Postado por - Heitor Montes

Guto Ferreira destaca empenho dos reforços e elogia Cajá: Melhor partida dele

Guto Ferreira, técnico do Bahia, elogiou seus jogadores após o tricolor vencer o Luverdense após três jogos sem vencer

O Bahia voltou a respirar aliviado na Série B. Depois de três jogos sem vencer, o Tricolor bateu o Luverdense neste sábado, por 1 a 0, na Arena Fonte Nova. O gol da partida foi marcado pelo volante Luiz Antonio, um dos estreantes da noite, que dominou no peito e acertou um chute violento, sem chance para o goleiro adversário.

O triunfo, é claro, serve para dar uma tranquilidade para o técnico Guto Ferreira. O comandante tricolor, em entrevista concedida depois da partida, rendeu-se à atuação de Renato Cajá, que, segundo Guto, fez a melhor exibição sob o seu comando.

Situações iniciais. A equipe na hora que tem que propor o jogo, estava mais postada. Nível de aproximação mais qualificado, achando passes e ultrapassando bem. O gol saiu tarde para o que tínhamos criado. No segundo tempo, a hora que a equipe teve desgaste grande, teve uma mudança técnica. Um acréscimo muito grande na qualidade tática do Luverdense. A entrada do Sérgio Mota, que entrou por dentro, fez papel de infiltração. Nessa situação, tive que precaver um pouco mais. A equipe estava desgastada. Sai do trabalho de losango para um 4-5-1. Ou 4-1-4-1, como queiram. Fazem duas linhas de quatro e só o Hernane na frente. O Hernane vinha com marcação grande e chegando na frente no losango. O 4-1-4-1 impulsiona ele mais. O Cajá fez a melhor partida dele no meu comando. Desempenho muito bom no primeiro tempo. No segundo tempo, até o desgaste ser visível. Ele e o Allano também. Embora tivéssemos perdido força, pois o Régis não é de beirada, fechamos de maneira que a bola que eles chegaram não foi pelo chão. Foi aérea. O Éder e o Tiago estiveram bem. Partida boa de Feijão, Juninho e Luiz Antonio. Muitos desarmes em jogada de pressão alta. Feijão e Juninho fizeram desarmes fantásticos dentro da intermediária de ataque. O Cajá fez desarmes assim, o Hernane também. Luiz Antonio alguns. Isso nos deu condição de impor mentalmente o jogo contra o Luverdense

Guto Ferreira também fez questão de destacar a entrega dos jogadores que chegaram essa semana e já vestiram a camisa tricolor. Além de Luiz Antonio, o Bahia estreou Muriel, Tiago, Eduardo e Allano.

Acho que houve doação muito grande de cada um deles, preocupação grande por tudo o que foi passado em termos táticos. O fato da qualidade e de estar em ritmo de jogo ajudou muito. O conjunto está aquém do que pode. A medida que entrosa, solta passes de forma mais criativa, rápida. Isso é processo. Mais do que nunca, eles vinham com certo ritmo, mas não ritmo total. O Luiz Antonio jogava uma, outra não. Entrava algumas partidas. Tiago a mesma coisa. Eduardo talvez um mês sem jogar. Allano na mesma condição de Tiago. Talvez o maior ritmo de jogo seja o do Muireil. Mais importante salientar que o posicionamento e a entrega, a força e a qualidade dos que chegaram alavancaram o Cajá. A equipe teve mais consistência para o Cajá não vir atrás e começar a trabalhar no campo de ataque. A entrega do Hernane. Os jogadores de sustentação fizeram uma partida muito forte. Os zagueiros, o Feijão e o Juninho

Com o triunfo, o Bahia chegou a 24 pontos, saltou duas posições e agora ocupa a 8ª posição, a cinco pontos do Atlético-GO, clube que abre o G-4. No próximo sábado, o Tricolor encara o Bragantino fora de casa.

Confira outros trechos da coletiva de Guto Ferreira. 

Crédito para o elenco

Não quero puxar para mim não. Trabalho dessa maneira sim, mas não tem que ser eu o responsável. São os jogadores. Eles que se cobram, após a partida contra o Sampaio não saíram contentes. Após a oração, se fecharam para haver cobranças entre eles. Existe dentro do Bahia uma vontade muito grande de acertar, se superar. Mais do que nunca, hoje, colocamos e eles entenderam, que devido o entrosamento da equipe não estar 100%, teria que haver superação. Eles cobraram isso antes de entrar no campo. Cajá, Eduardo, Hernane cobraram muito. Importante não é quem fala, a boca fala o que quer. Importante quem age. O Feijão fala pouco mas age muito. Isso é reflexo do que estão fazendo dentro de campo

Força ofensiva

Quantas finalizações tivemos contra o Sampaio? Três ou quatro talvez. Hoje tivemos trinta. Contra fatos não há argumentos. Ganhamos pelo posicionamento, pelos jogadores que entraram, pelo crescimento em cima do posicionamento, impulsionou a qualidade de cada um. A gente descobre e busca a melhor formação. É a melhor formação? Não sei ainda. Foi a melhor hoje

Muriel no gol

Foi uma das decisões mais difíceis da semana. Não poderia agir com quatro jogadores de uma maneira e com um de outra. Tenho que ter critério. Quem chegasse nessa semana, até pela equipe estar sendo remontada, ter a prioridade de jogar. Conversei com o Jean. Ele entendeu. O Muriel não veio só para somar. Tem know how, experiência, trajetória importante. Temos dois muito bons que estiveram dentro de campo. Posso falar de Jean e Muriel. Não posso falar dos outros. Se amanhã decidir pelo Jean, estou tranquilo pelo que o Jean fez até aqui. Se talvez optasse por não colocar um dos que chegaram, o Jean teria continuado. Às vezes o treinador tem que cometer algumas injustiças. Se comete uma injustiça, é porque o setor está bem servido.

Palmas para torcida e jogadores

Primeiro terminar a semana com o triunfo era de suma importância para uma série de coisas. Quem vive o futebol sabe o porquê. Não preciso explicar aqui. Validação do que vem sendo feito. Recuperação do nível de confiança. O Bahia está aquém do que pode, mas apresentando coisas importantes. O primeiro grande avanço é a entrega da equipe durante os 90 minutos e o nível de concentração durante 90 minutos. Isso só foi possível por jogarmos com 12. A parcela do torcedor foi importantíssima. Jogou junto, empurrou, aplaudiu. Se tem um responsável além dos jogadores, é o torcedor. Só tenho a agradecer e destacar a postura, a entrega durante o jogo. Isso que falo para o jogador e para o torcedor. Parabéns pela entrega.

1 a 0 foi é pouco

Até os 15 minutos do segundo temo, tínhamos posse de bola maior. Com o desgaste da equipe, a gente foi tendo que ceder um pouco mais de espaço para fechar.  O Bahia empurrou uma bola e teve condições de fazer outros. Se terminasse 3 a 0 para o Bahia, não seria aberração, loucura. O Bahia criou situações. Finalizou 30 vezes. Estamos começando a chegar no caminho. Além de chegar, temos que nos firmar no caminho. A medida que a gente chegue e se firme, vamos brigar pelos pontos necessários para o acesso. Isso que vamos fazer.

Fonte: globoesporte.com