Nesta quarta-feira (7), o Bahia goleou por 6 a 1 o Vitória da Conquista, na Arena Fonte Nova. O clube vinha sendo alvo de críticas por conta dos fracos resultados neste início de temporada e, após um fraco primeiro tempo encerrado em 0 a 0, foi vaiado na ida para o intervalo. O treinador Guto Ferreira concedeu entrevista após a partida e ressaltou a importância do gol do meia Zé Rafael, no primeiro minuto da segunda etapa. Após este gol, o Vitória da Conquista precisou sair para o ataque e deu espaço ao Tricolor:
Você e todas as pessoas do mundo da bola têm um jargão: “Futebol é confiança”. No primeiro tempo... Pesam as situações que o campeonato trazia para a gente, os jogadores perdem confiança, os resultados não acontecem da maneira que se precisa. Tem uma maratona de jogos, as coisas não ocorrem como se espera. O primeiro tempo foi amarrado, criamos pelo menos quatro oportunidades, mas a bola não entrou. O gol do Zé Rafael trouxe tranquilidade e, na sequência, o Hernane fez o segundo, o terceiro e o quarto
Guto Ferreira rasgou elogios ao atacante Hernane, autor de três gols na partida. O jogador voltou ao time após ter ficado fora de algumas partidas, primeiro por opção técnica, e depois por lesão:
O Hernane está de parabéns, todos sabem do potencial, do goleador que ele é. Trabalhou muito para vivenciar de novo esse momento, isso dá a ele um nível de confiança, traz ao grupo um nível de confiança, nível que ele precisava para reverter muita coisa que a gente enfrenta no dia a dia. Para reverter situações que às vezes não dão certo, aí você trabalha, mas as coisas não acontecem. Quem é guerreiro luta para ultrapassar esses momentos, e hoje ele conseguiu nos ajudar muito. Estou feliz por ele e pelo triunfo da equipe
Apesar de estar feliz pela goleada, Guto Ferreira disse acreditar que o time ainda tem muito o que melhorar:
Eu fico contente pelo momento, mas temos que trabalhar muito, ainda falta muito. Se a gente conseguir apresentar esse segundo tempo contra todos os adversários, independentemente do nível de marcação, do nível de postura, com certeza será o Bahia que busco. Futebol impositivo, marcando no campo adversário, fazendo jogadas e chegando para matar. Busco sempre isso, o futebol impositivo. Tivemos esse futebol. Mas temos que ter os pés no chão, temos que melhorar muito, sabemos onde pecamos. Espero que o triunfo traga a tranquilidade e a confiança necessárias para seguir. Na frente, temos um clássico na casa do rival, temos que trabalhar muito para fazer uma grande partida.
Após reclamar bastante do pouco tempo de preparação entre as partidas, Guto Ferreira agora terá um bom período para treinar a equipe antes do próximo jogo do Bahia. O Tricolor só volta a campo no dia 18, enfrentando o rival Vitória, no Barradão, pelo Campeonato Baiano.
Confira o que Guto Ferreira falou em entrevista coletiva
Mudança no intervalo
- Aí a tranquilidade pairou e a equipe conseguiu colocar para fora tudo o que vem sendo feito no pouco tempo que temos de trabalho. A equipe consegue reproduzir, criar situações de jogadas de qualidade e concretiza com um belo placar. A busca no intervalo foi trazer essa tranquilidade, mostrar para eles a competência, qualidade que eles têm. Tudo passa pela tranquilidade e confiança. O gol do Zé [Rafael] deu essa confiança [assista ao gol de Zé Rafael no vídeo acima].
Resultado importante
- Fatalmente, com o tempo eles vão chegar aonde a gente quer. Para isso, a gente precisa de confiança, que vem com resultado. Resultado de hoje foi importante por isso. A gente pensa que pode retomar e efetivar coisas novas, porque você tendo vários jogadores que estão contigo há mais tempo pode acrescentar várias coisas na equipe.
Nível físico
- Você vê que a equipe, com cinco trocas, ainda estava amarrada, ainda tinha um nível de ansiedade. Agora, o que facilitou hoje foi que o jogo fluiu com velocidade, o piso é fantástico, molhado facilita. As trocas foram efetivas. Ganhamos o jogo com as trocas. Ganhamos também com as trocas. Quero dizer com isso que quem entrou de tanque cheio conseguiu, em determinado momento do jogo, mostrar mais, acrescentar. A gente estará contente com o nível físico quando apresentar intensidade lá em cima do primeiro ao último minuto. O futebol que apresentamos ano passado, de pressão, marcação alta, não estamos apresentando ainda. Temos que produzir essa agressividade que tivemos. Jogar dentro do campo adversário, como fizemos nesse segundo tempo.
Grama sintética na Fonte Nova
- Acho que a questão de melhorar [a grama] é o carinho do dia a dia, os eventos, como são administrados. A grama sintética muda totalmente o jogo. Já existe grama de última geração, onde a qualidade do jogo não muda tanto, mas temos que nos adaptar a ele. O Bahia teria que ter um piso semelhante no centro de treinamento para treinar e se adaptar. Ou mesmo treinar aqui. Mas repetir mais vezes essa situação [de treinar na Arena]. O Bahia teria, a cada saída, que enfrentar uma situação oposta. É muito relativo. Se for um gramado do nível da Arena da Baixada, não vou dizer que é ruim. Mas não sei até onde é bom. Eu prefiro gramado natural. Prefiro esse gramado em ótimas condições.