Postado por - Newton Duarte

Família buscará Perivaldo em Portugal na semana que vem

Família buscará Perivaldo em Portugal na semana que vem

O drama vivido pelo ex-jogador do Bahia e da seleção brasileira, Perivaldo Lúcio Dantas, ao que tudo indica, está perto do fim. Na segunda-feira, 18, a reportagem de A TARDE conversou com o filho de Peri.

Segundo Marcelo Sampaio Dantas, na próxima semana ele viaja para Lisboa, capital de Portugal, encontrar-se com o pai - que vive atualmente como morador de rua e vendedor de mercadorias em uma feira livre na cidade portuguesa.

O intuito é trazer o ex-lateral direito para o Rio de Janeiro. "O desejo dele é morar no Rio. Falta ainda algumas coisas para resolver. Questão de documentos, passagens... mas nosso intuito é irmos para Portugal na segunda-feira e trazer o saudoso Perivaldo de volta", revelou Marcelo, que lamenta a situação vivida pelo pai, que ganhou a Bola de Prata da revista Placar no Brasileirão de 1976.

"É triste, é duro. Quando vi a matéria na TV, chorei muito. Eu o tinha encontrado fazia pouco tempo, quando passei por Portugal. Ele não estava daquele jeito", conta Marcelo, que curiosamente, seguiu os passos do pai e também é jogador profissional de futebol.

"Tornei-me profissional aos 17 anos. De Salvador, segui para Europa. Atuei em clubes da Suécia e Portugal. Sou atacante. Este ano, estava no Tiradentes, do Ceará. Fiz cinco partidas. Mas o futebol é complicado. Um dia você está no auge, no outro está lá embaixo", disse Marcelo, que agora faz o curso de  Educação Física.

"Tenho que me preparar para o pós-futebol, quando me aposentar de vez. Meu pai, infelizmente, não teve essa visão. Mas não o deixaremos, ele não ficará abandonado em Portugal", promete.

Moradia e emprego

O drama de Perivaldo foi exibido no último domingo, 17, no programa Fantástico, da Rede Globo. Após ganhar projeção nacional no Bahia, no final de década de 70, Perivaldo, acumulou passagens pelo Botafogo, Palmeiras e  Bangu. Fez parte do histórico time de 82 da Seleção, com Falcão, Zico, Sócrates.

Depois de muitas lesões, desapareceu das notícias. Trinta anos depois, o Fantástico encontrou Peri pelas ruas de Lisboa. A cena sensibilizou não apenas ex-companheiros de Seleção, como os craques Zico e Junior, mas, também, Alfredo Sampaio, vice-presidente da Federação Nacional dos Atletas de Futebol.

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Sampaio disse que a Fenapaf prestará todo auxílio necessário ao ex-jogador. Desde o aluguel de uma casa na cidade do Rio de Janeiro - o local ainda a definir -, a um emprego. "Conversei, por telefone, com o Peri hoje (segunda-feira) e ele voltou a dizer que deseja morar no Rio de Janeiro. Em seguida, telefonei para o filho dele, o Marcelo e, já iremos providenciar uma casa para o Peri ficar. Além disso, um trabalho. É o mínimo que podemos fazer", afirmou Alfredo Sampaio.

Já o presidente da Associação de Garantia ao Atleta Profissional da Bahia (AGAP-BA), Sérgio Moraes, também se dispôs a ajudar o ex-jogador. "Faço até um apelo aos familiares do Peri. Qualquer ajuda que se precise, nós estamos à disposição. Não mediremos esforços para ajudar", ressalta Moraes.

'Causos' e  alcunha curiosa

Revelado pelo Itabuna, o ex-lateral direito chegou ao Bahia em 1974. Naquele ano, Peri foi emprestado ao Ferroviário, do Ceará. Após a rápida experiência, teve chance no time titular do Bahia de 1975 - onde ficou até 1977. Na época, além de títulos, colecionou 'causos' e grandes amigos. Dentre eles, Sapatão. O ex-zagueiro e capitão tricolor não esquece de um furdunço causado por Peri logo após sua chegada ao Fazendão.

"Ele comia muito e, volta e meia, passava mal. O médico do Bahia fez uma dieta para ele. Passou todas as recomendações ao Chef. Aí, no almoço, botaram um pedaço de bife, uma colher de arroz e salada. Quando ele viu o prato, começou a gritar: "Eu mato, eu mato... quem botou só esse pouco de comida!", relembra Sapatão.

Quanto ao apelido, Peri da Pituba, Sapatão justifica. "Na época, quem morava na Pituba era a elite. O Peri sempre gostava de ostentar. Aí, dizia isso: Sou o Peri da Pituba", explica.


Fonte: Diego Adans – A Tarde

Fonte: Arquivo A Tarde