Depois do 4 a 2 conquistado no jogo de ida, o Bahia tinha até a vantagem de poder perder para o Sergipe por dois gols de diferença na partida de volta deste domingo, na Arena Fonte Nova, que avançava na Copa do Nordeste. Mas o Tricolor fez muito mais que isso e voltou a bater a equipe sergipana, desta vez por 3 a 0 e agora espera o Vitória nas semifinais da competição. Edson, duas vezes, e Edigar Junior marcaram os gols.
Embora com um resultado consistente nesta noite, o técnico Guto Ferreira criticou a atuação da arbitragem ao longo da partida. No confronto, o Tricolor teve um gol de Hernane mal anulado e ainda perdeu Eduardo, expulso no segundo tempo. Para Guto, o lateral não merecia levar o cartão vermelho direto.
- Acho que nós fizemos um primeiro tempo com volume bastante alto. A gente não saiu na frente no placar, infelizmente, por causa de alguns erros que de novo voltaram a acontecer na competição: erros de arbitragem. Acho que foi o terceiro ou quarto gol nosso mal anulado na competição. Teve o lance do Régis que ele sairia na cara do goleiro [ e o árbitro marcou falta do meia]. O lateral caiu sozinho. O árbitro se equivocou. Acho que ele foi bastante severo tanto na expulsão do Eduardo, que acho o amarelo de bom tamanho. Se o critério foi esse, ele deveria expulsar três jogadores do Sergipe. A gente fica preocupado porque nós temos dois jogos muito importantes pela frente. A gente perdeu Eduardo para a primeira partida. Mas em termo de cartão amarelo não perdemos ninguém. O cara errou o jogo todo e se passar a régua ali errou bastante contra o Bahia. É duro ganhar de 3 a 0 e pontuar esse tipo de coisa. Mas é pelo que vem pela frente - avaliou Guto Ferreira.
Com o fim do jogo, o Bahia deixou o gramado com os aplausos da torcida. Mas não foi assim ao término do primeiro tempo. Com o time perdendo gols na etapa inicial, alguns torcedores vaiaram o time na saída de campo.
- A vaia, o torcedor paga e se sente no direito. Não vou contra ele. Mas quando ele entender que o aplauso dele, incentivo nos momentos de dificuldade...Não estava faltando entrega, doação. Não era falta de foco. Era falta de ajustes. Quando ele entender isso aí, o apoio vier, ele, de repente, reforça a situação. Mas ele está no direito, não vou recriminar. Acho que é uma questão de reflexão, de entender o que está acontecendo. As pessoas têm a mania de menosprezar contra quem está jogando. A hora que chega lá é onze contra onze. Você precisa construir, ter paciência, encontrar o momento para poder chegar. Que graça teria se eu tivesse uma equipe que a cada cinco minutos fizesse três gols? Essa emoção que cria toda essa situação, esse show em volta, justamente por causa da dificuldade, onde os pequenos crescem e os grandes têm dificuldade. E a gente vai trabalhando. Não é da noite para o dia que você chega em um patamar avassalador. É um grupo que tem suas virtudes e suas limitações e vai crescendo. Vai conquistando e caindo junto, fortalecendo ao se levantar.
Com a confirmação da vaga desta noite, o Bahia confirmou, pelo menos, três Ba-Vis no ano. No próximo domingo, o Tricolor enfrenta o maior rival, desta vez pelo Campeonato Baiano. O treinador do Bahia destacou o momento do Vitória, que perdeu uma partida nas 20 disputadas na temporada.
- São jogos, cada um com sua característica. Esse primeiro dentro do Campeonato Baiano, o rival praticamente definido como o primeiro, o Bahia brigando pela vice-liderança. No jogo do Ba-Vi, podendo, dependendo do resultado de Fluminense e o Rival, já estar definido essa colocação. Mas clássico é clássico. A gente vai procurar fazer um bom jogo, dentro do padrão que vem jogando, com defesa forte, boa transição, ataque consistente. A gente sabe que o outro lado vive um momento espetacular também.
Com o triunfo desta noite, o Bahia vai ter a vantagem de decidir a vaga na final da Copa do Nordeste na Arena Fonte Nova. A primeira partida está marcada para o dia 23 deste mês, enquanto o jogo de volta acontece três dias depois.
Confira outros trechos da entrevista coletiva do técnico Guto Ferreira:
MATHEUS REIS E ARMERO
- Que bom quando você tem esse tipo de problema. Um está servindo a seleção [colombiana] e o outro que entrou deu conta do recado a ponto de outras pessoas enfatizarem a situação de problema para eu resolver. É um problema positivo. Isso é maravilhoso. Vamos trabalhar para isso ser justo.
FORÇA DA BOLA PARADA
- Bola parada acho que o André é o responsável. Eu delego isso a ele. Importante que a gente tenha feito que esse tipo de jogada faça diferença. Até porque no primeiro tempo eles se fecharam. Eles não vieram para jogar. No início do segundo tempo vieram por uma bola. Eles não vieram para classificar. Eles vieram para buscar um. E se a gente relaxar, buscar outro e outro. A gente teve vários tipos de competência que construíram o placar positivo.
FORÇA EM CASA
- Deus queira que a gente continue forte assim. Tem que trabalhar para isso, para buscar como a gente vem buscando a melhoria fora. Que bom que nos últimos três jogos fora ganhamos dois. Isso é importante. Acho que tudo passa pelo resultado do planejamento. Os jogadores vêm se firmando, ganhando confiança. Eles vêm atingindo estágios de confiança. Agora vêm esses jogos mais difíceis. Como passar por eles vai dar uma linha pelo que vem pela frente e como eles vâo encarar. Resultado positivo coloca para cima, e você tem que controlar para não passar do ponto. Resultado negativo você tem que fomentar para não baixar a cabeça.
CLÁSSICOS NO NORDESTÃO
- Essa é a força do futebol do Nordeste. São três equipes da Série A [Bahia, Vitória e Sport], e uma da Série A que foi pra a Série B [Santa Cruz]. Cada uma com sua característica. Todas as quatro com um poder muito grande de jogos como mandante. É difícil jogar no Arruda, na Ilha [do Retiro]. Tem sua dificuldade de jogar. E também a dificuldade de jogar aqui na Arena Fonte Nova. Quem tive mais equilíbrio emocional, conseguir se impor mais vai chegar ao título.
Fonte: Globo Esporte