Postado por - Heitor Montes

Fazendo mistério sobre o time, Guto Ferreira avalia substituto de Régis: Vai entrar motivado

A quarta-feira será de decisão para o Bahia. Na Ilha do Retiro, às 21h45 (de Brasília), o Tricolor encara o Sport pela primeira partida da final da Copa do Nordeste. O momento é importante, mas alguns dos principais atletas do elenco não estarão à disposição. O meia Régis, artilheiro da competição, cumpre suspensão, assim como o lateral-esquerdo Armero e o volante Edson. Outro desfalque é o atacante Hernane, que balançou as redes em cinco oportunidades no torneio regional e se recupera de fratura na perna.

As ausências forçam o técnico Guto Ferreira a modificar a equipe. Nesta terça-feira, minutos antes de um treino fechado que encerrou a preparação tricolor para a primeira partida da final, o treinador concedeu entrevista coletiva. Questionado sobre como escalaria o Bahia, ele desconversou. Aderiu ao mistério como arma para a disputa do título.

- Aguardem quarta-feira. Vamos ver o que vamos ter dentro de campo. Não vamos escalar a equipe do jogo – disse o técnico.

O maior segredo tricolor gira em torno do substituto de Régis. O meia é o principal jogador do Bahia na temporada, com 11 gols em 20 partidas, média superior a 0,5 por jogo. Para suprir a ausência, Guto Ferreira pode utilizar Zé Rafael como armador centralizado, ou escalar Diego Rosa, que entrou no segundo tempo da goleada sobre o Atlético-PR, no último domingo.

Independente da escolha, o treinador do Bahia confia que o substituto dará conta do recado e desempenhará bom papel contra o Sport.

- O que você vai fazer ali é uma situação que gera uma dúvida. O que vai acontecer? Quanto ao desempenho de quem vai entrar, pode ter certeza que quem entrar vai entrar motivado e fazer um grande jogo. Pode ter certeza disso – garantiu.

O Bahia chega até a final da Copa do Nordeste como time de melhor aproveitamento geral da competição. Além da melhor campanha na primeira fase, o Tricolor permaneceu invicto até as semifinais, quando foi derrotado pelo Vitória no Barradão. O desempenho do Sport contou com mais obstáculos. Primeiro colocado do Grupo C, o Rubro-Negro eliminou o Campinense nos pênaltis nas quartas de final, e bateu o Santa Cruz fora de casa nas semifinais, após perder na Ilha do Retiro. Para Guto Ferreira, o nível de atuação das duas equipes ao longo da competição torna a disputa pelo título justa.

- Se pegar a campanha inicial, ela comprova isso. As duas melhores campanhas, do Bahia e do Sport. Isso mostra. No momento de chegar, nada mais justo do que aconteceu dentro de campo. A gente espera que as duas finais sejam bons jogos e agradem o torcedor, principalmente o do Bahia – finalizou o treinador.

Confira outras declarações de Guto Ferreira:

Euforia após goleada no Brasileiro

- Acho que passou. Não adianta ficar alimentando. Logicamente traz um nível de confiança, ambiente mais leve. Agora, nós estamos em um dos grandes objetivos do primeiro semestre. Vamos jogar agora, e temos que montar a equipe da melhor maneira possível. Temos alguns desfalques por cartão, outras dúvidas. Eu sempre digo que os problemas te colocam para pensar, mas para eles também. Quando você tem um papo reto o tempo todo, dizendo o que acontece no dia a dia e o que você tem que fazer, todos eles têm uma reflexão. E essa situação traz ações, amadurecimento. E é o que a gente espera. Que exista nesse momento lá. A equipe vai ter que se superar, tem desfalques importantes. Talvez a ausência de Régis seja a principal situação pela característica do jogador e o momento dele. Mas a gente tem jogadores para suprir. E a gente conta com isso. Que eles possam nos ajudar bastante.

Fantasma do jogo fora

- A gente, de novo, vai ficar batendo nisso, gente? São adversários que a gente tinha. Fizemos dois Ba-Vis fora de casa. E essa situação tivemos dentro de campo. Podemos não ter colhido o resultado, mas atitude, brigar por cada palmo, postura. O Bahia, nos dois, jogou bem e conseguiu ter atitudes importantes. O único jogo fora de casa que ficamos aquém foi contra o Paraná. Ainda assim, se for analisar, eles jogaram o tempo todo em contra-ataque. O Bahia empurrou eles para o campo de defesa. Mas o Bahia mostrou que amadureceu em cima dessa situação. Volto a te falar. O retrospecto, esse ano, fora de casa, tem sido diferente. O adversário sempre tende a ser mais forte dentro da sua casa. Ele tem um nível de confiança maior, está sempre se adaptando. Uma série de situações que você tem que se adaptar. Você tem que chegar forte, e a gente tem chegado forte. Agora, falta a gente conseguir colher o final nos jogos mais difíceis. Nos jogos de nível mais baixo conseguimos. 57% (de aproveitamento) fora. São situações importantes. Aquela água já passou. A gente espera que não mova mesmo. No Campeonato Brasileiro precisamos fazer bons jogos fora. Temos consciência das nossas limitações e virtudes. Sempre é mais difícil jogar fora que em casa. E isso não é só característica do Bahia. E a gente vem conseguindo ultrapassar situações.

Momento ruim do adversário?

- Isso é muito relativo. Existe um lado mental deles de preocupação. Mas toda dificuldade gera mobilização. E dependendo do nível de mobilização eles podem encontrar o time deles. Pode gerar soluções. E nós temos que ir para lá cientes do que vai acontecer, do ambiente que vamos encontrar. Temos que jogar da maneira que estamos jogando, de forma intensa, marcando forte, tirando espaços deles. Agora é esperar que as soluções que vamos colocar dentro de campo possam gerar situações e conseguir o resultado.

Diego Souza

- Acho que [tem que se preocupar com] a equipe toda. Logicamente ele é um jogador diferente, de Seleção Brasileira, com um nível mental, de confiança, é uma âncora para e equipe, acalma o plantel. Agora, não adianta marcar ele e aí... Quando você se preocupa demais com um, você esquece de alguém. Com uma equipe que tem um ataque rádio como o Sport tem que se preocupar com todo mundo

Importância do gol fora

- Nesse critério total. Aquele golzinho no Barradão, na semifinal, nos trouxe tranquilidade para trabalhar por vitória simples. São situações que dentro da estratégia do jogo te fortalecem, um, dois, três gols fora sempre serão bem-vindos.

Ataque mais efetivo

- É importante. Tudo isso são estágios. Queríamos responder de forma positiva todos os dias. Imagina o Bahia, com o volume de jogo, se em todos os jogos fosse efetivo? A torcida estaria em êxtase, o time estaria ganhando tudo. Nem as grandes equipes, com investimento a ponto de Real Madrid, Barcelona, chegam a esse estágio. Até porque o ser humano oscila. Ele não é uma máquina que você regula, coloca em uma reta e dá cinco segundos. Aí ele vai lá e faz. Até isso, se o piloto, que é humano, errar, os cinco segundos não serão cumpridos. Hoje em dia não precisa de piloto. Esse é o ser humano. Ele está aqui para isso, para aprender, experimentar e encontrar o seu caminho. Por isso que acontecem erros e acertos dentro de campo.

Fonte: Globo Esporte