Antes de conquistar um grande resultado fora de casa contra a Ponte Preta na última rodada do Campeonato Brasileiro, o Bahia estava pressionado. Sem vencer há sete jogos na competição e com dificuldade de marcar gols, o Tricolor chegou a entrar na zona de rebaixamento.
Em muitos casos, momentos de pressão como o vivido pelo Bahia significam um ambiente de críticas sobre o elenco e má fase dos jogadores. Não foi o que aconteceu com o volante Renê Júnior. Em alta, Renê manteve as boas atuações, mesmo nos momentos de dificuldade do time. E os números ajudam a explicar isso.
Titular do Bahia, o meio-campo aparece bem colocado em algumas estatísticas do Tricolor: é o segundo jogador em desarmes, com 32; terceiro em passes certos, com 422. E, nos últimos jogos, ele tem mostrado seu lado mais ofensivo: é o quarto jogador que mais finaliza, com sete conclusões. Com o gol contra a Ponte na última partida, o volante chegou a dois marcados no Brasileirão e se tornou um dos artilheiros da equipe na competição. Feliz pelo momento, Renê Júnior concede entrevista ao GloboEsporte.com e pondera, porém, que isso pouco adianta se o Bahia não alcançar seus objetivos na temporada.
- É claro que fico feliz pelo momento que estou passando aqui no Bahia, mas de nada adianta se o Bahia não conquistar seus objetivos. Em um time com 11 jogadores, sempre que um atleta se destaca é graças ao trabalho conjunto dos companheiros que trabalham no dia a dia. Felizmente, estamos evoluindo a cada partida, e o resultado diante da Ponte Preta demonstrou o nosso crescimento. Graças a Deus, as coisas estão acontecendo de forma positiva para mim, até por tudo que passei aqui dentro do Bahia, mas tenho trabalhado muito para ajudar o clube a conquistar coisas grandes no Brasileiro – afirma Renê Júnior, em entrevista ao GloboEsporte.com.
O bom momento do volante com a camisa do Bahia contrasta com a fase de desconfiança na temporada passada, quando ele fez nove partidas, seis delas como titular. Com o jogo contra a Ponte Preta, Renê chegou a 28 partidas realizadas em 2017, número que já supera todos os jogos feitos por ele em 2016, quando entrou em campo em 20 oportunidades - contando o Tricolor e própria Ponte, seu ex-clube. Para o volante, a confiança dada pelo ex-técnico tricolor Guto Ferreira e agora de Jorginho foram fundamentais para o seu crescimento.
- A torcida, no ano passado, cobrou muito de mim, e eu tinha muita vontade de mostrar que tinha capacidade para superar aquela desconfiança e me firmar com boas atuações vestindo essa camisa. Em todos os clubes que joguei, graças a Deus, sempre tive uma sequência de jogos e trabalhei muito para que acontecesse aqui também. O professor Guto sempre me deu muita confiança para desenvolver meu trabalho e agora o Jorginho também tem sido muito importante na minha evolução. Tem sido um momento bom na minha carreira, e acredito que o amadurecimento me ajudou a não me iludir com os elogios e não ficar abalado com as críticas. Procurei trabalhar para dar a volta por cima e, hoje, tenho o carinho da torcida. Fiz por onde para ter esse reconhecimento e espero continuar por muito tempo.
Renê não aponta uma razão específica para o crescimento de rendimento nesta temporada, mas reconhece que a sequência de partidas no time titular foi fundamental.
- Não teve um acontecimento específico para a minha evolução nesse ano. Eu precisava de sequência e confiança para que o meu trabalho aparecesse de forma positiva. Sempre tive a minha família como um porto seguro e que me ajudou muito nos momentos difíceis. Eu sabia que, com confiança e sequência, poderia render bem e estou conseguindo ajudar o Bahia na temporada. Tenho na minha cabeça que ainda tenho muito a contribuir com o clube e quero fazer história com essa camisa. Procuro sempre evoluir, porque todo atleta precisa ter esse foco na carreira, e comigo não é diferente - acredita Renê.
Parceria no meio e renovação
Se tem lugar assegurado no time titular do Bahia, Renê Júnior vê a disputa em alta para atuar ao seu lado no meio-campo. Com Edson suspenso, Jorginho tem testado Matheus Sales na posição nas últimas partidas. Juninho e Feijão também tiveram oportunidade, mas atualmente ocupam o banco de reservas. Político, Renê não escolhe um parceiro ideal e prefere exaltar a qualidade dos volantes do clube.
- Quando eu renovei com o Bahia para essa temporada, falei, na época, que uma das posições que tinham mais peças de reposição era o meio de campo, e isso era positivo para o clube. O Edson vinha numa sequência boa, mas infelizmente teve a suspensão. O Matheus Sales entrou no time e tem dado conta do recado muito bem, e o Juninho tem muita qualidade, assim como o Feijão. Quem ganha com isso é o Bahia. Para disputar um campeonato longo como o Brasileiro, é necessário ter um elenco para eventuais perdas. Quem tem entrado tem dado o melhor pelo time, e temos que continuar nessa pegada até o fim.
Em grande momento e emprestado ao Bahia até o fim da temporada, Renê Júnior já começa a responder sobre o seu vínculo com o clube. O volante afirma que não se reuniu com a diretoria para discutir uma possível renovação, mas afirma que não se incomoda com isso.
- Ainda não sentamos para conversar sobre renovação, mas isso é algo que não me incomoda. Eu procuro viver um dia após o outro e vou continuar trabalhando da mesma forma sempre. O Bahia é um clube grande, que abriu as portas para mim, mas não paro para ficar pensando nisso. Deixo esse assunto nas mãos do meu empresário e quero manter meu foco e buscar meu melhor a cada partida e ajudar meus companheiros dentro de campo - finaliza.
Fonte: Globo Esporte
