Postado por - Newton Duarte

Fala, Professor! Diretoria, estilo, sistema de jogo e Projeto: Doriva conta 'tudo'; Veja

Em entrevista a sócios do Bahia, Doriva fala sobre influência de Telê

Técnico fala sobre busca de reforços, primeiro contato com a torcida, projeto do clube para o futuro e expectativa para o primeiro Ba-Vi de 2016, marcado para 13 de março

Doriva respondeu perguntas de sócios em entrevista para a TV Bahêa (Foto: Reprodução / TV Bahêa)

Técnico que privilegiava o bom futebol, a técnica e a lealdade, Telê Santana marcou época no futebol brasileiro, e deixou discípulos, um deles no Fazendão. Contratado para comandar a equipe tricolor em 2016, Doriva foi lançado como profissional e trabalhou com o lendário treinador no início da década de 1990. Os anos de convívio deixaram marcas no atual técnico do Bahia, experiências e lições que ele usa como referência para conduzir situações atuais. Em espaço aberto pela TV Bahêa, canal oficial de vídeos do clube, para questionamentos de sócios, Doriva falou sobre a influência de Telê, que morreu em 2006, aos 74 anos.

-  O Telê me influenciou bastante como atleta. Fez grande diferença na minha carreira. Pelo profissional que era, pela conduta, conselhos que dava. Tenho algumas marcas que carrego por minha vida toda que aprendi com ele. Passo isso para os meus atletas diariamente. Jogar futebol com qualidade, toque de bola. Telê foi uma referência. Só o fato de ter trabalhado com ele é um privilégio. Tentar imitar ele em algumas coisas também é muito bom. A gente lembra dele com muita saudade. Foi um grande treinador que o futebol brasileiro teve. Usar um pouco do conhecimento que passou é uma característica minha também – disse Doriva.

Só o fato de ter trabalhado com ele [Telê] é um privilégio. Tentar imitar ele em algumas coisas também é muito bom"

Doriva

O técnico tricolor terá a chance de mostrar o aprendizado com Telê no próximo dia 31, data de estreia do Bahia na temporada. O Tricolor enfrentará a Juazeirense no estádio Adauto Moraes, pela primeira rodada do Campeonato Baiano. Até o momento, o time conta com cinco reforços em comparação a 2015. Hernane, Luisinho, Juninho, Edigar Junio e Danilo Pires já treinam no Fazendão. Doriva assume que o elenco ainda precisa ser encorpado para ter mais potencial de alcançar os objetivos traçados para 2016.

- A gente ainda está carente em algumas posições. O mercador não está fácil. Falamos em alguns nomes que gostaríamos de contar. A diretoria está se esforçando ao máximo para trazer e deixar o elenco forte. Entendemos que é necessário. Precisamos ter um elenco homogêneo, com jogadores do mesmo nível, para que aqueles que mereçam estar em campo como titulares representem bem o Bahia – pontuou.

A primeira partida em casa, e consequentemente o primeiro contato com a torcida, será no dia 11 de fevereiro, contra o Flamengo de Guanambi, pela segunda rodada do Campeonato Baiano. Doriva confia no apoio do torcedor tricolor, que na última temporada compareceu em bom número ao estádio e colocou o Bahia na primeira colocação do ranking de público da Série B, com média de 16.904 no estádio por partida.

Doriva falou sobre a expectativa para o Ba-Vi, marcado para 13 de março (Foto: Reprodução / TV Bahêa)

- A gente tem sentido o apoio. A gente sabe que é um torcedor caloroso, que comparece, que encoraja, incentiva, vibra com a equipe. Isso é fundamental. Vai depender da gente puxar o torcedor para o nosso lado através da nossa performance, intensidade, ambição. Começando pelo Baiano. Estamos motivados em fazer um grande trabalho. Ter uma equipe competitiva, aguerrida, querendo vencer. Contamos com o torcedor – declarou.

Além da ansiedade pelo contato com a torcida, Doriva também revelou expectativa com o Ba-Vi. O primeiro clássico do ano está marcado para o dia 13 de março, na Arena Fonte Nova, pela sexta rodada do estadual.

- Vai ser bacana. É lindo. A gente sabe que o Bahia é um grande clube, tem toda uma rivalidade, o Vitória é um grande clube do estado, não vejo a hora de participar de um clássico como o Ba-Vi. Vai ser fantástico.

Confira outros assuntos abordados na entrevista:

RELAÇÃO COM A DIRETORIA

- Muito boa. Estamos trabalhando alinhados. Tem o Nei [Pandolfo], o presidente [Marcelo Sant’Ana], que é jovem, muito ambicioso, mas trabalha com os pés no chão. A gente sente essa segurança, ele transmite essa segurança e quer fazer um grande Bahia. A gente vem no intuito de colaborar, ajudar. Fazer um Bahia grande a nível nacional.

ESTILO DEFENSIVO?

- É um engano. As pessoas acham que o trabalho é defensivo em função do Doriva jogador [atuou como volante]. Outro perfil. Cobro do atleta uma agressividade. Nos meus trabalhos posiciono a equipe para que ela possa jogar igual dentro e fora de casa. Visando o gol, marcar adiantado, que possa propor o jogo ao invés de esperar e contra-atacar. Os times que trabalhei e tive êxito, as equipes propunham o jogo, tinham mais posse de bola. Essa é uma característica que gosto, trabalhar bastante a bola. Vou tentar embutir a minha maneira de jogar no Bahia.

PRÉ-TEMPORADA E ESTREIA

- Vamos estar prontos. Estamos buscando informações sobre os adversários. Estaremos prontos para fazer um grande estadual, uma grande Copa do Nordeste e se preparar bem para o campeonato nacional.

SISTEMA DE JOGO

- O 4-2-3-1 e o 4-1-4-1 derivam do 4-4-2. É uma plataforma que se usa. É importantíssimo ter uma equipe comprometida dentro de campo. Mais importante até que as plataformas que se usa. Ter atleta comprometido em defender bem, quando se requer a defesa, e atacar bem, com velocidade, triangulações, infiltrações, nos momentos em que se tem que atacar.

PROJETO

- Acredito muito. O que me motivou a vir foi justamente o projeto. A ideia do presidente, da diretoria, tem a nível de futuro para o Bahia. A estrutura está sendo melhorada. O clube está sendo melhorado. Queremos construir esse clube vencedor. Exportar a imagem de clube organizado, a nível internacional. Com certeza, não é da noite para o dia. É projeto de longo prazo. A ideia é muito boa, muito positiva, e o Bahia está no caminho certo.