Postado por - Newton Duarte

Guto Ferreira se mostra preocupado e prefere esconder a escalação contra o Altos

Guto Ferreira afirma que escolha do time titular vai ser influenciada por condição do gramado do Lindolfo Monteiro, em Teresina

Invicto na temporada e sem sofrer gols em todos os cinco jogos oficiais disputados, o Bahia volta a campo neste domingo, quando enfrenta o Altos, em Teresina, pela terceira rodada da Copa do Nordeste. Assim como o Tricolor, a equipe piauiense também não sabe o que é perder em 2017. Em quatro jogos realizados, o Altos venceu dois e empatou outro dois.

O último grande resultado alcançado pelo Altos aconteceu na quarta-feira passada, quando a equipe bateu o CRB por 2 a 0 e avançou para a segunda fase da Copa do Brasil. A façanha, inédita na história do Jacaré, fez até o presidente do clube, Warton Lacerda, chorar.

Ciente da capacidade da equipe piauiense e do bom trabalho do técnico Francisco Diá, o treinador do Bahia, Guto Ferreira, acredita que é importante que o time tricolor entre em campo precavido das virtudes e deficiências do adversário.

- O que as pessoas talvez não saibam ou não tenham parado para pensar é que [o bom momento do Altos] começa pelo seu treinador, com grandes resultados no futebol do Nordeste, o Francisco Diá, que montou o Campinense e já foi campeão da Copa do Nordeste. É um cara que eu tive o privilégio de conhecer no Mogi Mirim e sempre que acompanho a carreira dele, com resultados expressivos, surgindo jogadores com talento... E voltou a surpreender. Estava conversando com jogadores nossos. Em quatro jogos, eles ganharam dois e empataram dois. Não perderam ainda. Eles têm as suas virtudes, como o Bahia tem, todos têm. Cabe a nós primeiro nos adaptarmos ao campo, ao clima, que é bem mais quente que aqui. Aqui tem a brisa para aliviar. Lá não tem coisa nenhuma. Lá tem o maçarico para aliviar (risos). Não estou colocando desculpa, até porque o nosso objetivo é chegar lá e jogar pelo triunfo. Nós temos que nos precaver, explorar as deficiências para que a gente possa conseguir mais um resultado positivo - afirma Guto Ferreira.

Guto Ferreira não exagera quando fala sobre o calor de Teresina. No último domingo, o Altos recebeu o Fortaleza no estádio Lindolfo Monteiro. Na ocasião, os termômetros chegaram a registrar 40ºC. Por conta do calor, os jogadores do Fortaleza sequer foram para o vestiário no intervalo.

- Isso, infelizmente, acontece em vários estádios do país. O vestiário que deveria ser um abrigo para amenizar algumas coisas que acontecem dentro do campo, acaba sendo uma arma contra. Falta ventilação, ar condicionado, alguma coisa para dar uma quebra. [...] Essa situação dos ventiladores a gente vai ter que ver, comprar uma bateria e botar uns quinze ventiladores para amenizar um pouco. Deus queira que, de repente, resolva amenizar no domingo, dar uma trégua. Aí, ao invés de fazer 40ºC, faz 37ºC (risos). Não tem por onde fugir, né?

Além do calor em Teresina, o gramado do Lindolfo Monteiro também tem sido alvo de críticas. Diante de possíveis dificuldades para a partida, Guto Ferreira afirma que esses fatores vão influenciar na escolha do time titular que vai a campo.

- Não 100% determinante, mas vai influenciar sim. A gente tem que procurar, dentro das armas que tem, usá-las da melhor maneira possível - acredita a Guto.

Após poupar alguns titulares no jogo contra o Bahia de Feira, Guto relacionou força máximapara o jogo de domingo. A ausência mais sentido é do meia Allione, que será poupado do jogo. A tendência é que o atacante Kaynan, escalado no time time titular no treino de quinta-feira, comece jogando. O Bahia deve entrar em campo com: Jean, Eduardo, Tiago, Jackson e Armero; Renê Júnior e Edson; Kaynan, Régis e Zé Rafael; Hernane.

