Postado por - Newton Duarte

Guto Ferreira destaca a torcida do Bahia e pede paciência por Allano

Bahia bate o Goiás por 4 a 2 na Arena Fonte Nova e sobe para a quarta posição da Série B, com 39 pontos. Allano é vaiado pela torcida e Guto Ferreira defende o atacante

Bahia bateu o Goiás por 4 a 2 Bahia bateu o Goiás por 4 a 2 e subiu para a quarta posição da Série B (Foto: Reprodução)

O Bahia está de volta ao G-4 da Série B do Campeonato Brasileiro. Na noite deste sábado, o Tricolor bateu o Goiás pelo placar de 4 a 2, na Arena Fonte Nova, e subiu para a quarta posição, com 39 pontos. Juninho, Hernane, Renato Cajá e Edigar Junio marcaram os gols do time baiano, mas o técnico Guto Ferreira abriu mão de enaltecer a atuação dos goleadores da noite. Para o treinador, um dos principais personagens da partida sequer entrou em campo.

Foi para as arquibancadas que Guto Ferreira direcionou elogios. O técnico apontou o torcedor tricolor como responsável direto pelo triunfo sobre o Goiás e recuperação do Bahia na Série B.

Brincadeira a hora que a torcida do Bahia começa a gritar. É arrepiante. Empurra, e por ser muito forte, quando ela vaia, derruba. Precisamos ter isso ao nosso favor, e não contra – disse o técnico, logo após o duelo contra o Goiás.

Guto não ficou restrito aos pontos positivos do comportamento da torcida. Na avaliação de treinador, os torcedores jogaram contra o time quando decidiram vaiar o atacante Allano. O atleta perdeu uma chance clara de gol, foi criticado pela torcida no fim do primeiro tempo e acabou substituído no intervalo.

Uma vaia dessa trabalha contra, joga para o lado do adversário. Sabemos que o jogador não está tão bem e vamos substituir, mas não podemos jogar pra baixo. O torcedor está no direito dele em vaiar, mas espero que entenda. Pedi para jogar junto, dar força, e isso aconteceu com todos os jogos, hoje em 90% do tempo. As vaias ocorreram principalmente para o Allano. Talvez ocorresse com Hernane [quando perdeu o pênalti], mas fizemos o segundo gol logo. Acho que todos quando recebem um elogio dos patrões se sentem mais confiantes. Jogador não é diferente, tem os mesmos problemas, não é máquina. Não é super-homem. O super-homem é o mascote do Bahia. Tem uma frase do Gustavo Evangelista, que é “a equipe é de aço, o Tricolor é de aço, mas o jogador é de carne e osso”. Pensando assim tentamos fazer que eles se multipliquem para que possamos fazer mais partidas como a de hoje – declarou.

A substituição de Allano, conforme o técnico, foi feita para preservar o jogador. O treinador pediu paciência e lembrou que todo atleta está sujeito a errar dentro de campo.

Com certeza. Foi só e principalmente por isso [para preservar Allano]. O que ocorreu com ele já estava acontecendo com o Hernane, que é rodado, mas Deus é maior e Hernane deu a volta ainda na partida. Não há critica a ele. Se cada erro que tivermos, o jogador for criticado como hoje... O Alllano é um menino, tem 21 anos. Menino que foi decisivo em alguns jogos. Se cada jogador for vaiado a cada erro, corremos o risco de chegar à última rodada sem ter quem colocar em campo. Todos erram. Não dá para dizer que ele não estava se entregando. Se entregou muito. Só por estar na jogada que ele não conseguiu concluir com qualidade. Ele é muito importante dentro da estrutura. Preciso de vários jogadores para fazer as trocas. Hoje fizemos a troca e a equipe manteve o ritmo. Preciso de todos os jogadores. Suplico ao torcedor que entenda os erros e jogue junto.

Guto Ferreira terá uma semana para preparar o Bahia até o próximo desafio da Série B. O Tricolor volta a jogar no sábado, às 16h20 (horário de Brasília), no estádio Rei Pelé.

Confira outras declarações de Guto Ferreira:

DECISÃO DE SEGURAR SUBSTITUIÇÃO DE EDIGAR JUNIO

- É uma questão que não é de situação de sentir ou não. Jogada de ataque em não tínhamos necessidade de fazer troca naquele momento. O Edigar está no ritmo do jogo, jogada perto da zona de finalização. Quando tivesse que entrar uma defesa, entrava o substituto. Questão técnica, nenhum pressentimento. Nada de sobrenatural [o atacante fez o gol pouco antes de ser substituído].

GOLS DO GOIÁS

- Houve um relaxamento. Tomamos o segundo gol por relaxamento. Normalmente não tomaríamos. Tanto é que na jogada seguinte estruturamos e não sofremos o gol. O Juninho pediu para sair e houve uma desatenção. O gol de pênalti foi um erro que começa em uma leitura da equipe. O Kleina pediu para subir a marcação. Os jogadores do Bahia com confiança tentaram sair jogando. Uma jogada de mais segurança teria batido o tiro de meta a frente. Perdemos a bola, saiu o escanteio, houve o rebote e o pênalti. Não existe um gol por um único erro. É uma sucessão e erros e o Bahia teve.

SUPERAÇÃO DO BAHIA

- O mais importante foi a força que o Bahia encontrou. Força ofensiva que tivemos. Mesmo no primeiro tempo. O que construímos nos segundo tempo foi resultado do que trabalhismo no primeiro. Resultado de entrega, intensidade. E chega a uma hora que os caras cansam. Com nosso trabalho físico, mantivemos a intensidade, a torcida empurrou, não desistimos, saíram os gols e o mais importante, a força do grupo e do Hernane. Perdeu o pênalti e teve força para buscar. Golaço do Cajá, que precisava muito para ganhar confiança. Os três jogadores mais ofensivos da equipe marcaram gols. Cajá, Edigar e Hernane. Juninho com gol olímpico. Muita coisa positiva. A rodada foi positiva e nós chegamos. Temos que ter dedicação, força. Não é o fato de ter chegado [ao G-4]. Queria que hoje fosse a 38ª rodada, mas não é. Temos 12 rodadas para trabalhar muito para nos manter onde estamos. Passa por melhorar a qualidade dos jogos fora de casa. Como? trabalhando, mudando atitude fora de casa, encorpando, ganhando confiança. O que aconteceu hoje pode impulsionar os jogos que faremos fora. Mais do que nunca precisamos do torcedor aqui, empurrando a equipe. Ele faz a diferença.

O TIME E O ENTROSAMENTO

- Tem tantos ajustes a serem feitos. Hoje ninguém falou que nossos extremos jogaram invertidos. O Edigar se adapta rápido, o Allano teve dificuldade. Esses tipos de acerto, onde “A” gosta de receber bola, onde “B” gosta. O Edigar deve ter dado três assistências para Hernane. Uma delas foi lance polêmico, que poderia ter saído o gol e faríamos 2 a 0. Houve crescimento grande. Houve conversa para isso, por passar confiança, acertar posicionamento. Acertar detalhes, convivência do grupo, quem precisa cutucar, dar força. Questões de comportamento por eles [jogadores] não serem iguais. Cada um tem uma maneira de ser.

Fonte: Ge.com