Postado por - Heitor Montes

Guto Ferreira reclama de gramado e prevê: Jogamos agora por quatro pontos

Guto Ferreira afirma que jogadores do Luverdense já estavam adaptados ao gramado do Passo das Emas e, por isso, tiveram menos dificuldade que tricolores

O Bahia e o seu torcedor sofreram na noite deste sábado, no estádio Passo das Emas. Diante do Luverdense, o Tricolor suou, viu o adversário sair na frente, empatou, ficou atrás no placar e arrancou um empate aos 49 do segundo tempo: 2 a 2. Era aquele ponto suado, que sai no apagar das luzes, mas que pode ser motivo comemoração muito em breve.

Após o duelo, o técnico Guto Ferreira avaliou a partida e tratou de valorizar o ponto conquistado. Ele lembrou a matemática da Série B e projetou necessidade de um triunfo e um empate nos três jogos restantes da competição para que o Bahia se garanta na Primeira Divisão de 2017.

[O ponto] Nos dá condição de jogar por quatro pontos. Com a derrota do Náutico, jogamos agora por quatro pontos. Isso é de suma importância. Dependendo da rodada, do que acontecer na próxima rodada, com um triunfo contra o Bragantino, podemos garantir. Então temos que cuidar só de nós, da nossa cabeça, jogar muito, melhorar e poder buscar os pontos que faltam

Sem querer dar desculpas para o desempenho abaixo do que a torcida esperava, Guto Ferreira não deixou de destacar as diferenças entre o gramado do estádio de Lucas do Rio Verde e aqueles que são usados em arenas. Segundo ele, os atletas do time baiano sentiram certa dificuldade para se adaptar ao tapete mais pesado do estádio mato-grossense, o que tornou tudo mais complicado para sua equipe.

Acho que tem tantos lances do jogo para a gente analisar de uma maneira tão simplória... A equipe deles totalmente adaptada. Esse tipo de gramado é diferente das arenas, extremamente pesado. A equipe deles está bem adaptada a essa condição. Tanto que, no segundo turno, esse foi o primeiro empate, o resto eles ganharam. E com chuva ainda. Em cima, você está inteiro, mas embaixo está com a perna inchada. Eles recém tinham colocado dois jogadores na partida. A gente estava se atirando, começando a chegar naquele ponto onde a cabeça pensa, mas a perna não consegue fazer, por causa do campo extremamente pesado. Não é falta de condição de jogo, de ritmo. Se você está adaptado ao gramado, tem rendimento melhor. A gente sempre fica botando desculpa. É difícil, não queria ter que dizer isso. Porque o cara que não atinge o objetivo tem que dar desculpas.

Com o resultado, o Bahia chegou aos 60 pontos e caiu duas posições: agora é o quarto colocado da tabela. No próximo sábado, o Tricolor recebe o Bragantino na Arena Fonte Nova, em partida que deve ter casa lotada, já que os ingressos já estão esgotados.

Confira abaixo outros trechos da entrevista coletiva de Guto Ferreira.

MATEMÁTICA NA PONTA DO LÁPIS

Conquistamos um ponto importante, a gente vai jogar na frente por um triunfo e um empate. Vamos buscar. Nós temos três jogos pela frente, dependendo de outros resultados... Os outros têm que ganhar duas vezes, o Vasco tem que ganhar e empatar uma. O Avaí tem que ganhar uma e empatar uma. E o Náutico tem que ganhar duas. O Londrina... Vasco e Avaí abriram dois pontos. A gente abriu três dos outros dois. Então essa chegada agora é difícil, mais do que nunca dependemos só da gente e temos que trabalhar muito para conseguir os resultados que faltam.

LUVERDENSE ADAPTADO: SEM DERROTAS EM CASA NO 2º TURNO

Se somar o campeonato todo, eles tiveram, no primeiro turno, uma competição meio parecida. E a maioria dos jogos eles venciam no final. É uma equipe que tem intensidade de jogo muito boa, muito bem treinada. Com a chuva, a bola começou a sair. No primeiro tempo, com o campo meio seco, a bola antes da linha de fundo parava e o jogador chegava. O jogador que ia receber era lançado e recebia a bola ali em vez de receber de pé em pé. A equipe joga bem aqui, mas tem dificuldade em arenas. Tanto que vencemos por 2 a 0. O time não estava nessa situação, estava em formação, para ver como faz diferença. Mas não adianta a gente ficar lamentando. Temos que exaltar esse ponto e olhar para frente e buscar o que nos falta.

RESUMO DO JOGO

A gente entrou um pouco mais fechado, para travar essas jogadas de lado. E, através disso, conseguir os contra-ataques. Nos 10 primeiros minutos, conseguimos isso. Depois, eles conseguiram sentir a nossa equipe e começaram a empurrar o Sérgio e o Jean Patrick em cima da nossa zaga e vir buscar nas costas dos nossos volantes. Nessa situação, Feijão não estava conseguindo encaixar a marcação, em Luiz Antônio. Quando a gente saía, o Renê às vezes roubava e às vezes não. Até porque Régis e Edigar tinham que marcar melhor por dentro e por fora na divisão, e na situação de treino de você treinar mais, as coisas não estavam se encaixado. Para que esperar até o fim do primeiro tempo se não estava dando? Até tomamos um gol. Fui para arriscar, Misael entrou bem. Por isso o lateral começou a se segurar mais e facilitou o trabalho dos volantes, até a intensidade que mostraram nos primeiros 30 min eles não seguraram até o fim do primeiro tempo. Aí houve a queda. Nisso, a gente cresceu. E aí, no segundo tempo, eles tiveram uma melhora quando tiveram as substituições. A nossa equipe começou a cansar. O Régis saiu por uma cãibra, porque não está com aquele ritmo. No final, arriscamos tudo. O Renê estava desgastado. Puxamos o Cajá para trás, trouxemos o Misael para dentro, empurramos o Victor e conseguimos o gol de empate.

Fonte: Globo Esporte