Postado por - Heitor Montes

Vendas ajudam, mas Guilherme Bellintani ainda projeta déficit para 2018

O Bahia ganhou cerca de R$ 16 milhões com as vendas de Jean, Juninho Capixaba e Rômulo. Somente com estas três negociações, o clube arrecadou mais do que havia ganho nos últimos anos com transferências. Este dinheiro ajuda a fechar um "buraco" que havia sido previsto para as contas deste ano. No último mês de dezembro, de acordo com o orçamento votado pelo Conselho Deliberativo do clube, o Tricolor corria o risco de encerrar 2018 com um déficit de R$ 15 milhões.

Segundo o orçamento, o Bahia deverá ter uma despesa de cerca de R$ 120 milhões nesta temporada, e teria um déficit por arrecadar menos que isto. Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, deu entrevista ao site Globo Esporte falando sobre venda de jogadores e outros ajustes para equilibrar as contas do clube, como a diminuição das despesas operacionais.

O orçamento tinha um déficit de quase R$ 15 milhões. Quando a gente assumiu, essa era a previsão para 2018. Não só a venda de atletas, mas com a reestruturação administrativa-financeira que a gente está fazendo, e outras projeções de outras receitas, ainda estamos no sentido de superar esse déficit. Então, naturalmente essas negociações são, em princípio, para ajudar a reduzir o déficit de 2018

O Bahia iria sair do vermelho com o valor bruto das negociações, porém a equipe não irá receber todo este valor à vista. Por exemplo, parte do valor da venda de Jean só chega ao clube em 2019. Com isso, o Bahia ainda deverá fechar o ano em déficit, mas bem menor que os R$ 15 milhões previstos.

Na verdade, essa arrecadação de atletas, ela, primeiro que... Ela tem uma parcela que é para 2019. É uma pequena parcela, mas tem uma parte que é para 2019; R$ 3 milhões já estavam previsto no orçamento de arrecadação (com venda de jogadores). Portanto, a gente arrecada R$ 16 milhões, mas R$ 3 milhões já estavam previstos. Então, só entrou de dinheiro não previsto R$ 13 milhões. A arrecadação de R$ 3 milhões já estava prevista no orçamento, de venda de algum atleta. Portanto, a gente ainda tem um déficit de cerca de R$ 4 milhões para superar em 2018.

Guilherme Bellintani não revelou o valor que o Bahia irá receber em 2019, mas afirmou que o déficit para este ano ficará em R$ 4 milhões, com isso, a conclusão é que o Tricolor recebeu R$ 14 milhões do total, sendo que R$ 3 milhões já estavam previstos no orçamento. Logo, o Bahia ainda tem cerca de R$ 2 milhões a receber do São Paulo.

Além de não ter recebido todo o valor da venda de Jean, o Bahia precisa pagar impostos e efetuar um repasse ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que corresponde ao acordão renovado em 2016. Como parte do acerto, o clube é obrigado a destinar 7,5% de receitas vinda de novos negócios (prêmios, patrocínios, competições e negociações de direitos econômicos) ao pagamento de antigas dívidas trabalhistas. Dos R$ 16 milhões gerados pelas três vendas, o Bahia deverá destinar R$ 1,2 milhão para pagar este acordo.

Uma parte dessa receita, 7,5%, vai para o acórdão, mas uma coisa que faz com que todo o valor não seja para cobrir o déficit. A gente paga, no total de administração de dívida, mais de R$ 15 milhões por ano, só para dívidas antigas, de antes de 2013. Então, é um impacto muito grande.

Apesar do possível déficit, o presidente Guilherme Bellintani nega que o clube venderá jogadores para equilibrar o caixa. Para acabar com este déficit e conseguir fechar o ano até no azul, ele pensa em outras estratégias, como uma reorganização administrativa.

Não. A gente tem várias estratégias de ampliação de receita. Uma delas foi a venda de dois atletas. A gente não tem pretensão de vender mais nenhum. Quer dizer, dois não, três, porque Rômulo entra na conta. Então, a gente não tem mais a pretensão de vender nenhum atleta para 2018. O saldo que a gente ainda precisa para superar o déficit vai ser buscado com outras estratégias.

Sem precisar negociar jogadores, o Bahia mantém ativos importantes pensando no futuro. O meia Zé Rafael terminou a última temporada valorizado e renovou até o fim de 2020. Com apenas 24 anos, o jogador poderá render bons valores no futuro.

Guilherme Bellintani declarou que pretende limitar a venda de atletas para garantir uma boa performance técnica do time. O Bahia conseguiu manter a base da última temporada, com a permanência de seis titulares.

A gente encara isso como motivo de orgulho, mas com naturalidade, coerência, equilíbrio, de que a gente também não é um clube vendedor de atletas. O clube tem que vender os atletas no limite de suas limitações econômicas. Mas, a partir do momento que isso passa a impactar o resultado esportivo, o rendimento do time, isso tem um limite, e a gente tem que priorizar o rendimento do time. Justamente por isso, a gente parou as negociações em dois atletas que vendemos.