Soares culpa desgaste e ansiedade por queda de rendimento do Bahia
Após perder o título do Nordestão, Tricolor tenta fechar o semestre com 46º estadual da história. Duelo com o Vitória da Conquista está marcado para domingo, na Fonte
O Bahia planejava coroar o bom trabalho realizado no primeiro semestre com os títulos da Copa do Nordeste e do Campeonato Baiano. Um desses objetivos já não é mais possível, já que o time foi derrotado duas vezes pelo Ceará, que ficou com o troféu do torneio regional. No estadual, a tarefa é complicada: derrotado por 3 a 0 no jogo de ida, o Tricolor precisa vencer o Vitória da Conquista por três gols de diferença para soltar o grito de “é campeão”.
Mas, afinal, qual a explicação para o time que acumulava 16 jogos sem perder cair tão repentinamente de produção? Para o técnico Sérgio Soares, a explicação está no desgaste dos jogadores e também na ansiedade.
- Nós temos alguns atletas cascudos, jogadores que têm rodagem, passagem em clubes com situação semelhante de conquistas. Acho que o que aconteceu do jogo do Sport para cá, é que houve uma ansiedade para que as coisas acontecessem. No segundo jogo em casa, saímos do resultado adverso, pela primeira vez o torcedor compareceu em grande número, e queríamos dar uma resposta. Tivemos que correr muito mais, aí envolveu também o aspecto psicológico e emocional, para que desse uma resposta positiva para esse torcedor que veio. A partir dali, começou a se criar o desgaste, porque sempre tivemos que correr atrás – afirma.
Sérgio Saores orienta jogadores em treino do Bahia (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia/Divulgação)
Questionado sobre se houve erro na preparação dos atletas, Soares discorda.
- Não houve erro. Credito esse cansaço a sequência dos jogos, a intensidade, termos que correr atrás dos resultados. Há um desgaste maior. Aí você vai me perguntar: “Mas não há algo preparado para isso?”. Mas e a cabeça do atleta? Você não tem como preparar emocionalmente que cria um desgaste maior. Houve isso. A gente, o Bahia é grande, vai sempre brigar por isso, a gente tem que estar preparado para esses momentos, seja psicologicamente para suportar toda a carga, que vai ter relação a parte física. Você estando mais ansioso, você tem um desgaste físico maior. A gente precisa ter essa preparação, porque o Bahia vai brigar por títulos ao longo da temporada – diz.
O treinador do Bahia também aproveitou o momento para fazer uma espécie de avaliação da temporada, que teve muitos pontos positivos.
- Queremos o título. Trabalhamos bastante para chegar nas duas finais, infelizmente não conseguimos o título do nordeste. Mas, para o Baiano, a gente sabe que tem que reverter e ser campeão. Não há outro pensamento. A ideia é carimbar. A gente tem o maior respeito ao adversário, que nos venceu em duas situações. Mas a gente está trabalhando para domingo conseguir o resultado. A gente não pode esquecer todo o trabalho que foi feito. Foi uma reformulação. Foram 26 dispensas, apenas nove contratações. Uma reestruturação. 20 meninos da base no time profissional, nove lançados no time titular. Uma série de fatores positivos dentro do trabalho, independente do título - diz.
A partida que decide o campeão baiano está marcada para este domingo. Bahia e Vitória da Conquista se enfrentam às 16h (horário de Brasília), na Arena Fonte Nova.