Foi rebaixado? Seu prêmio é uma vaga na Sul-Americana
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Quando a CBF anunciou no final de 2011 que os times da Libertadores de 2013 também jogariam a Copa do Brasil na mesma temporada um efeito colateral para esse rearranjo foi previsto. E ele cobrou seu preço na quarta-feira com a definição dos times do país na Copa Sul-Americana.
Com um calendário apertado (ou mal planejado, se preferirem) os times classificados para a próxima fase da Copa do Brasil não poderão jogar a Copa Sul-Americana, ainda que tenham adquirido o direito no campo.
A solução, ainda mais bizarra, foi dar vagas para times que estavam na segunda divisão ou para rebaixados para a Série B, sem qualquer mérito esportivo. Criciúma e Vitória, eliminados pelo Salgueiro sem fazer muita força, vão jogar a Sul-Americana. E o Sport, rebaixado em 2012, viu essa bagunça de camarote e estará na vitrine continental sem merecer.
Para quem não entendeu direito, vou tentar esmiuçar mais essa bizarrice chancelada pela CBF.
A quarta fase da Copa do Brasil, ou oitavas de final, terá 10 times vindos das fases anteriores do torneio e a entrada de seis pré-classificados – Atlético-MG, Fluminense, Grêmio, Corinthians, Palmeiras e Vasco (o São Paulo não poderá jogar por conta da obrigação de defender o título da Sul-Americana).
Os oito times brasileiros classificados para a Sul-Americana são definidos de acordo com a tabela final do Brasileirão de 2012. Em tese, seriam eles: Botafogo, Santos, Cruzeiro, Internacional, Flamengo, Náutico, Coritiba e Ponte Preta.
Náutico (que quis perder para o CRAC) e Coritiba (eliminado pelo Nacional-AM), já estavam garantidos. A Ponte, que colocou reservas para enfrentar o time do Amazonas, também não avançou na Copa do Brasil.
Cruzeiro, Internacional, Flamengo, Botafogo e Santos estão nas oitavas da Copa do Brasil e, com isso, fora da Sul-Americana
Assim, cinco vagas foram abertas para outros times da Série A na Sul-Americana. Pela ordem da tabela do Brasileirão de 2012, Bahia e Portuguesa, que haviam ficado no limbo da 15ª e 16ª posições, foram os dois primeiros contemplados.
Teríamos, portanto, Náutico, Coritiba, Ponte Preta, Bahia e Portuguesa. E as outras três vagas? A CBF previu que caso as oito vagas não fossem preenchidas “dentro do universo dos 16 melhores times da Série A de 2012, serão então chamados sucessivamente os quatro melhores times da Série B de 2012; depois, os quatro últimos colocados da Série A de 2012”.
O Goiás, campeão da segunda divisão, avançou às oitavas da Copa do Brasil e abriu outra vaga na Sul-Americana. O Criciúma, vice-campeão da Série B, ficou pelo caminho e ocupou a vaga que seria do Goiás. O Vitória, já eliminado da Copa do Brasil, esperou pela queda já anunciada da Ponte Preta na quarta-feira. E o Atlético-PR, que eliminou o Paysandu, garantiu, por causa do regulamento esdrúxulo da CBF, um time rebaixado no segundo mais importante torneio do continente.
O Sport, rebaixado em 2012 e sem nenhum mérito esportivo, jogará a Sul-Americana ao lado de Náutico, Coritiba, Ponte Preta, Portuguesa, Bahia, Criciúma e Vitória
Os confrontos, em ida e volta, serão os seguintes: Náutico x Sport; Portuguesa x Bahia, Vitória x Coritiba e Criciúma x Ponte Preta.
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E por que quem joga a quarta fase da Copa do Brasil não pode jogar a Sul-Americana?
Pelo calendário do Brasileirão, há apenas duas semanas livres para que aconteçam os jogos das oitavas de final da Copa do Brasil: nos dias 20, 21 e 22 de agosto (para os jogos de ida) e 27, 28 e 29 (para a volta). Nas mesmas datas a Sul-Americana já terá seus jogos com os brasileiros eliminados até a terceira fase da Copa do Brasil.
E por que não dá para conciliar datas?
Simples. Os estaduais inchados, longos e sem sentido mordem quatro meses do calendário. Com regionais menores, a Copa do Brasil poderia começar antes, ter um intervalo menor entre seus jogos e assim permitir uma distribuição mais justa de vagas na Sul-Americana
Se um torneio continental, em tese importantíssimo, é tratado pela federação mais importante da América do Sul com tal desdém, fica difícil para o torcedor levá-lo a sério.
Tabela interativa da Série A com atualização online
Fonte: Bruno Winckler – Esporte Fino/Carta Capital
