Postado por - Heitor Montes

Rejeitando favoritismo do rival, Guto Ferreira prega atenção com bola aérea no Ba-Vi

Nesta sexta-feira (16), o treinador Guto Ferreira concedeu entrevista coletiva no Fazendão. E o principal assunto da conversa não poderia ser outro, senão o primeiro Ba-Vi da temporada, que acontece neste domingo (18), no estádio do Barradão. O treinador tricolor negou que o rival seja favorito por atuar em casa:

Vocês analisam do jeito que vocês querem. Acho que todo clássico não tem favoritismo. Para mim, é indiferente você estar como favorito, ou a gente, acho que cada um vem para assumir sua parte e seu nível de responsabilidade. O que vai ditar o ritmo do jogo é o futebol que cada um vai apresentar, independente se jogou a responsabilidade para um ou para outro. O momento deles é bom, o nosso é de crescimento. Estamos nos mobilizando, trabalhando para fazer mais um bom jog

O Bahia não vence o Vitória no Barradão desde 2011. Guto Ferreira disse não se incomodar com o tabu, mas disse que o time não pode "entrar na pilha":

Acho que todo clássico tem a sua dose de rivalidade. Independentemente do que possa ocorrer, ele tem seu momento. Acho que o que conta muito mais é o momento, os 90 minutos, do que o que vem ocorrendo. A história analisa, vai somando, não podemos entrar nessa pilha. Temos que desenvolver nosso trabalho, acreditar no nosso trabalho e fazer um bom jogo

Guto Ferreira mostrou, durante esta semana, estar preocupado com a bola aérea defensiva, ponto forte do Vitória. O rival tem bons nomes no jogo aéreo, como o zagueiro Kanu e o atacante André Lima. Por conta disso, Guto trabalhou bastante o fundamento:

Estamos trabalhando e buscando estar afiados. A gente sabe que um dos grandes poderios ofensivos do Vitória é justamente a bola parada. Grandes partes dos gols nesse início de temporada tem sido assim. Espero que a gente possa anular as principais jogadas deles

Confira o que Guto Ferreira falou em entrevista coletiva

Treinamentos
- Acho que a gente tem conseguido aproveitar bem. Agora treino tem um tipo de resposta que nem sempre exatamente é a resposta que se precisa no jogo. Ajuda a dar a resposta do jogo, mas o que conta é a resposta do jogo. Já trabalhei, todo mundo na expectativa do time vir muito bem, a equipe não dar resposta e logo na sequência dar. Já trabalhei e dar logo de cara. Espero que essa segunda que aconteça.

Torcida mista
- Torcida do Bahia é importante sempre. A presença dela é de suma importância sempre. A equipe não vive sem o seu torcedor. O real valor de existência do Bahia é o torcedor. Ou não teria o valor que tem. O torcedor presente é de suma importância. Mais que isso, é importante um clássico de paz, valorizar o esporte e não os valores negativos que foram criados em torno do futebol. Vai um pedido às duas torcidas: que busquem fazer uma grande festa, festa de paz, onde com certeza as gozações pelo resultado vão existir, mas que se valorize as coisas positivas que vão acontecer durante a competição.

Mudanças no time
- Será? Você viu um ou dois treinos. Nos treinos, aconteceram mudanças. Vamos deixar para revelar momentos antes do clássico. Até porque temos a volta do Régis, outras opções também. Opões de mudanças no sistema, mudança de jogadores. Vamos ver o que irá acontecer. Importante é o Bahia fazer uma grande partida.

Arbitragem
- Sinceramente vou ficar em cima do muro. Não vou analisar o Jailson, como falei no último clássico que ele apitou, que ele tivesse felicidade. Com ele apitando já ganhei, empatei, perdi. Até um dos grandes resultados da minha carreira, em termos de placar elástico, foi com ele, um Chapecoense 5 x 1 Palmeiras, em 2015. Mas já tive situações onde ele não foi feliz, a interpretação, acabou cometendo erros importantes. Torço para que ele sai da partida sem ser notado. Se conseguir, sinal de que fez uma grande arbitragem.

Postura ofensiva
- O Bahia independentemente do momento que vive, o torcedor pede sempre uma equipe ofensiva. Não tem como montar para jogar no erro adversário. O processo de montagem da equipe não é porque é o clássico, não muda tudo para o clássico. A linha de ação, de conduta, da equipe. O clássico aguça bem essa postura, postura ofensiva, agressiva mais do que nunca. O Bahia vai conseguir e vai buscar impor seu jogo. Essa é a busca. Se não acontecer, não é por orientação ou por mudança. Mas sim porque o adversário de repente fez um bom jogo e não deu margem para o Bahia impor o jogo. Espero que isso não aconteça.

Pressão
- A gente não tem maquininha. Não tem como [medir a pressão]. É pressão sempre. Não tem pressão mais ou menos. Quem trabalha dentro dela, não pode deixar entrar na mente. Tem que manter a tranquilidade, se entrar na pressão, acaba se prejudicando, não tendo forças para conduzir o trabalho. É preciso ter equilíbrio para ter confiança e tranquilidade para os atletas realizarem o melhor trabalho possível.

Treinar com bola de tênis
- Isso é uma situação que, há muitos anos atrás, se usava. Em São Paulo, nos menudos. É uma bolinha mais rápida, peso diferente, menor. Faz com que você trabalhe mais o movimento do controle de bola, da habilidade. Trabalha mais a musculatura. Fazemos com a grande também. Esse diferencial de peso faz com que tenha uma aceleração do sistema nervoso central, melhorando a qualidade no controle de bola. A busca é essa. A velocidade começa não por um bom passe, antes do bom passe tem um bom domínio, um bom controle. Se controlar e projetar a bola no espaço certo, ajeitar o corpo no espaço certo, para executar o passe, acelera o jogo. Se domina errado, tem que ajeitar a bola uma, duas, três, quatro vezes para executar o passe. E do jeito que o futebol é rápido, o adversário já se fechou. A busca é pela melhoria técnica do controle de bola.