- O Allione no Palmeiras não vinha jogando regularmente. Não participou dos primeiros dez a 15 dias do nosso trabalho. Chegou, estava próximo da estreia, treinou uma semana, um pouco mais, levamos para o primeiro jogo. O rendimento foi aquém do que podia. Treinou mais uma semana e fez dois jogos em sequência. Os níveis físicos dele estão interessantes, falta ritmo. Ué, mas se falta ritmo, por que não coloca para jogar? Porque também se jogar em repetição sem ter os devidos descansos e treinamento, pode ter problemas de ordem física. É readaptação. Fez dois, descansa um. Daqui a pouco faz dois ou três, descansa mais um. Até o momento que faz quatro ou cinco, ou não. Com certeza o ritmo de três vai conseguir levar tranquilo. Estamos fazendo o processo de adaptação. Não só com ele, com vários deles. Até agora nenhum deles fez mais do que dois jogos inteiros em sequência. E têm alguns que estavam sendo sacrificados de ir todos os jogos. Por exemplo, conseguimos tirar o Éder desse jogo. Praticamente não treinou, foi para banco e jogou. Tem mais um jogador que na sequência vai acontecer isso. O cara também tem que treinar. Só jogar e depois ir para banco, em vez de subir, ele cai. Dentro desse processo que a gente vem pensando não tem nenhum mais, nenhum menos. E por que esse jogo se ele foi bem? Porque é o segundo, para não correr riscos, tem a situação do campo, ele é jogador extremamente técnico. Tem o jogo da Copa do Brasil na quinta-feira, uma só partida. Então temos que planejar também olhando na frente. Cada momento é um momento. Usufruir do momento o que tem de melhor, podendo priorizar uma coisa ou outra.

DIEGO ROSA

- Um jogador que não tem o sprint longo, mas tem um sprint curto e dinâmica de toque e aproximação muito grande, sem perder a noção de marcação e sem perder os fechamentos táticos. Daqui a pouco compensa um retorno, algum erro, alguma situação, ele tem a visão de sempre cobrir setores. Jogador que no início tinha o mesmo problema do Allione, mas o Allione vinha de contusão, ele não. Por isso temos um carinho maior com o Allione do que com ele. Parada dele [Allione] no Palmeiras foi por lesão. No Palmeiras ele não tinha o ritmo de jogar o ano todo. Há dois anos que não joga a temporada toda, jogos em sequência. O Diego, nos últimos dois anos e meio, ficou sem jogar de setembro a dezembro, que jogou pouquíssimo. Por isso a gente está oportunizando mais ele do que o outro. Mas vai entrar nessa situação. Além de ser um cara tático, que faz situações de segundo volante com saída, segundo, terceiro de meio, as vezes um meia por dentro, tem lampejos de criação, com uma aproximação boa, e tem profundidade. Em um primeiro momento, pela velocidade, achei que ele conseguiria oferecer para a equipe jogadas que ele chegou a fazer na Ponte, de beirada, velocidade, intensidade. A falta de ritmo fez com que ele, em partidas na pré-temporada, tivesse dificuldade, evitasse a profundidade. Dava três ou quatro passadas, tendo campo para seguir, e por ser início de temporada, brecava e passava para receber na frente. Esse freio de não soltar a corrida, é a maturidade, de dar um pique e abrir [o músculo]. Não está confiante para fazer esse tipo de coisa. Ele vem de uma melhora grande, e fez muitas situações nesse jogo [contra o Bahia de Feira]. Está na hora de sair depois desse jogo, descansar, treinar e voltar.

MAIKON LEITE

- Foi uma pergunta feita há dez dias. Uma característica muito importante, que com essa intensidade a gente não tinha no grupo. Com a maturidade que tem, a qualidade que tem. Logicamente precisamos colocá-lo no ritmo do futebol brasileiro, estruturarmos ele para o nível de competição do futebol brasileiro, ele estava um ano fora. Isso pode passar por um processo de adaptação. Ele pode dar respostas imediatas ou pode demorar um pouquinho. Importante é que a capacidade que ele tem, bem direcionada, pode nos ajudar muito a quebrar as linhas e criar situações de gol, que é o que a gente quer. Quando tem jogador extremamente rápido, ele vai começar a chamar muita a atenção, o time tende a ter jogadas específicas para que ele possa criar situações. Mais que goleador, ele é um grande assistente. O que pode facilitar muito o trabalho dos nossos finalizadores. Ele costuma fazer gols, finaliza bem, mas mais do que isso, ele é um grande assistente. Por causa dessa situação de velocidade.

VELOCIDADE DO NOVO REFORÇO

- Na Ponte Preta, com o Cafu, que joga hoje na Bulgária, inclusive com destaque, [estava] sendo falado que a velocidade dele é espantosa. O Cafu foi um dos jogadores responsáveis pelo acesso da Ponte em 2014. O dia em que ele estava com a bruxa, destruía jogos. E você, que tem um sistema consistente, vai ter um contra-ataque muito mais rápido, uma transição muito mais rápida. Você tendo isso, o adversário vai ter que estar preocupado, se segurar um pouco mais. Enfim, cabe a nós, primeiro condicioná-lo, e depois usá-lo da melhor maneira possível.

Fonte: Ge.com