De uniforme e técnico novos, Galícia ‘demole’ o Bahia com virada na Fonte
Equipe conhecida como ‘Demolidor de Campeões’ bate o Tricolor por 2 a 1 e piora crise vivida pelo Esquadrão de Aço após a eliminação precoce no Nordestão
Na tarde deste domingo, a pressão nos ombros do técnico Marquinhos Santos era maior que o normal. Era o peso de um mundo, de uma nação. Era a responsabilidade de iniciar a reabilitação do Bahia após a eliminação precoce na Copa do Nordeste. E o primeiro passo da missão era justamente na Arena Fonte Nova, diante da torcida. Uma torcida impaciente que, neste domingo, não marcou presença maciça e que levou à arquibancada uma enorme faixa que dizia “Campeonato Baiano é obrigação”. Uma torcida que vaiou, protestou e pressionou. E que viu a “obrigação” começar mal: na reedição do Clássico das Cores, após 15 anos, derrota por 2 a 1 para o Galícia, diante de um público de 6.671 espectadores.
A estreia do Tricolor no estadual teve apresentação de um futebol questionável, que se refletiu no placar. Diante do Granadeiro, que estreava uniforme – em homenagem à seleção da Espanha – e treinador novos – Ricardo Silva –, o Bahia se bateu na criatividade e no último passe, mas conseguiu sair na frente. O Azulino, por outro lado, se fechou na defesa e não criou grandes oportunidades – até o segundo tempo, quando os contra-ataques e as boas defesas de Tigre sacramentaram a demolição do Tricolor. O gol do Esquadrão ficou na conta de Rhayner, artilheiro tricolor na temporada, com três tentos marcados. Pelo Demolidor de Campeões, Davidson e Ancelmo balançaram as redes.
Mesmo sem nenhum ponto conquistado, o Esquadrão ocupa o 2º lugar no grupo 3. Já o Grandeiro é o 3º colocado do grupo 2. Na próxima quarta-feira, o Bahia enfrenta o Jacuipense no estádio de Pituaçu, às 21h15m (horário local). Já o Galícia volta a jogar no sábado, no mesmo estádio, contra o Serrano.
'Campeonato Baiano é obrigação', dizia faixa da torcida do Bahia na Arena Fonte Nova
Bahia peca no último passe, mas abre o placar
A camisa nova não ajudou o Galícia. Pelo menos não no primeiro tempo. No campo da Arena Fonte Nova, o Bahia foi superior nos primeiros 45 minutos da partida. Mas um Bahia com ressalvas. Com presença constante no campo de ataque, o Tricolor foi para cima. O problema, no entanto, era o último passe. Apesar de criar algumas jogadas, o Esquadrão não encontrava o caminho certo para dar aos homens de frente chances efetivas de finalização. As melhores oportunidades saíram dos lances de contra-ataque.
Bahia e Galícia duelam na Arena Fonte Nova |
Maxi Biancucchi ameaçou logo no início do duelo, mas foi pego em impedimento. Talisca ainda arriscou uma bela bicicleta, que parou nas mãos do goleiro Tigre. Sobrou para o atacante Rhayner, artilheiro do Bahia na temporada, abrir o placar. Aos 28 minutos, o jogador aproveitou um lançamento primoroso de Fahel e, com calma, mandou a bola para o fundo da rede. Davidson, que entrou no lugar de Elenilson, ainda tentou empatar, mas a bola saiu pela linha de fundo.
A preocupação ficou na conta do lateral-esquerdo Guilherme Santos. Aos 17 minutos, o jogador deixou o campo chorando muito, depois de sentir fortes dores na coxa. Raul foi o escolhido para suprir a ausência do titular.
O goleiro salvador e a estrela de Ricardo Silva
O início do segundo tempo foi digno de um ‘baba’ disputado em campo de terra batida. Das arquibancadas, as vaias frequentes eram o retrato do futebol exibido nas quatro linhas. Bahia e Galícia disputavam para ver quem criava menos. Fora de ritmo, Maxi Biancucchi não conseguiu mostrar o desempenho que o consagrou no rival tricolor, o Vitória, no ano passado. Inofensivo, Branquinho foi substituído por Ítalo Melo e deixou o campo sob sonoras vaias da torcida. Raul pegava na bola e... Vaias.
E a tensão tricolor tinha hora para aumentar: o momento em que Ricardo Silva levantou do banco e efetuou suas substituições. Davidson já havia entrado no lugar de Elenilson no primeiro tempo, e Danilo Gomes foi substituído por Ancelmo na segunda etapa. Dos pés dos suplentes vieram os gols do Galícia. Aos 17 minutos, Davidson deixou Titi na saudade e mandou a bola no ângulo da meta de Marcelo Lomba. Aos 28, o ápice do descontentamento da torcida do Bahia: Ancelmo aproveitou passe de Davidson e colocou o Granadeiro na frente.
A torcida do Azulino pedia ‘Mais um!’, enquanto os tricolores protestavam e pressionavam. Rafinha ainda perdeu uma boa oportunidade depois de uma grande jogada de Madson, mas Tigre espalmou para fora. O goleiro ainda salvou o Galícia após uma cabeçada consciente de Fahel. No apito final, os poucos torcedores do Granadeiro e os jogadores da equipe comemoravam como se tivessem conquistado um título. Na saída do campo, os atletas do Bahia eram o retrato da frustração.
SAIBA MAIS
Tabela completa União Tricolor Bahia da Copa do Nordeste 2014
Tabela completa União Tricolor Bahia do Campeonato Baiano 2014
Troféu UTB: Dê sua própria nota aos jogadores
Confira
Torcedor: Seja Sócio do Esquadrão de Aço
Fogueira das vaidades; Uma inquisição Democrática
Fonte: GE.COM
Foto: Eric Luis Carvalho e Imagens/TV Bahia