Fogueira das vaidades; Uma inquisição Democrática

Fogueira das vaidades – Uma inquisição Democrática

MGF, ‘peruagens’ e outras tristezas

Prefacialmente peço desculpas pelo tamanho do texto. Também, pela enésima vez, vou repetir que não faço parte de grupos que tem como objetivo o poder dentro do Esporte Clube Bahia. Igualmente, não sou oposição, muito menos situação. Sou apenas um torcedor que frequenta estádios as suas expensas e quer ver seu clube grande e vencedor.

Dentro deste diapasão, vou tratar de alguns temas que vêm se tornando pontos nevrálgicos nas relações interpessoais dentro da torcida, formando grupelhos e principalmente, verdadeiras milícias prontas para atacar qualquer um que não comungue de um dito pensamento gerado pela histeria coletiva, comandado por uma “mente” superior.

Democracia

Democracia é o “menos horrível” sistema de governo que existe. Tenta, precipuamente, garantir liberdades. O bem maior do homem numa sociedade civilizada. Tem como pilares da sua existência a liberdade de expressão, o direito ao contraditório e mais recentemente a liberdade de imprensa. Por aqui, não vemos “essa” Democracia.

Tenho visto a já encardida e desbotada palavra ser vociferada reiteradamente nas redes sociais por tantos quantos aqueles que apoiam a atual direção. Cegamente ou não. Pelos mais variados motivos. Agridem pessoas, desmerecem ideias, impedem argumentações, ofendem a honra e tentam grosseiramente destruir reputações. Tudo isso em horda, num movimento sincronizado, como se seguissem ordens de uma cartilha previamente escrita.

A forma é pobre, o conteúdo é ultrapassado e vil. Lembra os métodos Nazistas da SS ou da Gestapo. Ainda usadas nas reles ditaduras de bananas Bolivarianas comandadas com mão de ferro por Cuba. O gigolô dos países. Garantidor da existência de um modelo violento, falido e caquético chamado de comunismo.

Estranha-me, presenciar “liberais de quatro costados” participarem desta festa pobre, agindo como se fossem amigos de banheiro de Fidel Castro. Alias, vejo que o pensamento destes acaba ficando por lá mesmo. Por favor, não deixem de dar a descarga. Não somos obrigados a nos deparar com seus dejetos mentais.

Não entrarei no mérito de alguns serem remunerados para agir assim. Está na consciência e na cultura de cada um. Uns fazem, sabendo o motivo e o objetivo. Outros, coitados, são meros repetidores acéfalos, cujas articulações estão presas a cordinhas comandadas por terceiros. Em alguns casos, há solução. Em outros, morrerão assim. É a opção pela mediocridade.

Vi, na semana que passou, a publicação através de um fake, de um suposto e-mail atribuído ao repórter Dito Lopes, fazendo, como disseram, juras de amor a MGF. Pois bem, quem fez isso cometeu crime bem pior: Violação de correspondência. Previsto no Código Penal Brasileiro. Podendo, ser combinado com artigos da Lei Dieckman. Vemos que a paranoia instituída visa a caça a supostas bruxas. Inventadas por espertos, com o objetivo de desviar a atenção dos reais problemas do Bahia. Métodos torpes para garantir uma verdadeira Inquisição.

Associação e inadimplência

Criou-se uma lenda de que quem é sócio é mais torcedor do que os outros. Isso demonstra a esterilidade da discussão. A imbecilidade de seus autores. A arrogância elitista de quem repercute. Desrespeitam as pessoas extrapolando o limite da razoabilidade.  

Tristemente presenciei uma discussão sobre a inadimplência entre os sócios. As piores aberrações foram ditas (escritas). Que deveriam deixar de pagar outros compromissos para garantir a PERUAGEM explícita de alguns. Abastados ou muito bem remunerados pelo clube, desconsideram que estamos numa cidade que é conhecida pelo desemprego. Pelos baixos salários e que nem todos vivem das rendas de papai ou dos cofres alheios.

Existem prioridades imperativas na vida das pessoas. Moradia, alimentação, educação... Poderíamos citar uma dezena delas que estariam à frente de uma simples associação a um clube de futebol. Porém, independente disso, o terrível foi o assistir ao dedo em riste apontado àqueles que, por qualquer motivo atrasou o pagamento ou simplesmente deixou de pagar. A invasão a privacidade foi realizada sem qualquer pudor. Cadê a Democracia?

Um dos argumentos desta dita “Democracia” foi a associação em massa. Mas, do que adianta esta associação objetivando uma “Democracia” se a liberdade de expressão está cerceada diariamente? Perdeu-se o direito de apontar os erros. De questionar dirigentes e suas condutas, seja ele quem for. Este direito é a base de uma sociedade evoluída. Os governantes nos servem. Nós não os servimos.

Administração, poder discricionário e transparência

Quando alguém é eleito, o normal é que lhe seja concedido o direito pleno à administração. No caso de um clube de futebol como o Bahia não poderia ser diferente. A Diretoria ora eleita tem este poder. Pode contratar a equipe de profissionais que achar conveniente para exercer seu mister na plenitude.

Contudo, não é dado a nenhum administrador, salvo nas piores Ditaduras, o poder supremo de fazer o que bem entender. De colocar todos os seus amigos, recebendo salários à custa da diminuta receita disponível. No Bahia é preciso começar a se discutir este tema.

No nosso caso, há pouco mais de 8 meses, discutíamos a forma de administrar do ex-presidente. Do nepotismo absurdo, do empreguismo dos amigos e até a colocação de conselheiros em cargos remunerados, violando o estatuto. Isso foi tratado como escândalo. Agora, com questões semelhantes aos dois últimos casos citados, não podemos falar, pois a tropa de choque ataca sem qualquer vergonha. Justificam, tratando os atuais gestores como verdadeiras Divindades.

