Nesta terça-feira (19), o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani foi entrevistado pelo programa Bate Bola, da ESPN Brasil. Em viagem a São Paulo, o novo gestor do Tricolor falou sobre as negociações do goleiro Jean com o São Paulo e do lateral Juninho Capixaba com o Corinthians. Ele declarou que todo o processo é feito com cautela e atenção:
Da nossa parte segue com muita cautela. A gente tem um processo longo de formação dos nossos atletas, são ativos importantes do clube. São atletas identificados com o nosso escudo, com a nossa história. Eles entram em campo vestindo e conhecendo a história do Bahia. Então, qualquer desligamento de atletas como esses tem que ser feito com muita cautela, com muito cuidado, estudando cada passo, entendendo que aquilo ali é algo precioso para a gente. É lógico que estamos abertos para a negociação, mas com muita cautela e muito cuidado", afirmou. "São propostas que respeitam a condição do atleta, são propostas compreensivas, mas ainda um pouco diferente do que a gente acha como ideal. Em ambos os casos
Guilherme Bellintani, ao ser perguntado se a vontade dos atletas de sair é determinante para as negociações, declarou que ninguém será vendido caso as propostas não cheguem ao patamar ideal imaginado pela diretoria do Bahia. Porém, ele admitiu que o clube tem a necessidade de motivar os jogadores que não forem vendidos.
Se o jogador tem contrato, tem que cumprir o contrato. A gente tem que criar toda a estrutura para que o jogador permaneça satisfeito com o clube. Não dá para a gente simplesmente liberar o jogador do contrato que ele tem, simplesmente porque deseja jogar em outro clube. Lógico que temos que seduzi-lo para que ele fique satisfeito. Mas não vamos, de forma nenhuma, fazer qualquer negócio simplesmente porque o jogador prefere jogar em outro clube
Sobre a situação financeira do Bahia, Guilherme Bellintani declarou que o clube não tem a necessidade urgente de vender jogadores, apesar de "não nadar em dinheiro".
A gente tem uma responsabilidade financeira que nos permite hoje, não nadar em dinheiro porque não estamos confortáveis e temos inclusive déficit operacional de quase 15 milhões para 2018, mas isso também nos permite planejar para que a gente viva sem a necessidade de fazer negócios urgentes, emergenciais. São ativos do clube e estávamos há muito tempo formando esses atletas. Atletas que crescem e jogam com a identidade do Bahia. A torcida se identifica e se vê jogando no lugar daquele atleta. Então, a gente tem que ser muito cuidadoso, muito cauteloso. Agora repito. São propostas que são justas, a gente reconhece e não estou aqui esnobando. Vemos com humildade e até com admiração. Mas a gente tem uma visão lógica que é manter o elenco fortalecido e qualquer negociação é para ampliar o fortalecimento do elenco e não para reduzir a qualidade daquele time em campo
Guilherme Bellintani falou que, no Bahia, o papel dos treinadores na escolha das contratações e montagem do elenco não é centralizado, porém ainda assim, a opinião deles é levada em conta:
O Bahia não é um clube que contrata a pedido do treinador. Nós não acreditamos nesse processo. A gente contrata a partir de uma circunstância identificada por uma comissão que estão ali o presidente, diretor de futebol, toda a comissão técnica que trabalha diariamente no clube e também o treinador. A sua opinião e desejo deve ser levado em conta, mas ele não é uma autoridade plena que vai determinar quem quer e a gente vai buscar. Isso não acontece, não temos condição e nem acreditamos nesse processo
O presidente não confirmou se Paulo Cézar Carpegiani seguirá sendo o técnico do clube em 2018, mas rasgou elogios ao treinador:
Carpegiani é um técnico completamente integrado na nossa lógica. É alguém que vem com o espírito colaborativo, consegue trabalhar em grupo, tem uma convergência muito grande com a comissão técnica. É alguém que se encaixou perfeitamente na estrutura do Esporte Clube Bahia. Não aqui dizendo, porque naturalmente depende de conversas com os próprios técnicos que estamos pensando para o ano que vem. A própria conversa com Carpegiani que é alguém que nos orgulha muito pelo trabalho que fez. Não estou aqui marcando ele com uma posição, até porque ainda temos muita conversa com ele, inclusive, se for o caso. Mas é um técnico que marcou positivamente a passagem pelo Bahia