Postado por - Newton Duarte

FIFA pune Barcelona e proíbe Clube Catalão de contratar até 2015

Barcelona é proibido pela FIFA de fazer contratações por um ano; time recorre

Time espanhol se defendeu em comunicado no seu site oficial e destaca que FIFA fez elogios ao processo de formação de jogadores do clube

O Barcelona foi proibido nesta quarta-feira pela FIFA de contratar jogadores por um ano, depois de ser considerado culpado da acusação de violar as regras de transferências no futebol internacional. A pesada punição foi imposta após uma investigação sobre a contratação de jogadores menores de 18 anos pelo atual campeão espanhol.

Sem apontar nomes, a FIFA avaliou que o Barcelona violou as suas regras de proteções a menores em 10 contratações. Uma multa de 450 mil francos suíços (aproximadamente R$$ 1,15 milhão) também foi imposta ao clube espanhol, que recebeu 90 dias “para regularizar a situação de todos os jogadores menores envolvidos”. A FIFA também considerou que a Federação Espanhola de Futebol violou as normas que regulam o registro de menores de idade e emitiu uma multa de 500 mil francos suíços (R$$ 1,3 milhão).

Ao anunciar a pena, a entidade destacou que "enquanto as transferências internacionais poderão, em casos específicos, serem favoráveis à carreira esportiva de um jovem jogador, elas são muito provavelmente contrárias aos melhores interesses do jogador como um menor.”

Time espanhol deverá pagar multa de mais de R$$1,15 milhão

Resposta

O Barcelona se defendeu nesta quarta-feira (2) e avisou que vai entrar com um recurso contra a proibição, defendendo a política adotada nas divisões de base do clube.

Em um longo comunicado publicado no seu site oficial, o Barcelona avisa que “vai apresentar sua apelação à FIFA” e que, se necessário, também entrará com um recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS), instância máxima da justiça desportiva. Em seguida, enumera 14 tópicos para se defender da acusação de ter violado as regras da FIFA de proteção a menores em dez contratações.

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“O modelo de La Masia incorpora programas de formação educativa, moradia, manutenção, assistência médica, atenção às necessidades dos menores e planos de desenvolvimento esportivo. O Barcelona forma pessoas antes que esportistas, questão que não foi considerada pela FIFA, que aplica um critério de punição ignorando a função educativa do nosso programa de formação”, afirma a nota.

O Barcelona destacou que até a FIFA fez elogios ao processo de formação de jogadores do clube e repetidamente premia atletas que deram seus primeiros passos no futebol por lá. “Nossos candidatos à Bola de Ouro são um reconhecimento da FIFA aos nossos procedimentos de formação esportiva”, completa. O clube espanhol também garante que nenhum jogador seu está em situação irregular. “O Barcelona não violou nenhuma legislação civil e todos os menores que desfrutam do centro de formação são residentes legais no país”, afirma.

Complicado

A punição, que o impede de contratar jogadores até o final do primeiro semestre de 2015, certamente atrapalhará planos do Barcelona. O clube precisa se reforçar com um goleiro, pois Victor Valdés ficará sete meses afastado dos gramados após passar por cirurgia no joelho e seu contrato se encerrará ao término da atual temporada - e ele já disse, ainda no ano passado, que não vai renovar o vínculo.

Segundo a imprensa europeia, o Barcelona já teria acertado a contratação do goleiro alemão Marc-André ter Stegen, do Borussia Mönchengladbach, para a próxima temporada, justamente para substituir Valdés. Agora, porém, o negócio não poderá ser concretizado.

O caso também ameaça prejudicar ainda mais a imagem do Barcelona, já abalada com as polêmicas envolvendo a contratação do atacante Neymar. Após a revelação de que o clube havia escondido o custo real do jogador brasileiro, o então presidente do Barça, Sandro Rosell, renunciou ao cargo em janeiro. E em fevereiro, o Barcelona pagou 13,55 milhões de euros (R$$ 42,26 milhões) às autoridades fiscais espanholas para cobrir qualquer potencial irregularidade sobre a transferência, apesar de alegar inocência.


Fonte: Estadão Conteúdo – Via Correio

Foto: Javier Soriano/AFP