tentarei demolir este argumento PÍFIO resumidamente para ver se a campanha começa num nível um pouco melhor:

1 – Gestão de futebol: Contratações feitas em baciadas, inclusive de gestores de futebol, sempre com os mesmos empresários, os mesmos da (já)era MGF. Jogadores sem qualidade ou condição física, valores estranhos, contratos esquisitos... Mas, principalmente, a guerra entre eles que está travada nos bastidores. Os jogadores de Chedid seguramente não estão felizes. Qual o motivo? O caso Omar é emblemático: Pediu para sair, não ficou no Flu, foi para Portugal fora da janela, iria ficar desempregado ás custas do seu empresário, mas pasmem: “Voltou”! Não joga e o Bahia paga.

Não vou falar do ridículo causado pelas fábulas de Pinto, Romagnoli e Amaury. Os fatos falam por si.

2 – Marketing: É certo que quando a bola não entra nada funciona em um clube de futebol. O MKT principalmente. Se não for extremamente competente e bem relacionado nada vai acontecer. Mas, não havia MKT. Assistimos a um previsível departamento de propaganda. Frases prontas, apropriação de condutas, clichês, chavões e autoajuda. Nada que trouxesse retorno financeiro ou benefício à imagem do clube que só se deteriora dia após dia.

3 – Administrativo: Empreguismo. Essa palavra resume o administrativo do Bahia. Apaniguados, acoitados, amiguinhos, parentes de políticos e afins, criação de setores para abrigo destas pessoas... Tudo com altos salários, pagos no vencimento, ao contrário dos jogadores, que ainda recebiam gozações internas por isso (Vide Rhayner que explodiu). Gente demais para produção e competência de menos.

4 – Financeiro: Se o Conselho deliberativo, chamado por mim de “Conselho do amém”, fez ressalvas, quem sou eu para discutir. O que está dito, está dito. E não foi por mim.

5 – Divisão de Base – Mais de um time de futebol foi ‘liberado’, “dispensado”, “perdido por falta de pagamento”, “emprestado” em fim de contrato... A alegação de deficiência técnica foi uma constante. Mas, o estranho, o sobrenatural, o ‘acredite se quiser’ é que o mesmo empresário arrebanhou a maioria. Carlos Leite, aquele de Gabriel, Talisca, Paulinho, Felipe Augusto e que agora quer Lourival (desde janeiro quando quase foi para o Flamengo), manda e desmanda na base. Só eu, imbecil que sou, não acredito nesta coincidência.

6 – A Lenda dos CT’s: Uma história sem fim. Todo dia “vai ser amanhã”. Nenhum documento é apresentado. Tudo ficou com está. Amanhã! O mesmo “amanhã que a Deus pertence”. A quem pertenciam os terrenos da construção do CT de Camaçari? Como aparecia a OAS no momento da construção? Qual a relação de Valeriano, ex-Vice de MGF no negócio? Como as escrituras foram parar na mão da construtora? As avaliações foram desconsideradas? O Bahia deve a OAS? Como? Hein? Hein? Hein? Me batam um abacate com leite Gloria! Parem o mundo! Vou entregar meus diplomas!

Resolvi parar por aqui. A segunda parte vem em seguida. A eleição está contaminada. Nada tem a ver com o comando do Bahia.

No próximo episódio (já escrito): Os candidatos. Quem são? O que querem? Por que mudam de opinião? Por que mudam de lado? Qual obrigação está implícita para poder concorrer. Para onde vão “alguns” funcionários após a transmissão de cargo. Emprego garantido? Impugnações de candidatos? Vocês não perdem por esperar...

*Lloyd Kaufman: Fundador e presidente da produtora de cinema Troma Entertainment, ele é um dos nomes mais aclamados e famosos do cinema independente e do cinema trash.