Sérgio Soares se defende de críticas e justifica estratégia: "Não vejo que errei"
Técnico avalia time montado em goleada sofrida contra o Sport, na quarta-feira. Para próximo jogo diante do Mogi Mirim, no sábado, ele não revela equipe titular
"Eu não vejo que errei", diz Sérgio Soares sobre estratégia para jogo contra o Sport (Foto: Aldo Carneiro / Pernambuco Press)
Thales na lateral direita, time fragilizado na esquerda, pouca efetividade no ataque. Dois dias após a goleada de 4 a 1 sofrida contra o Sport, pela Copa Sul-Americana, o assunto mais questionado nas entrevistas coletivas do Bahia ainda foi o desempenho do time na última partida. Nesta sexta-feira, o técnico Sérgio Soares voltou a falar sobre o assunto e afirmou que não acredita ter errado na estratégia para o confronto. Para ele, o time montado para o jogo foi baseado em um estudo minucioso sobre adversário.
Eu passo a noite inteira estudando o adversário. Não foi porque eu durmo e acordo e digo que vou fazer isso porque acho que vai dar certo. Não! Eu trabalho, eu me dedico, eu me entrego e, por isso, entendo que não houve um erro. Até os 35 minutos do segundo tempo estava dando tudo certo. Aí, com 15 minutos, 10 minutos, aí está tudo errado? Não vejo dessa forma. Sérgio Soares, técnico do Bahia |
- Eu não vejo que errei. Vamos falar da partida que passou? Porque nós trabalhamos com um zagueiro na linha do corredor do lado... Nós trabalhamos com zagueiro em função do adversário. Aumentamos a nossa linha, ficamos com atletas mais altos, fechamos o corredor. Eu passo a noite inteira estudando o adversário. Não foi porque eu durmo e acordo e digo que vou fazer isso porque acho que vai dar certo. Não! Eu trabalho, eu me dedico, eu me entrego e, por isso, entendo que não houve um erro. Até os 35 minutos do segundo tempo estava dando tudo certo. Aí, com 15 minutos, 10 minutos, aí está tudo errado? Não vejo dessa forma. O dia que eu errar, eu terei a humildade de chegar aqui e falar: "Me desculpe, eu errei". Eu acho que não. Eu acho que a gente tentou uma estratégia - opinou Sérgio Soares.
O treinador também justificou a improvisação do zagueiro Thales na lateral direita, e não um jogador específico da posição. Segundo Soares, lançar o jovem Hayner - recém-promovido das categorias de base -, poderia ser um risco para a partida.
- Eu jogo contra o Eduardo [Baptista, técnico do Sport] desde o ano passado [quando Soares treinava o Ceará], em jogos importantes como o de ontem, como o de quarta-feira. E eu sei a forma como ele coloca o time dele. Por isso, eu estudei uma situação. Eu entendi que o Hayner para o jogo, que era um jogo importante, um jogo decisivo, não saberia qual era a reação dele dentro do campo de jogo, se ele ia reagir bem ou não, porque é um menino. Eu entendi que, daquela maneira, a gente poderia ter uma estratégia dentro daquilo que conheço o adversário. Agora, é muito simples a gente analisar depois que a obra está feita, né? Então, eu estou tranquilo e respeito muito a opinião de vocês. A crítica faz parte. Eu estou tranquilo para poder fazer o meu trabalho e poder fazer com que o Bahia consiga cumprir o seu objetivo, que é o acesso. Quando vêm os elogios, eu também fico muito tranquilo, não me empolgo, porque tenho muito pé no chão, sei que tenho que trabalhar todo dia para ficar melhor.
Na Ilha do Retiro, Bahia levou 4 a 1 do Sport na última quarta-feira (Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia)
Soares ainda justificou as mudanças constantes na formação do time nos últimos jogos. O treinador garantiu que não faz rodízio de jogadores e que as mexidas ocorreram muito mais por necessidade.
- Respeito muito a opinião de cada um, seja ela um elogio ou crítica. Sempre respeito muito e faço minha análise dentro daquilo que a gente vem procurando fazer. Eu lembro muito bem que muitos diziam que o Bahia só tinha uma forma de jogar. A partir do momento que nós começamos mudar um pouco a forma de jogar, critica-se muito porque mudou-se a forma de jogar. No meu time não tem rodízio. Muitos dizem que mexe muito. Às vezes eu mexo pela força da necessidade, não porque eu quero mexer. Eu tenho a preferência de ter uma equipe. Respeito muito a opinião do torcedor, de vocês. O que tenho que fazer é ter tranquilidade e continuar trabalhando dentro daquilo que é melhor para o momento do jogo.
Antes da entrevista coletiva, o técnico Sérgio Soares realizou o último treinamento do Bahia antes da partida de sábado contra o Mogi Mirim, em São Paulo, pela Série B do Campeonato Brasileiro. Para este jogo, o treinador não terá o zagueiro Robson, suspenso, e os laterais Cicinho e Adriano, machucados. Como normalmente faz, Soares não revelou o time que entrará em campo, mas deu algumas pistas.
- A gente tem a opção do Thales, do Gabriel, do Everton para a situação do Robson. Do lado direito, é uma situação diferente. Como é um jogo que nós temos que sair um pouco mais, é um jogo que tem peso, mas não tem tanto como foi a partida anterior, o Hayner passa a ser uma opção - apontou o técnico.
Confira outros trechos da entrevista com o técnico Sérgio Soares:
VESTIÁRIO APÓS JOGO CONTRA SPORT
- Foi um vestiário sentido. O pessoal sentiu, realmente, o que aconteceu dentro do jogo. Não era para menos, tinha que sentir mesmo. Porém, só aconteceu por responsabilidade nossa.
EMOCIONAL DO GRUPO
- As ações foram tomadas depois do jogo. Eu acho que teria que ser desta forma, até porque nós temos um jogo já amanhã. E a gente tem que se recuperar rapidamente para que a gente possa retomar o nosso caminho dentro do campeonato, que é o nosso maior objetivo, que é a Série B. Evidentemente, que nós não queríamos ter saído da Copa Sul-Americana. Mas o nosso maior objetivo está por vir, que é a Série B. É a única competição que disputamos esse ano. Então, era importante você ter essas conversas, essas reuniões, para você buscar algo positivo dentro de tudo que aconteceu, para que você possa entrar nesse jogo de sábado, recuperado emocionalmente e retomar o caminho dentro dessa competição, que é importante, assim como é para nós, como para nosso torcedor.
