Postado por - Newton Duarte

Guto Ferreira afirma que ter uma defesa sólida não o torna retranqueiro

Após cinco partidas oficiais, Tricolor segue sem ter a retaguarda vazada na temporada. No domingo, time de Guto Ferreira encara o Altos pela Copa do Nordeste

Pouco mais de duas semanas de temporada, cinco jogos oficiais disputados, e a defesa do Bahia segue zerada. Ponto forte da equipe baiana, a retaguarda foi testada e aprovada em situações adversas, como na partida contra o Fortaleza, onde o Tricolor ficou em desvantagem numérica após a expulsão de Juninho. A solidez defensiva é comemorada dentro do Fazendão, além de ter virado motivo de provocação para o técnico Guto Ferreira. Ele espera que os bons números não produzam a fama de treinador retranqueiro, e lembra que também privilegia o ataque. Até aqui, o Bahia marcou dez gols, média de dois a cada noventa minutos.

- Eu não quero ficar rotulado como... Daqui a pouco vão falar que sou retranqueiro. Uma coisa que tem que ficar clara é que o Bahia nunca deixou de atacar, propor o jogo, mas tem uma consistência defensiva porque tem uma organização. Através da sua organização, o seu modelo, [a defesa] acaba se tornando afetiva. Acho que, daquilo que a gente trabalhou, foi uma das coisas que mais conseguiu manter a regularidade. Quando eu cheguei, o Bahia tinha o 12º ataque da competição [Série B], fazia cinco jogos que não marcava. Nós terminamos como o segundo melhor ataque da competição. A defesa também era muito falha, terminou como a melhor do segundo turno. É importante que isso seja enfatizado porque pode ficar como se a gente fosse retranqueiro porque tem a defesa forte. Uma defesa forte não é sinal de ser retranqueiro, é sinal de saber marcar – comentou.

Guto pontuou que o bom desempenho defensivo passa por uma filosofia de trabalho. Primeiro, é importante não sofrer gols. Com a tranquilidade do placar zerado, se pode buscar o triunfo e até construir um placar elástico, como foi na última quarta-feira, quando o Tricolor bateu o Bahia de Feira por 6 a 0 em Pituaçu.

- Acho que o Bahia tem sabido exercer o seu trabalho de defesa e tem crescido nos aspectos ofensivos também. Eu costumo sim organizar as minhas equipes primeiro com uma defesa sólida, consistente, e depois ir agregando meio e ataque. Acho que assim começa a se construir uma equipe que busca ser vencedora. Não é pensar em sempre jogar por 1 a 0. Não é assim que eu penso. Eu penso em jogar sempre pelo triunfo. Mas, à medida que você não sofre gols, você já soma um ponto, e aí você trabalha pelo primeiro, pelo segundo, pelo terceiro. E aí, quando o time está todo solto, ir executando o que acontece de encontrar um adversário que não consiga fazer frente porque os meninos estavam em uma noite... Acho que o Barbosinha [técnico do Bahia de Feira] foi muito feliz quando disse que o Bahia estava numa noite inspirada e soube aproveitar cada espaço oferecido. Para você ter o controle da partida, você tem que ter a bola. Para ter a bola, você tem que defender bem. Depois, você tem que manter posse para encontrar os espaços de finalização. Construir é mais difícil que desconstruir. Mas se você desconstruir colocando a bola para fora, você vai cansar e abrir os espaços. Se você destrói sabendo o que está fazendo, você vai encontrar os espaços na transição que o adversário vai acabar te propondo – declarou o técnico.

Na busca por ampliar o número de jogos sem sofrer gols e melhorar o desempenho ofensivo, o Bahia encara o Altos no domingo, às 16h (horário local), no estádio Lindolfo Monteiro, em Teresina. A partida, válida pela terceira rodada da Copa do Nordeste, terá transmissão em tempo real do GloboEsporte.com.

Fonte: Ge.com