Gostaria de ver uma prestação de contas real (Modelo abaixo). Não afirmativas de que o Presidente usou suspensório cinza na terça-feira, que Valton cortou cabelo no Iguatemi ou que Sidônio tomou chapagne com Aleluia. Isso pouco importa para qualquer pessoa que tenha o mínimo de seriedade.

Saliento que não quero saber do salário individual de ninguém. Isto passa pela RESPONSABILIDADE e pela HONESTIDADE de quem contrata.

MODELO DE PRESTAÇÃO CONTAS

(Por favor, não me venham com questões estratégicas. Não há segredo industrial envolvido)

Gostaria também, de ver publicado, “os percentuais” pertencentes ao Bahia de cada jogador, dos respectivos empresários, tempo de contrato e multa rescisória. O Corinthians já fez e ninguém morreu por isso.

Ademais, restariam os contratos com a Arena Fonte Nova, a transação com a OAS pertinente ao CT e o contrato com a Nike. Também deveriam ser publicados. Não nos esqueçamos de que o Presidente do Barcelona Sandro Rosell entrou num “balança mais não cai” por conta das cláusulas de confidencialidade.

E tudo isso FOI PROMESSA DE CAMPANHA DE DR. XILIQUE.

Contratação de Atletas

Vimos à repetição dos mesmos erros da gestão anterior: Baciada, jogadores de qualidade questionável e, principalmente, o chamego com um só empresário. A transação de Feijão não foi devidamente explicada, tal qual a de Gabriel não foi devidamente investigada. Parece que o Bahia também é Flamenguista. Todo ano, um presente.

Salários, acessórios e prêmios atrasados também continuam na ordem do dia nas hostis tricolores. E isto não é discutido com a torcida. Sempre aparece alguém para denunciar e, só aí, timidamente, aparece um “responsável”, com ares de mendicância, dando alguma explicação enquanto um novo funcionário administrativo é contratado a peso de ouro.

Diversionismos

Creio que chegou a hora de parar de tratar os torcedores, pelo menos os conscientes, como verdadeiros imbecis. Deixar de criar factoides para desviar o foco dos principais problemas. De usar MGF como anteparo para incompetências. De por o etéreo como o responsável por irresponsabilidades e “amiguismos”. Chegar definitivamente a conclusão que o Bahia é uma entidade coletiva e que não tem “donos”.    

Cabe lembrar que a Diretoria, ora no poder, se comprometeu a resolver questões de tratamento da torcida na Arena Fonte Nova. A reunião estava marcada para novembro, ficou para janeiro, a promoção dos ingressos acabou, as dificuldades de acesso continuam e ninguém toca mais no assunto. O que ocorreu? Brigar com os chefes é impossível?

MGF e ações na Justiça

Não tenho mais qualquer dúvida que a medida judicial que defenestrou sua majestade “Presida” MGFilho “Deputa” da Direção do E. C. Bahia tem um notório arcabouço de novela Mexicana. Uma dramatização exagerada dos atores envolvidos e cenas com desfechos dos mais surpreendentes. Muitos vibram a cada derrota do requerente, que na maior desfaçatez continua sob os holofotes.   

Guimarães Filho tem como defensor um dos mais brilhantes e caros advogados do país: O Kakay. Profissional tratado no meio jurídico como o “Resolvedor Geral da República”. Reconhecido por triunfos jurídicos espetaculares. Entre eles, livrar Duda Mendonça no caso conhecido como Mensalão, a vergonha do Brasil, valendo-se, entre outras, de uma norma pouco conhecida do Banco Central. Brilhante.

Reiteradamente, as decisões tomadas nas instâncias por onde o pleito do ex-presidente passou, sempre se alegou a “falta de plausibilidade jurídica suficiente para concessão da liminar. Isto é, não possui a “fumaça do bom direito” como bem disse o Ministro Fischer. Ou seja, o requerente, através do Advogado “Kakay”, com toda a sua experiência, “atira sempre na água”. É estranho. No mínimo. Qual o motivo desta repetida inconsistência? Para mim: Proposital! Ele joga para perder.   

Realmente, a sensação que passa, é que MGF apela propositadamente para não ganhar. Como se tudo fizesse parte de um grande acordo, que garantiu uma saída honrosa ao ex-presidente. Pressionado desde que iniciou o movimento apartidário do #PúblicoZero, não aceitava renunciar. Contudo, poderia trazer problemas ao grande interesse político local: A joia da coroa, Arena Fonte Nova. Em troca do que? Não sei informar. Mas, que cabe uma explicação de sua ex-majestade, isso cabe.

A única coisa que tenho certeza é que MGF sabe que não conseguiria administrar o Bahia. Pelo menos neste momento. Creio que esta grande farsa, mais cedo ou mais tarde será descoberta. Até por que, pelas entrevistas, já vemos que as relações entre eles não são tão ruins quanto tentam demonstrar.  

Por fim

Como vimos são muitos os problemas e poucas soluções. Tudo mudou, só que não. Lembro que quando o ex-presidente assumiu, a bajulação da maioria era a mesma. “Presida” pra lá, “Presida” pra cá; Se espirrar no meio da semana, saúde... A CPU voltou... Agora a adesão cega é a mesma. Pensei que os momentos de agruras tivessem ensinado. Vejo que não. Ser PERU está no sangue. Seja da Ribeira ou do Lounge. Mudemos nosso mascote então.

Nota UTB – A dureza deste texto, se deve ao momento de indignação com toda a situação ora descrita neste modesto texto.

Luis Peres – É um dos fundadores da União Tricolor Bahia